Aprender a surfar era um sonho de infância da paratleta Mary Cardoso, mas, por causa de uma deficiência física congênita, o desejo de "pegar ondas" só foi realizado aos 25 anos de idade.
Natural de Criciúma, Mary nasceu com pseodartrose e neurofibromatose congênitas. Desde pequena precisou passar por 12 procedimentos cirúrgicos, inclusive realizar um transplante de osso em que a fíbula da perna direita foi colocada no lugar da tíbia da perna esquerda, e muitas sessões de fisioterapias.
Com 19 anos, o tratamento foi estabilizado e os procedimentos simplificados. Aos poucos tudo a direcionada para uma vida normal.
Alguns meses depois, no entanto, foi necessário ter forças para mais um desafio: um câncer. O tumor estava localizado na mesma perna com deficiência e com dois procedimentos cirúrgicos foi curada.
Estes tantos obstáculos não impediram Mary de ter uma vida ativa. Desde nova sempre gostou de esportes e, aos 20 anos, começou a praticar atletismo e handebol em cadeiras de rodas, tornando-se tricampeã brasileira na modalidade. Além disso, ficou entre as melhores do Brasil no lançamento de disco.
O primeiro contato com o surf foi nas aulas com o professor Danilo Boss, do Balneário Rincão. No começo deste ano, o amigo Paulo Ricardo, das competições de atletismo, apresentou o surf adaptado. Na mesma época o grupo de surf feminino BellaSurfSc acolheu a futura surfista e incentivou a começar na modalidade e representar o surf adaptado feminino nas competições da região.
Desde então, a criciumense vem evoluindo no esporte, ganhando cada vez mais espaço na modalidade e mostrando que meninas também surfam.
Mary é a primeira personagem do projeto Vem Surfar, que apresenta a história da paratleta e convida novos adeptos.
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