Uma estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) de Santa Catarina feita pela Secretaria de Estado da Fazenda apontou uma retração de 5,2% entre agosto do ano passado e julho deste ano, conforme o boletim Indicadores Econômico-Fiscais, divulgado nesta quarta (14).
Nessa mesma perspectiva, o IBC-Br, do Banco Central, indica queda de 5,6% no PIB do Brasil no período. Confira o boletim completo.
Nos últimos 12 meses, Santa Catarina registrou queda de 6,2% nos serviços. Já a indústria teve retração de 3,5%. O setor de agropecuária também encolheu 3,1%, menos do que os demais.
O levantamento considera ainda o crescimento da pecuária, da indústria de alimentos e dos serviços industriais de utilidade pública, mas isso não foi suficiente para melhorar os indicadores.
Na avaliação do economista Paulo Zoldan, da secretaria, a crise em Santa Catarina "chegou mais tarde, mas veio intensa". "No 1º semestre de 2015 a gente estava um pouco melhor que o resto do país. Mas no segundo semestre já começou a cair muito o comércio aqui em Santa Catarina, a construção civil ficou ruim, indústria teve muita retração", disse ao G1.
No período, as vendas de veículos caíram 20,5%. O setor de materiais de construção teve queda de 10,6%, e o de móveis e eletrodomésticos, 8,5%. Também houve queda, de 11,4% no setor de produtos alimentícios.
Ao mesmo tempo, na avaliação da Fazenda, o mau desempenho da economia refletiu na arrecadação em Santa Catarina. Em 12 meses, a arrecadação do ICMS teve uma rápida desaceleração e está mais distante da reposição da inflação no período, que foi de 8,7%. "Precisamos tomar medidas para segurar ao máximo as despesas, já que a arrecadação está em queda livre", afirmou o secretário de Estado da Fazenda, Antonio Gavazzoni.
Entre o primeiro e o segundo trimestre de 2016, a taxa de desemprego em Santa Catarina passou de 6% para 6,7%. Apesar de crescer mais do que a média nacional, a taxa ainda é a menor do país, que passou de 10,9% para 11,3% no mesmo período.
A pesquisa, contudo, aponta sinais de aumento na confiança na indústria e no comércio varejista, e a recente melhora dos indicadores de endividamento das famílias catarinenses.
O estudo também faz a revisão do PIB catarinense de 2015 - o último resultado já fechado é o de 2014. Com a revisão, houve um aumento na retração da economia do Estado, que passou a registrar um encolhimento de 4,5% ante os 4,1% estimados anteriormente. Esses números são inferiores ao PIB do Brasil de 2015, que registrou queda de 3,8%.
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