Uma das mais tradicionais sapatarias de Gaspar está prestes a encerrar suas atividades após 60 anos de atendimentos. O encerramento foi anunciado nesta segunda-feira, dia 8 de fevereiro, e se dá após o falecimento de Elias Foppa, principal responsável pelas atividades do local.
Conforme comunicado emitido pela sapataria, clientes que deixaram seus produtos para conserto devem retirar até o dia 28 de fevereiro, sempre no período da manhã. Após esta data, a sapataria não se responsabiliza mais pelos itens deixados.
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Elias Foppa faleceu na tarde de quinta-feira, dia 4 de fevereiro, vítima de infarto fulminante. Conforme informações da família, ele estava trabalhando quando foi até sua casa fechar as janelas por conta da trovoada que se aproximava. Algum tempo depois, ele foi encontrado já sem vida.
Elias tinha 59 anos e há 40 trabalhava como sapateiro. Ele seguiu os passos do pai, Erico Foppa, e passava o gosto pela profissão para o filho Arthur.
Em outubro de 2019, no Dia do Sapateiro, o Cruzeiro do Vale fez uma matéria especial e contou a história das três gerações de sapateiros. Confira abaixo:
Em mais de seis décadas de trabalho, Erico Foppa conquistou centenas de clientes, realizou milhares de serviços, contabilizou muitos aprendizados e também ofereceu grandes ensinamentos. Nessa sexta-feira, 25 de outubro, o simpático senhor de 87 anos comemora com alegria uma data especialmente dedicada à profissão que exerceu durante a maior parte de sua vida: o Dia do Sapateiro.
Ele chegou em Gaspar em 1958. Desde então, atende no mesmo estabelecimento, às margens da rua Itajaí, em frente à Celesc. “Recebi uma proposta para trabalhar aqui e, junto com minha esposa, decidi deixar Brusque em busca de novas oportunidades”. Rapidamente, ele ganhou espaço no município. “Mostrei que fazia um trabalho muito bom e não demorou para que eu tivesse uma clientela fiel”.
Consertar calçados, bolsas, cintos e demais acessórios diariamente fez com que Erico aprendesse também a produzir esses itens. “Sempre gostei muito do trabalho manual. Exige muita atenção e cautela. E assim, nesses detalhes, passei a desenvolver sapatos únicos”.
Foi durante os processos de confecção e conserto de sapatos que um de seus oito filhos, Elias Foppa, mostrou interesse na área e passou a ajudar o pai na sapataria da família.
De pai para filho
Por quase 40 anos, Elias Foppa se dedica à profissão repassada pelo pai. Nos últimos três, quando seu Erico decidiu se aposentar por conta de um problema de visão, ele é quem administra a sapataria e atende a maior parte da demanda. Com o mesmo amor que aprendeu, agora ensina esse trabalho tão importante ao filho: Arthur, de 23 anos. Ou seja, o talento alcançou a terceira geração da família.
Atualmente, Elias e Arthur trabalham juntos. Conforme conta Elias, enganam-se os que pensam que os serviços da sapataria são apenas direcionados ao conserto. Hoje, grande parte da demanda é destinada à confecção de calçados e cintos de tamanhos pouco encontrados no mercado. “Números maiores de calçados, acima de 47; cintos com mais de um metro e meio... Tiro as medidas e peço que me mostrem algum modelo de peça para me inspirar e fazer algo que agrade o cliente. Consigo criar um item novo, começando do zero, em um dia”, diz, orgulhoso.
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