Miados daqui, ronrons de lá... Quem tem gatos em casa sabe a delícia que é conviver com felinos no dia a dia. Entre o banho de lambidas da manhã e o pãozinho amassado da noite, há um amor que só os pais ou mães de pet podem explicar. Na vida dos apaixonados por gatos, muita felicidade se encontra no afeto que distribuem aos seus bichanos.
Na semana em que comemoramos o Dia Mundial dos Gatos, a reportagem do Cruzeiro do Vale conta histórias de pessoas que compartilham do mesmo amor. Gente responsável e fiel pelos felinos. Sejam esses gatinhos simpáticos, ranzinzas, serelepes, quietinhos, peludos, pelados, com ou sem raça definida... todos merecem cuidado, atenção e carinho.
Há pouco mais de um ano, um gatinho muito especial surgiu na vida da médica veterinária Jaqueline Baehr. Ela, que sempre foi apaixonada por animais e transformou esse amor em profissão, conheceu o fofinho ‘Mano’ de uma forma nada convencional. O gato foi levado à sua clínica, vítima de um grave acidente. “Ele deu entrada através da Agapa, após se queimar com óleo quente. Foi atingindo na cabeça. Na época, pesava apenas 580g, estava infestado de pulgas e convulsionava de dor”, relembra.
De acordo com a profissional, o quadro do animal era bem preocupante. Mas com os testes de Fiv e Felv (doenças virais graves) negativos, sua equipe teve mais esperança de uma recuperação. O tratamento do gatinho foi longo, complicado e teve diversas reviravoltas. “Após o atendimento emergencial, a nossa estagiária Júlia deu um banho nele. As pulgas subiam pelas mãos dela que, emocionada, falou: “acho que não vai ter o que fazer, a situação é bem crítica”. Eu concordei, mas demos continuidade aos exames”.
A queimadura do gatinho foi tão grave que ele ficou com o osso do crânio exposto durante dois meses. A seriedade do caso deu ainda mais força para a equipe lutar pela vida do Mano. E toda a dedicação deu certo! Inclusive, ele passou a fazer parte da família de Jaqueline, que se apegou ao felino e o adotou.
Esse processo de adoção rende boas lembranças. Afinal, Jaqueline já tinha uma gata de estimação, a Mia, que é bastante territorialista e não aceitava muito bem outros bichos por perto. Porém, com o Mano, foi diferente! “Com o passar dos dias internado, ele demonstrava ser carinhoso e miava pedindo atenção. Então decidi soltá-lo na clínica, perto da Mia, minha outra gata. E ela o aceitou”, recorda emocionada.
Muito feliz com o novo membro da família, a veterinária fala sobre a convivência com Mano. “Hoje, ele está saudável, pesando quase 5kg e se tornou a minha maior paixão. Nosso vínculo é muito forte. Ele precisa estar sempre no mesmo ambiente que estou”. Segundo ela, a saudade aperta até mesmo nos atendimentos. “Ele bate na porta e começa a miar, pedindo para entrar. Nos dias corridos, quando demoro para dar atenção, ele pula na minha perna pedindo carinho”.
Juntos, Mano e Mia fazem o maior sucesso. A gatinha também tem uma história de curiosa. “Ela foi resgatada dentro de uma churrasqueira e ficou alguns dias morando em um pet shop ao lado da clínica. Até que a tosadora a trouxe para passear e nos apresentar o bichinho. Meu esposo se encantou e, na hora, falou que ela seria adotada. A moça foi confirmar se não tinha mais ninguém interessado e, quando voltou na clínica, a gata já estava anestesiada e sendo preparada para a castração”, conta.
![]() |
![]() |
Moradora do bairro Figueira, Mara Buzzi tem quatro gatos. Aos 41 anos, ela conta que sua paixão por animais vem da infância. “Desde pequena, sempre tive pets. Nunca vivi nenhum ano da minha vida sem ter algum bichinho de estimação”. Ao longo de sua trajetória, a costureira já adotou 18 felinos. Todos foram criados com liberdade e muito bem tratados.
Mara divide a atenção entre suas quatro meninas: Nega Yzzi, Melissa, Bolinha e Julieta. As gatinhas têm personalidades diferentes, mas recebem o mesmo amor da família. Nega Yzzi é uma ‘véia reineta’, como descreve a tutora. “Tudo tem que ser na hora que ela quer. É a líder dos gatos que passam por aqui, todos obedecem a ela”, conta.
O jeitinho de cada uma é resumido por Mara: “Melissa é a mais carinhosa do grupo, adora uma coberta para afofar. Bolinha é conhecida como ‘vida louca da casa’, Só vem comigo e com a minha filha. Já Julieta, é mimada, o grude do meu marido, nem saltar ela sabe”, descreve a tutora que é voluntária da causa animal na cidade.
Copyright Jornal Cruzeiro do Vale. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Jornal Cruzeiro do Vale (contato@cruzeirodovale.com.br).