O fechamento da Ponte Hercílio Deeke, previsto para o próximo dia 1º de fevereiro como forma de protestar contra o atraso nas obras, em andamento há mais de um ano, divide a opinião dos vereadores de Gaspar. Dos treze parlamentares do município, cinco são favoráveis, cinco são contrários e outros três preferem não se manifestar enquanto essa decisão não for confirmada pelas lideranças da Margem Esquerda, que lideram o movimento.
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O presidente da Câmara, José Hilário Melato (PP) endossa o côro daqueles que questionam o fechamento. Para ele, este não é o momento de se tomar uma atitude extrema como esta. ?Sou a favor da manifestação e da causa em si. Entendo os anseios da comunidade da Margem Esquerda e me solidarizo com todos aqueles que querem mais agilidade na reforma da ponte. Mas questiono a legitimidade deste movimento em nome dos moradores. Acredito que toda a comunidade deve ser ouvida, de forma mais ampla. Se for uma vontade legítima, da coletividade, aí sim seremos favoráveis ao fechamento?, esclareceu o vereador.
A opinião é compartilhada por Antônio Dalsochio (PT). Para ele, a comunidade sempre tem razão. ?Quem gosta de ficar preso no trânsito? Só que o poder público não pode escolher a empresa que vai fazer o trabalho. Na licitação, não estão colocadas as limitações da empresa. A reforma é mais complexa do que uma obra nova?, argumenta. Ele entende o protesto, mas acha que interromper o trânsito na ponte não vai solucionar o problema.
Em contrapartida, a vereadora Ivete Mafra Hammes (PMDB) pensa que a comunidade cansou de esperar pela administração municipal e todas as justificativas dadas até agora não convencem. ?O ritmo da reforma é muito lento. Esta obra já estaria pronta há muito tempo se fosse tocada sete dias da semana. A atitude, neste primeiro momento, pode parecer radical, mas é necessária?, declara. Ela acredita que no momento em que a comunidade se manifesta o poder público deve dar uma resposta mais rápida. E completa: ?sou favorável, acredito que 90 dias não são suficientes e os discursos não convencem, a menos que a empresa acelere o ritmo, dê mais atenção à obra.
Em cima do muro
Os vereadores Giovanio Borges (PSD), Jaime Kirchner (PMDB) e Ciro Quintino (PMDB) não têm opinião formada sobre o fechamento da ponte Hercílio Deeke. Eles concordam e entendem a indignação da comunidade da Margem Esquerda, mas lembram o transtorno que o ato pode causar. Eles defendem o diálogo e preferem esperar as novidades no caso para manifestarem publicamente suas opiniões.
Marcelo Brick (PSD) ? Toda manifestação em prol da população é legítima. Acha neste momento uma medida exagerada, dado que não foi conversado suficientemente. Não está muito por dentro dos detalhes, mas acha que o transtorno seria desnecessário.
José Amarildo Rampelotti (PT) ? Toda manifestação deve ser respeitada. Mas, antes, os caminhos corretos deveriam ser percorridos, o que não aconteceu. Não há um conjunto de ações que leve à paralisação.
Hamilton Graff (PT) ? A comunidade deve aguardar um pouco. A situação é crítica, a obra está demorada. É a favor de uma comissão para que os vereadores discutam como poderão fiscalizar.
Luís Carlos Spengler Filho (PP) - Do ponto de vista da comunidade, da impaciência de quem transita pelo local, é uma ação nem tão radical assim. Mas pelo tamanho do transtorno, é algo que deve ser melhor pensado. É favorável, acha que a paralisação deve surtir efeito.
Daniel Fernandes (PT) ? O atraso está causando muitos transtornos para a comunidade. É favorável ao fechamento, porque a pressão pode acelerar os trabalhos da empreiteira.
Marli Iracema Sontag (PMDB) É um momento de chamar a atenção. É uma pena que isso tem que acontecer, porque vai atrapalhar ainda mais o trânsito. É uma forma de manifestar o descontentamento com o poder público.
Andréia Zimmermann Nagel (DEM) - Sugeriu que antes do fechamento se fizesse uma audiência pública para discutir o caso, sem fechar a ponte. Mas, como o fechamento foi aprovado pela maioria, está apoiando esta atitude.
Edição 1455
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