"Obras inacabadas, inaugurações e ano político" - por Oberdan Barni - Jornal Cruzeiro do Vale

"Obras inacabadas, inaugurações e ano político" - por Oberdan Barni

22/03/2024

Opinião
Por Oberdan Barni
Presidente Republicanos Gaspar

“Obras públicas inacabadas frequentemente ecoam a frustração da sociedade e a falibilidade do processo democrático. São projetos que, por razões diversas, muitas vezes por falta de uma administração comprometida, nunca veem a luz do dia ou são interrompidas antes de sua conclusão. Essas obras podem variar desde propostas de leis cruciais até reformas institucionais ambiciosas, todas deixando um vazio no panorama político e social e retratando o real comprometimento administrativo com as pessoas.

A inauguração de obras inacabadas em ano político é um fenômeno comum e controverso. Frequentemente, projetos de infraestrutura e desenvolvimento são anunciados com grande pompa e circunstância para impressionar eleitores e melhorar a imagem do governo incumbente. No entanto, a realidade por trás dessas inaugurações pode ser bastante diferente.

O principal motivo para inaugurar obras inacabadas durante um ano eleitoral é político. Os governantes desejam destacar supostas realizações e mostrar que estão cumprindo suas promessas de campanha. Mesmo que a obra não esteja completamente concluída ou atenda aos padrões de qualidade esperados, a inauguração serve como uma ferramenta de propaganda para reforçar a narrativa de sucesso do governo. Porém, essa prática levanta sérias preocupações éticas e práticas. Primeiramente, inaugurar obras inacabadas pode enganar os eleitores, criando uma falsa impressão de progresso e competência governamental. Além disso, essa pressa pode comprometer a qualidade e a segurança das obras, colocando em risco a vida e o bem-estar dos cidadãos.

Por outro lado, alguns argumentam que inaugurar obras inacabadas pode ser uma estratégia pragmática em contextos políticos complexos. Em alguns casos, pode ser necessário aproveitar ao máximo os recursos disponíveis e mostrar resultados tangíveis antes do término do mandato, especialmente em um cenário de pressão eleitoral. No entanto, independentemente das motivações por trás da inauguração de obras inacabadas, é crucial que os governantes sejam transparentes e prestem contas à população. Os eleitores têm o direito de saber a verdade sobre o status das obras e avaliar se é ou não passível de entrega a comunidade.

Na verdade, quem deve decidir se foi enganado com uma obra inacabada inaugurada é o cidadão. A falta de gestão e planejamento podem e são responsáveis por esse atropelo em final de mandato”.

 

 

 

Edição 2145
 

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