Dia Nacional de Combate ao Câncer: histórias de gasparenses que venceram a doença - Jornal Cruzeiro do Vale

Dia Nacional de Combate ao Câncer: histórias de gasparenses que venceram a doença

27/11/2020

Como você escreve a sua história? Protagonizá-la está no modo automático? No futuro, vai contar ela de que maneira? Quando o assunto é vida, não basta existir, é preciso viver intensamente cada dia. Exemplos de superação, as jovens Johana Pereira e Caroline Meotti, de 24 e 26 anos, têm muito mais em comum do que os belos sorrisos. Elas aprenderam de maneira bem dura o quanto a vida é uma caixinha de surpresas (nem sempre agradáveis).

Nesta sexta-feira, 27 de novembro, o Brasil celebra o Dia Nacional de Combate ao Câncer, uma das doenças que mais matam no país e no mundo. Nesta data, que serve para conscientizar a população sobre a prevenção e cuidados com a saúde, as moradoras de Gaspar compartilham detalhes de suas respectivas batalhas pela vida. Elas contam como foi descobrir, tratar e superar o câncer. Ambas deixam uma importante mensagem a respeito da vitória.

Repercussão na cidade

Johana Ignês Pereira, 24 anos, designer de interiores, moradora do bairro Coloninha. Cheia de planos para o futuro e uma imensa vontade de viver. Em março de 2020, foi infectada pelo coronavírus, época em que a pandemia ainda estava chegando na região. Considerada a primeira vítima da doença em Gaspar, durantes os exames, descobriu uma enfermidade ainda maior: o câncer.

De acordo com a jovem, tratava-se de um câncer tipo teratoma maduro e imaturo, espalhado por toda a pelve. “Alguns meses antes do diagnóstico, tive alguns episódios de enjoo, vômitos e uma cólica”, relembra. Diante da nova realidade, Johana decidiu lutar. “Eu estava internada por conta do Covid-19 e, consequentemente, sozinha. Fiquei confusa. Em estado de choque”, diz.

Assim que deixou o hospital, já recuperada do coronavírus, foi a uma consulta no oncologista. “Aí que caiu minha ficha. Em momento algum me desesperei ou pensei no pior. Sempre senti que seria temporário”, explica a jovem. Ciente que seria uma árdua batalha, ela destaca momentos difíceis no tratamento contra o câncer.

Um deles foi quando recebeu a notícia de que a quimioterapia não estava surtindo o efeito esperado. “Então, a equipe médica falou que eu precisaria passar por uma cirurgia de grande risco”, descreve. Nesse momento, familiares e amigos de Johana deram início a uma campanha para que pudesse viajar e passar pelo procedimento cirúrgico.

A boa ação é lembrada com muita consideração pela jovem. “Sou muito grata a todos que ajudaram, seja financeiramente ou com orações e mensagens de carinho. Grande parte desse final feliz eu devo a vocês que torceram pela minha cura”, enfatiza emocionada. Hoje, Johana está 100% curada, mas faz acompanhamento médico a cada três meses.

Muito feliz com essa nova etapa da vida, ela deixa uma mensagem para quem está passando pelo câncer: “Tenha fé, ore muito e acredite. Por mais assustador que seja, câncer tem cura! Pense positivo e aceite o apoio de sua família. Não se culpe por não conseguir cumprir seus compromissos. Tire esse tempo para você. Só quem passa por um câncer entende. A gente muda completamente”.

Dupla jornada

Caroline Meotti Pinto, 26 anos, moradora do bairro Santa Terezinha. Jovem e com um caminho de muitas realizações pela frente. Há quatro anos, deu início à sua luta contra o câncer. Tudo começou com a perda de repentina de peso, coceiras fortes pelo corpo, muita tosse e dificuldades para respirar. Após um raio X do pulmão e tomografia, uma notícia nada agradável.

Ela foi diagnosticada com linfoma de hodking no mediastino. “Logo no início, descobrimos o alargamento do mediastino e depois fui submetida a outros procedimentos médicos, como a biópsia, para saber o tipo”, relembra. Caroline teve um choque de realidade. Uma fase difícil e até então desconhecida teria que ser superada.

A jovem define a notícia como “um baque terrível” e não é para menos... “Foram sete meses de tratamento com quimioterapia. Perdi meu cabelo. Se eu falar que esse fato foi moleza, estaria mentindo. Mexeu demais com a minha autoestima. Tentei usar peruca, mas não me adaptei. Foi um exercício diário no meu emocional”, revela Caroline.

O tratamento chegou ao fim. Porém, após seis meses, o câncer voltou no mediastino e pulmão. “Fui encaminhada à quimioterapia de resgate, que é muito mais forte”, conta. Nesse momento, os médicos solicitaram o transplante de medula. Sem a necessidade de um doador, a jovem tomou injeções para produzir células tronco e passou pelo procedimento. Foi um sucesso!

De acordo com ela, o tratamento foi marcado por uma rotina muito rigorosa. Assim que venceu o câncer, Caroline começou a chamada ‘imunoterapia’, para combater possíveis células doentes, o que durou por mais um ano. “Me tornei uma pessoa melhor após isso tudo. Aprendi a valorizar cada detalhe da minha vida. Sou abençoada”, diz.

Vivendo saudável novamente, a jovem manda forças aos pacientes que enfrentam o câncer. “Eu me agarrei com todas as minhas forças a Deus. Tenha fé! Coloque sua energia no que te faz bem. Viva um dia de cada vez e tente não sofrer antecipadamente pelo tratamento inteiro. Respeite o que está sentindo e vá à luta. Isso é uma fase que vai passar”.

 

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Edição 1979

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