Morre aos 75 anos Carlos Cruz, ex-jornalista do Cruzeiro e da Sentinela - Jornal Cruzeiro do Vale

Morre aos 75 anos Carlos Cruz, ex-jornalista do Cruzeiro e da Sentinela

23/01/2014

Aos 75 anos, Carlos Air Cruz faleceu na noite desta quarta-feira, 22, no Hospital Santa Isabel, em Blumenau. O morador do bairro Coloninha, em Gaspar, deixa a esposa Amábile Lanznaster Cruz e três filhos. O velório acontece na Capela Mortuária Bom Pastor e o sepultamento será realizado nesta quinta-feira, 23, às 17h, no Cemitério Municipal de Gaspar.

Carlos trabalhou por muitos anos na imprensa catarinense, com passagens na Rádio Mirador, de Rio do Sul, Rádio Sentinela do Vale, de Gaspar, e no Jornal Cruzeiro do Vale. Confira abaixo a entrevista realizada com ele pela equipe de reportagem do Cruzeiro do Vale em março de 2013:

18/03/2013

Esforço, determinação e força de vontade são características que definem Carlos Air Cruz, 74 anos. Durante toda a sua trajetória, o morador do bairro Coloninha trabalhou em diversos locais e cidades, mas se encontrou profissionalmente como radialista. A profissão lhe trouxe ensinamentos importantes e lhe proporcionou experiências hoje guardadas com carinho na memória. Além do amor pela profissão, seu Carlos encontrou pelo caminho uma querida esposa, com quem teve três filhos que são seu maior presente.

Uma trajetória marcada pela dedicação ao trabalho

fotopg9abrecolorMD.jpgQuando o assunto é mudança, Carlos Air Cruz tem muita experiência. Durante toda a vida, mudou-se para inúmeros municípios, empresas e colecionou algumas profissões. Mas o que mais chama a atenção ao ouvir parte de sua história são as mudanças de cidade, que começaram quando era ainda uma criança. Seu Carlos reconhece este fato curioso em sua vida e se autointitula um ?cigano?.

Nascido no dia 3 de janeiro de 1939, em Içara, que na época era um distrito de Criciúma, o simpático senhor é o mais velho de 10 irmãos. Como a cidade em que nasceu era de difícil acesso, com apenas dois anos de idade ele foi morar com a avó, em Criciúma. Aos seis anos, a família se mudou para Santana e ele voltou a morar os pais e irmãos. Neste município, Carlos iniciou os estudos, mas logo cedo teve que se acostumar com as trocas de cidade, casa e colegas. A família voltou para Içara, mas poucos anos depois ele tornou a morar com a avó, em Criciúma, para terminar parte dos estudos. 

Foi também nessa cidade que o senhor de 74 anos teve o primeiro emprego, em um escritório de contabilidade, aos 16 anos. Nos anos seguintes, ele continuou em Criciúma trabalhando no escritório e, logo após, na Casa do Colono, que pertencia à Secretaria de Agricultura do Estado. Aos 19 anos, surgiu o primeiro grande desafio de sua vida. Carlos foi morar em Porto Alegre, com um de seus tios, para trabalhar como vendedor na época em que o trabalho ainda era feito de porta em porta.

Como o simpático senhor não estava acostumado a morar por muito tempo em uma mesma cidade, ele retornou a Criciúma para estudar na Escola Técnica de Comércio, fazendo um curso de contabilidade. Mesmo estudando, seu Carlos também precisou trabalhar. ?Foi uma época muito corrida. Já saía do trabalho e seguia para a escola técnica, mas foi algo muito proveitoso?, destaca. Novamente, passou por alguns empregos, mas a vontade de estudar para crescer profissionalmente sempre foi maior. Por isso, na década de 1960 ele pediu transferência do seu emprego no Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Empregados em Transportes e Cargas, Iapetec, e se mudou para Florianópolis. Porém, não conseguiu estudar na Capital, já que não teria condições de pagar o curso e se manter. Após algum tempo, mudou-se para Blumenau para fazer faculdade de Direito. Após outras mudanças de cidade e de emprego, seu Carlos aportou em Gaspar, em 1984, onde vive até hoje.

 

Carreira no rádio

Em 1960, Carlos Cruz começou a trabalhar em rádios como redator e comentarista esportivo. A partir daí, passou por diversas rádios do Estado e ganhou cada vez mais espaço neste meio de comunicação até se aposentar. Em Gaspar, chegou a trabalhar na Rádio Sentinela do Vale e também na Prefeitura, na Fundação Municipal de Esportes e no próprio Jornal Cruzeiro do Vale.

 

União familiar é motivo de alegria

fotopg9retrancacolorMD.jpgEm meio a tantas mudanças, em 1965, seu Carlos conheceu a futura esposa, Amábile Lanznaster, com quem se casaria em 1966. O primeiro encontro com Amábile aconteceu em uma festa na Sociedade Alvorada. Após se casarem em Gaspar, já que a família dela morava no município, eles se mudaram para Criciúma. ?Continuei trabalhando em diversas rádios e por isso nos mudamos bastante. A Amábile sempre me acompanhou. Ela é uma grande parceira?.

O casal teve três filhos, que já não moram com eles. Entretanto, garante Carlos, eles os visitam sempre que possível, já que os filhos são o grande presente e a maior alegria do casal. Além disso, os três netos também trazem um brilho especial aos olhos do radialista sempre que são mencionados. Aposentado desde 2004, o senhor de 74 anos já não trabalha mais. Diferente dos longos anos em que atuava nas mais diferentes áreas, a rotina hoje é calma, principalmente devido a alguns problemas de saúde. Hoje, ele vive com a esposa no bairro Coloninha.

 

Edição 1469