A Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) divulgou nesta segunda-feira (28) um relatório que elenca 35 obras de infraestrutura do estado com andamento atrasado. O órgão analisou 58 obras em todo o estado e concluiu que 60,4% delas estão fora do cronograma.
Conforme o balanço, as obras ficam em portos, aeroportos, ferrovias e rodovias. Os investimentos em todas elas somam R$ 6,8 bilhões. Do total, 16 têm andamento comprometido e 19 foram categorizadas com o prazo expirado. Também foram verificadas 8 em andamento e 15 concluídas.
Ainda segundo a Fiesc, entre os maiores empecilhos estão recursos financeiros e impasses com desapropriações, o que representa, respectivamente, 20% e 17,8%.
"A questão indígena, a questão ambiental, a questão de gestão, a questão de contratos de obras... uma série óbices faz com que essas obras estejam em atraso", disse o presidente da Câmara de Transporte e Logística da Fiesc, Mario Cézar de Aguiar.
A ideia da Fiesc com o balanço é sugerir ao poder público propostas para melhorar a infraestrutura de transportes catarinense. O órgão também sugere a implantação de um sistema intermodal de transportes.
A Fiesc também analisou 1,6 mil quilômetros de rodovias estaduais catarinenses, nas regiões Oeste, Norte, Vale do Itajaí e Sul. A análise foi feita entre abril e setembro deste ano.
Conforme cálculo da Fiesc, são gastos R$ 4.717,10 com manutenção para cada quilômetro de rodovia. Entretanto, as rodovias ainda apresentam rachaduras e desníveis. "Essa quantia não permite nem de fazer bem feito o serviço de tapa-buraco e roçado", disse o engenheiro consultor Fiesc, Ricardo Saporiti.
O governo do estado diz que investe em conservação e manutenção de rodovias, uma verba que vem do governo federal, que é proveniente de um imposto sobre combustível. Porém, neste ano de 2016, o governo federal teria prometido R$ 30 milhões, mas foram repassados R$ 20 milhões.
"É claro que todo esse investimento, para esse número grande de obras - são mais de 2 mil quilômetros, valor em torno de R$ 5 bilhões em obras - ainda não é suficiente. O governo vem estudando possibilidades dos projetos para aquelas rodovias que estão fora do programa, para nós incluirmos programas futuros", disse o secretário de Infraestrutura, João Carlos Ecker.
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