Quinta-Feira, 21 de Agosto de 2025
Cerca de 150 policiais militares, auxiliados pelo helicóptero Águia, atuaram nesta quinta-feira (14) para reintegrar a posse de um terreno invadido próximo ao aeroporto de Navegantes, no Litoral Norte de Santa Catarina.
Por volta das 7h moradores montaram três barricadas, com pneus e sucatas queimados, para impedir a retirada de cerca de 80 famílias que ocupavam um terreno de propriedade da prefeitura e que está destinado à Infraero para obras de ampliação do aeroporto.
De acordo com a PM, os agentes deram suporte ao poder judiciário, para retirar as cerca de 350 pessoas da área. "Nossa intervenção se dá para garantir a segurança do oficial de Justiça e que tudo ocorra de forma pacífica. O juiz Murilo Leirão, que está de férias, também veio ao local para garantir a legalidade da ação policial", diz o tenente Fabrício Neves Murer.
Confronto
Os policiais apreenderam no local 10 coquetéis molotov com moradores que buscavam resistir à ação das autoridades.
Após os bombeiros apagarem as chamas, policiais, representantes da Justiça, do Conselho Tutelar e da Assistência Social do município tentaram dialogar com os moradores para uma saída pacífica, mas, de acordo com a PM, por volta das 11h, os moradores começaram a jogar pedras e paus contra os policiais.
A PM revidou com balas de borracha e spray de pimenta. Então, as famílias se afastaram e começou o processo de reintegração de posse, com a retirada dos móveis nas casas. Por volta das 13h, as residências dos moradores que não quiseram retirar móveis começaram a ser demolidas.
Para os que preferiram retirar a mobília, a prefeitura colocou caminhões para transportar os pertences das famílias até os locais indicados.
Avisados três vezes
“Esta ação é resultado de um planejamento. Estas famílias foram avisadas pelo menos três vezes da decisão da Justiça. Antes de iniciar a operação, pedimos o amparo da prefeitura com uma estrutura para receber estas famílias”, explica Murer.
De acordo com a assessoria da prefeitura de Navegantes, o Conselho Tutelar esteve no local para garantir a integridade das crianças e a Assistência Social marcou presença na operação para cadastrar os moradores e dar auxílio às famílias, garantir abrigo e alimentação. Além disso, técnicos da Celesc fizeram o desligamento da energia elétrica.
"Depois da reuniões feitas com os moradores, vimos que no local moram pessoas de Navegantes, Itajaí, do Ceará e até da Paraíba. O planejamento definiu que um morador de cada casa fica no local, identifica os móveis, para serem levados pela prefeitura para outro local e eles podem retirar tábuas e telhas, antes de uma demolição das construções", esclarece Murer.
Além disso, o município colocou transporte para deslocamento dos moradores para um alojamento em uma escola próxima ao terreno e para levar as pessoas até a casa de parentes.
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