Durante todo o tempo em que trabalhou como ACT, a professora Lúcia Pereira Mueller recebeu seu salário na conta que possui junto ao Banco do Brasil. Porém, ao ser contratada pela Prefeitura de Gaspar para atuar na Educação de Jovens e Adultos, a educadora foi informada de que teria de abrir uma conta na Blucredi e, para isso, teve de desembolsar a quantia de R$ 20.
A alteração pegou a professora e outras centenas de ACTs de surpresa, que lotaram as agências da Blucredi de Gaspar na manhã de ontem, segunda-feira, para garantir a abertura da conta salário. "Isso não deveria ser obrigatório. Eu não queria ter de desembolsar qualquer quantia que fosse para me associar a uma cooperativa. Achei muito ruim não podermos escolher onde iremos receber nosso salário", desabafa.
Para tentar reverter a situação que irá afetar todos os novos contratados pela Prefeitura, o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Gaspar, Sintraspug, pretende entrar com um mandado de segurança. O presidente da entidade, Sérgio de Almeida, explica que os trabalhadores que se sentirem lesados estão sendo orientados a procurar o sindicato e revela que muitas pessoas já foram até a sede do Sintraspug apenas nesta segunda-feira.
Sérgio acrescenta que o objetivo da ação é garantir que os trabalhadores não tenham ônus na movimentação de seus salários. "Queremos que os trabalhadores possam retirar os seus salários de forma integral", destaca.
Cooperativa
Apesar da surpresa por parte dos funcionários, o superintendente da Blucredi, Jean Carlos Batistela, garante que a transferência dos valores poderá ser feita sem ônus. "Assim que o salário do trabalhador cair em sua conta, ele poderá solicitar a transferência para o banco de sua preferência e não precisará pagar nenhuma taxa para isso", esclarece.
Sobre o valor pago na abertura da conta, Jean destaca que é uma exigência do Banco Central. "O valor transforma o cidadão em sócio da cooperativa e dá a ele direito de usufruir vários benefícios. Se porventura esta pessoa vier a encerrar a conta, a quantia será devolvida".
O superintendente acrescenta que a parceria com a Administração Municipal surgiu porque a Blucredi é considerada a cooperativa do servidor e já possui um posto de atendimento anexo à Prefeitura. Ele ressalta que a conta dos efetivos não sofrerá alterações, pois para isso é necessário que a Prefeitura faça uma licitação.
Mais informações sobre os serviços oferecidos pela cooperativa podem ser obtidas nas agências da Blucredi ao lado da Prefeitura e na Avenida das Comunidades.
Administração
Durante toda esta segunda-feira, a equipe de reportagens do jornal Cruzeiro do Vale tentou entrar em contato com o secretário de Administração e Finanças, Evandro Assis Müller, para explicar o porquê da medida tomada pela Prefeitura de Gaspar, mas não obteve sucesso, pois o mesmo se encontrava em uma reunião na cidade de Florianópolis.
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