Possibilidade de cassação mudará jogo político em Gaspar - Jornal Cruzeiro do Vale

Possibilidade de cassação mudará jogo político em Gaspar

19/01/2010

Da Redação
Por Herculano Domício
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celsozuchi8400600MD.jpgA semana começa sob o signo da dúvida. Aquilo que era uma aparente bobagem, virou algo sério. E conforme o desenrolar do imbróglio, vai provocar mudanças no jogo político de Gaspar.

A remessa dos Autos ao Tribunal Regional Eleitoral contendo a denúncia de Ivan Carlos Schmitt e o inquérito da Polícia Federal que apurou o possível crime de compra de votos (artigo 299) no Jardim Primavera (bairro Bela Vista) por políticos eleitos no último pleito, em Gaspar, traz várias leituras, apreensões e disfarçadas comemorações.

O assunto envolve diretamente o prefeito Pedro Celso Zuchi, a sua vice Mariluci Deschamps Rosa e o vereador Jorge Luiz Wiltuschining, todos do PT; o primeiro suplente de vereador e atual secretário da Agricultura do governo Zuchi e Mariluci, Alfonso Bernardo Hostert, do PV, e até então, partido da base aliada; bem como o vereador Raul Schiller, do PMDB.

Os bastidores fervem. As conjecturas entre os direta e indiretamente envolvidos, também. O assunto já ganhou as ruas, apesar de que nos veículos de comunicação locais e regionais ele praticamente não está sendo tratado. Há reservas. Até agora, ele está restrito a este blog, além de pequenas notas na coluna "Olhando a Maré", do jornal Cruzeiro do Vale. Nada mais.

Todavia, os políticos e os envolvidos, agora, estão bem acordados para o assunto e suas possíveis implicações. Estão arrumando também culpados. Alguns estão com insônia. Outros com pesadelos e até, há os que sonham com novas oportunidades ou vinganças (bobas).

A primeira leitura é uma mistura dos dois sentimentos antagônicos próprios destas situações como a preocupação e a esperança, o pessimismo e o otimismo, a preservação do atual status quo e a mudança. O que não foi cuidado, no tempo certo, com a necessária importância simplesmente devido a arrogância do PT local, o qual preferiu tratá-lo como mais um factoide de um derrotado político e enfraquecido, pode agora dar mais trabalho, custo e dor de cabeça do que se imaginava.

E quem são os culpados de tudo isso? Muita gente companheira, nas conversas reservadas, responde: o presidente do PT de Gaspar, Lovídio Carlos Bertoldi (também presidente do Samae), Rodrigo Fontes Schramm (secretário de Turismo, Indústria e Comércio e que tudo articula no partido), Doraci Vans ( chefe de Gabinete e o articulador de campanha), os puxa-sacos de sempre, bem como o Mário Wilson da Cruz Mesquita (procurador do município, mas que é o responsável pela orientação e proteção jurídica ao grupo). Somam-se o próprio prefeito e sua vice. Uma bela bomba para a nova presidente do PT gasparense, Julita Schramm, desarmá-la.

A segunda leitura é que este o assunto deixou de ser político, saiu do palanque, tornou-se técnico e foi embora de Gaspar. Era tudo o que o PT, Zuchi, Mariluci e sua turma não queriam. Tudo foi tão rápido, que quando deram conta da decisão no Juízo Eleitoral de Gaspar, nada mais podia ser feito. E isso deixou em polvorosa o PT e os envolvidos diretamente na acusação.

Por que? Pirmeiro porque o inquérito foi feito pela Polícia Federal e ela viu indícios. Não foi qualquer um que apurou isso. Não se pode acusar ninguém de políticagem ou manipulação na apuração, como se fez na CPI da Câmara onde o PT tentou incriminar o ex-prefeito e se deu mal na "criação" de provas. Resumindo: não houve influência política no resultado. Ou seja, não haverá debate e principalmente julgamento político. Segundo tanto o promotor como a juíza eleitoral de Gaspar, sob o argumento técnico processual de que a instância competente para olhar e julgar o prefeito e a sua vice é o Tribunal Regional Eleitoral, não perderam tempo. Remeteram tudo para Florianópolis. Arrastaram os demais que podiam ser julgados por aqui e que não tinham o foro privilegiado.

