Qualidade da água preocupa moradores de Ilhota - Jornal Cruzeiro do Vale

Mais uma vez, a qualidade da água distribuída em Ilhota é colocada em pauta pelos moradores. Passadas duas semanas de uma manifestação pacífica na prefeitura, a comunidade segue descontente com a água que sai das torneiras e chuveiros.

No início, a reclamação girava em torno, principalmente, da salinidade e da coloração marrom. Agora, o assunto é outro. Apesar de a água estar cristalina, ela chega aos consumidores com uma maior quantidade de sal e cloro.

Imprópria para banho e, principalmente, para consumo, os moradores se veem em uma realidade em que é preciso utilizar algo inutilizável. Evandeli Caetano de Souza precisou ir ao médico devido a manchas que apareceram em seu corpo (foto). Na consulta, ele descobriu que se trata de uma alergia provocada pela exposição ao cloro. “Já gastei com remédios e pomadas... é um absurdo. Se a gente paga, a água precisa chegar nas nossas casas com qualidade”.

Outro ponto levantado pelo morador é em relação aos cuidados com a horta. “Tenho plantação de cebola e alface, mas está tudo morrendo. Só quero água boa, não é pedir demais. Se um mercado é multado por vender produtos vencidos, que põe em risco a saúde das pessoas, por exemplo, por que o Samae não é punido por essa água salina? Vou atrás do Ministério da Saúde!”.

Grávida relata choque elétrico

Moradora da divisa entre Gaspar e Ilhota e grávida de sete meses, Jéssica Lamim lembra do dia em que levou um choque na barriga. “Um dia, enquanto meu marido tomava banho, fui lavar as mãos na cozinha e tomei um choque na barriga, que estava encostada na pia de inox. Isso tudo devido à salinidade da água. Sem contar que a resistência do nosso chuveiro já queimou três vezes em um mês”.

Enjoo ao escovar os dentes e coceira na pele são sintomas sentidos por Jéssica e sua família. “Eles colocam muito cloro para tentar amenizar a sujeira e isso tem piorado o gosto e o cheiro da água. Para regar as plantas, fazer a comida e alimentar os animais domésticos, compramos água mineral”.

Moradores pedem a resolução do problema

Alcides de Jorge, morador do Centro, afirma que há três meses não possui o respaldo da Águas de Ilhota. “Recebemos água salgada, com lodo e cheiro insuportável. Nossos chuveiros queimam e a prefeitura não toma providências para melhora. Eu e minha família precisamos da água, mas o que chega para nós é só a conta. Temos o direito de ter água potável e essa é uma responsabilidade da prefeitura”.

Também indignado, Dario Inacio Dalcastagne conta que já precisou trocar a resistência de seu chuveiro três vezes por conta da salinidade da água. “Moro no Centro e estou farto dessa irresponsabilidade. Fui até o Procon com o laudo e nota das resistências, estou à procura dos meus direitos. É um absurdo ter que pagar a conta sem poder usar a água e ainda gastar mais para comprar mineral”.

O que diz o Samae de Ilhota

Procurado pela reportagem do Cruzeiro do Vale, o Samae de Ilhota não respondeu aos questionamentos até o fechamento da edição [final da tarde de quinta-feira, dia 7 de maio].

Edição 1950