As transformações do adestramento - Jornal Cruzeiro do Vale

As transformações do adestramento

30/10/2015
As transformações do adestramento

Após pesquisar e conversar com a família, você decide comprar ou adotar um animal de estimação. No começo, tudo vai às mil maravilhas, mas com o passar dos meses, as mordidas que eram de brincadeira ficam mais fortes, o comportamento se torna mais agressivo e o dono parece perder o controle do animal em alguns momentos. Para muitos desses casos, corrigir essas atitudes do animal e trazer a paz novamente à relação entre cão e dono, a figura do adestrador torna-se essencial.

Há mais de três anos no ramo de adestramento e trabalhando com diversos tipos de cães, Evandro de Souza e Silva, o Mister Dog’s, lamenta que a maioria dos chamados só ocorra depois que os comportamentos inadequados do animal estejam causando transtornos aos proprietários. O Mister Dog’s alerta que geralmente os problemas surgem quando o proprietário escolhe um cão com perfil diferente da função a qual será submetido, e isso se aplica desde um cão de companhia até de guarda. “Ter um cão em casa exige tempo para dar carinho, brincar e principalmente corrigir comportamentos”, ressalta.


Socorros mais comuns

Os problemas mais recorrentes que levam os donos a procurarem o adestramento para cães de companhia são a dificuldade dos cães para fazer xixi e cocô no lugar correto, a insistência em roer móveis e objetos ou em latir, o que causa problemas entre vizinhos, e a hiperatividade. De forma geral, os adestramentos começam com consultas comportamentais sobre os hábitos do cão e do dono, e seguem com dois atendimentos por semana. Em média, o adestramento básico leva cerca de três meses, variando de acordo com a resposta do animal. Já o adestramento básico mais o treinamento de guarda podem levar de seis a oito meses.

Segundo Evandro, que também atua em parceria com o Diver Cão Pet Shop, do bairro Sete de Setembro, os resultados obtidos são muito positivos e, quando há comprometimento do dono para manter as orientações dadas durante o adestramento, as famílias costumam relatar que estão diante de outro cachorro. “O adestramento é feito considerando a diferença de perfil do cão, se é de companhia, caça, farejador, guarda ou cão-guia, e também os diferentes comportamentos dos cães e dos donos. Costumo dizer que ensinar a sentar e deitar é rápido, mas que o adestramento envolve muito mais uma autoanálise do dono e uma conscientização de como é a relação dele com o cão”, ressalta.

 

Estímulos positivos e negativos

Os tradicionais estímulos positivo, como dar biscoitinhos quando o cão faz algo correto, e negativo, como o susto com spray de água, ajudam, segundo o adestrador, mas precisam ser feitos da maneira correta.

“Não é apenas o biscoito, mas sim a emoção que você coloca no momento, se você faz daquilo um momento de festa, divertido e diferente para o cão”, afirma.

“Além disso, existe uma questão que chamamos de escala de reforço, que é agir com mais e menos intensidade para que não se torne algo automático nem previsível para o cão”, complementa.

 

Edição 1722