Sexta-Feira, 29 de Agosto de 2025
Os casos de violência doméstica em Santa Catarina são alarmantes. De 1º de janeiro até agora, aconteceram 36 feminicídios (o que representa uma média de 4,5 assassinatos por mês) e 75 casos de lesão corporal dolosa envolvendo vítimas do sexo feminino. Além disso, o estado soma 17 mil medidas protetivas em andamento.
Em Gaspar, o número segue assustador na mesma proporção que no estado. De 1º de janeiro a 16 de agosto deste ano, foram registradas 170 medidas protetivas na Polícia Civil. Em 2021 foram 147 e em 2022, 214. Entre os feminicídios, a cidade registrou um dos casos mais recentes de Santa Catarina: o crime que tirou a vida de uma jovem no bairro Bateias em 29 de julho.
Dados da Polícia Civil de Gaspar mostram que em dois anos, em 2021 e 2022, foram registrados um total de quase 820 casos de violência doméstica. Em 2023, de 1º de janeiro a 16 de agosto, o número já alcança a marca dos 347 registros. Se continuarmos nesta crescente, no final do ano Gaspar deve chegar em quase 480 casos.
De acordo com o delegado Diogo Medeiros, as equipes da Polícia Civil trabalham da melhor forma possível, tanto na prevenção quanto no acolhimento às vítimas (que é realizado na Sala Lilás) e combate ao crime. “Todos os feminicídios que aconteceram em Gaspar foram investigados e apurados pela Polícia Civil e os autores foram identificados e presos”, destaca o delegado.
Um levantamento detalhado da Polícia Civil mostra que uma parcela significativa dos casos de violência doméstica acontece em espaços privados, sendo 83,73% dos registros em casas. As agressões são executadas por pessoas próximas, como cônjuges e parceiros.
Dados mostram também que a maior parte dos crimes aconteceram no mês de janeiro, geralmente aos domingos, no período das 18h às 24h.
Registros mostram que em 95,78% dos casos notificados desde janeiro de 2021 até agora, as vítimas são do sexo feminino e em apenas 4,22% as vítimas são do sexo masculino.
Quase 30% das vítimas possuem entre 35 e 44 anos e cerca de 26% possuem entre 25 e 34 anos de idade.
Os casos mais incidentes no município são de ameaça e lesão corporal leve. No primeiro crime, em 2021 houveram 225 registros; em 2022, 279 casos; e até o dia 16 de agosto deste ano já foram feitos 222 comunicados à polícia. Nos casos de lesão corporal leve foram 123 registros em 2021; 117 em 2022; e 83 até agora.
Até o fim do mês de agosto, as ações sobre o tema seguem intensificadas com o objetivo de divulgar os serviços disponíveis para mulheres vítimas de violência. Gaspar aderiu à campanha ‘gosto Lilás’ e a principal ação alusiva vai acontecer no sábado, dia 26, na Praça Getúlio Vargas, no Centro, a partir das 8h. Haverá rodas de conversa sobre os diferentes tipos de violência doméstica, canais de denúncia e apoio.
- Agressão física, caracterizada por espancamentos, empurrões, chutes, socos e outros danos corporais;
- Violência sexual, que envolve o constrangimento da mulher, seja em público ou em particular, através de toques indesejados sem consentimento e atividades sexuais não desejadas;
- Violência moral, que inclui calúnia, difamação, injúria, ou seja, situações em que o agressor difama a vítima;
- Abuso patrimonial, quando o agressor toma posse de documentos, bens, salário ou qualquer outra propriedade pertencente à vítima, privando-a de acesso a esses recursos;
- Violência psicológica, que causa danos emocionais à vítima. Isso pode incluir ameaças, chantagem e humilhação.
Todas essas situações podem ser denunciadas por meio da Lei Maria da Penha.
Além do Ligue 180, é possível denunciar pelo canal do Disque Direitos Humanos, através do Disque 100, ou procurar uma delegacia e acionar a Lei Maria da Penha, através do número 193. Em Gaspar, as denúncias também podem ser feitas na Assistência Social pelo telefone (47) 3091-2306 e unidades de saúde mais próximas às residências da vítima.
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