Moradores da Ponta Aguda ingressam comação contra a ponte do Centro - Jornal Cruzeiro do Vale

Moradores da Ponta Aguda ingressam comação contra a ponte do Centro

05/11/2014

Os moradores do bairro Ponta Aguda, num total de 270 pessoas, ingressaram na tarde desta terça-feira (04/11) com uma Ação Popular pedindo a nulidade das decisões tomadas durante Audiência Pública para definição do traçado da ponte do Centro, realizada em agosto. A petição inicial foi ajuizada na Comarca de Blumenau da Vara da Fazenda Pública

A ação faz citação ao prefeito Napoleão Bernardes; ao secretário Alexandre Gevaerd; e ao Consórcio Nova Ponte, constituído pelas empresas Iguatemi Consultoria e Serviços de Engenharia Ltda. e SC Engenharia e Geotecnologia Ltda, com base na Constituição Federal, o Estatuto da Cidade e a Lei Orgânica do Município de Blumenau e duas leis complementares.

O documento de 26 páginas apresenta uma síntese de todo o imbróglio jurídico criado a partir da decisão da Prefeitura de Blumenau em descartar o projeto anterior da ponte do Centro, prevendo a ligação entre as ruas Rodolfo Freygang e Chile, optando-se por um novo traçado, passando pelas ruas Alwin Schrader e Paraguay.

Os autores da ação popular questionam, entre outros pontos, a ausência de um projeto técnico consistente que justificasse a mudança do projeto. A realização de dois Estudos de Impacto de vizinhança (EIV), apontado como pífios e contraditórios, também são mencionados.

O resumo da ação relata aspectos relacionados ao zoneamento; a mobilidade; projetos e orçamentos, incluindo a não previsão de dotação para indenizações por desapropriação a cidadãos e empresas, dentre outros pontos.

Legalidade da Audiência Pública

Por fim, os moradores assinalam que a realização de prévia Audiência Pública (A.P.), com observância das normas legais, é providência obrigatória para a validade de procedimento licitatório. ?De nada adianta uma audiência pública cuja convocação e realização ? como a ocorrida no bairro Garcia ? foram profundamente comprometidas por vícios formais e materiais. Nestas?, destaca a petição.

O pedido lembra que Blumenau, embora, seja um dos poucos municípios brasileiros com regras positivadas reguladoras das audiências e consultas públicas (Decreto nº 8.923/2009), a administração pública se esquivou olimpicamente para obter uma suposta ?aprovação popular? a uma decisão que, ao que tudo indica, já foi previamente tomada.

Com argumentos amparados em diversas legislações vigentes, os moradores da Ponta Aguda, assinalam que a audiência pública foi um conjunto de ações marcadas por desrespeito ao princípio da legalidade, intolerância e atitudes antidemocráticas. Razão pela qual, pedem a sustação dos efeitos do que consideram apenas uma reunião de cunho popular.

Pedem ainda a realização de uma legítima audiência pública, na qual seja assegurado a todo cidadão e a toda a comunidade (individualmente indeterminada) do bairro Ponta Aguda, o direito de participação regular. E nela poder tentar democraticamente influenciar no processo de escolha de alternativas físico-espaciais para a construção da referida ponte.

Comentários

ACarlos
06/11/2014 11:53
Deve ser mantido o projeto anterior, assim o congestionamento no centro de Blumenau, tanto rua XV de Novembro quanto na Av Pres. Castelo branco (Beira Rio) vai continuar ou até aumentar, só porque uma meia dúzia não querem que suas calmas ruas sejam utilizadas para melhorar, desafogando o fluxo de veículos existente entre os maiores barros de Blumenau, Garcia, Progresso, Ribeirão Fresco, etc com os bairros Ponta Aguda, Itoupavas da margem esquerda e até cidades vizinhas... O novo projeto vai tirar todos esse fluxo do centro, mas porque 270 pessoas não querem, mais de 150 mil poderão ser prejudicadas...

Deixe seu comentário


Seu e-mail não será divulgado.

Seu telefone não será divulgado.