Esta decisão fez com que se diminuissem os argumentos e a possível "influência" política ou de relacionamento, ou pelo constrangimento das relações locais com o Judiciário. Perdeu-se um grau de recurso. Encurtou-se as instâncias e o tempo do julgamento.

A terceira leitura é que tudo isso pode dar em nada. É algo técnico. Mas, vai levar ao dispêndio de custos, de tempo e ao desgaste político da atual administração municipal e dos envolvidos nele diretamente, exatamente num ano de campanha eleitoral. Pior, quando a administração municipal local e o arco de alianças estão sendo questionados nos seus resultados e não conseguem se estabelecer na propaganda e no marketing.

A quarta leitura é de que pode haver um rearranjo das forças e das disputas políticas no município, tanto em não dando em nada ou então numa possível condenação dos indiciados. No centro disso tudo está o PT, o PMDB, o DEM e o próprio ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt (ex-PMDB) com o seu nanico PSB. Na eventual possibilidade de cassação de Zuchi e Mariluci, Adilson e seu então vice, Antônio Pedro (Pepê) Schmitt, DEM, assumiriam para um mandato tampão. É da regra. É da Lei.

Por que? Porque Zuchi e Mariluci não conseguiram 50% dos votos mais um nas últimas eleições para assim, como determina a legislação em vigor, forçar uma nova eleição municipal. Na regra atual, assume o segundo colocado. E o segundo colocado das últimas eleições municipais em Gaspar, foi Adilson, mesmo que por minúsculos décimos percentuais. Mas, foi ele. Ei ai volta o jogo do amor e do ódio entre as correntes políticas em Gaspar.

A quinta leitura refere-se ao "verde do bem" como se intitula Alfonso Bernardo Hostert na disputa de poder que travou, e perdeu, para quem ele alcunha de " PV do mal", liderado pelo vereador Rodrigo Boeing Althoff, ex-secretário de Planejamento. Alfonso sempre lutou para fazer do PV uma filial incondicional do PT de Gaspar para assim lhes garantir as nomeações na prefeitura. Foi vencido e ficou à deriva. O PV saiu da base de apoio. Alfonso ficou administração de Zuchi e estava pronto para ingressar no PT, para assim se manter lá.

Agora, isso se torna mais necessário do que nunca para se proteger no emprego, no projeto político e na defesa desta acusação de possível compra de votos. É que o PV de Gaspar já avisou a Alfonso de que ele vai ter que se virar sozinho para se livar da acusação de possível compra de votos no Jardim Primavera, seu domicílio e reduto eleitoral.

A sexta leitura envolve Raul Schiller, funcionário da Celesc, reconhecido líder de atuação comunitária. Ele está "abandonado" pelo próprio partido, PMDB, o qual finge estar condoído com o envolvimento dele neste assunto. Primeiro, o PMDB de Gaspar sempre achou que Raul era um político independente mas sobre o abrigo do PMDB. Era conveniente aos dois, principalmente no socorro à legenda. Segundo, que se o Raul for cassado, quem assume no seu lugar é o ex-vereador e ex-presidente da Câmara, Celso de Oliveira, do Bairro Bela Vista, vizinho do Jardim Primavera. Ele próprio não disfarça o seu "contentamento" com esta possibilidade.

O núcleo duro e histórico do PMDB em Gaspar, liderado por Ivete Mafra Hammes (ex-candidata a prefeito) e Walter Morello (ex-presidente do partido), também comunga a mesma "alegria". Oswaldo Schneider, o Paca, (ex-prefeito) atual presidente do partido, todavia, diz aos mais próximos, que tudo vai se resolver no seu tempo. Mas, pouco faz. Já o vereador Kleber Edson Wan Dall, companheiro de Raul, presidente da Câmara, preferiu o silêncio.

Pelo sim, ou pelo não, tanto o suplente Alfonso e vereador Raul estarão cada vez mais dependentes da defesa que será feita para o prefeito Pedro Celso Zuchi e Mariluci Deschamps Rosa para este caso. O sucesso do prefeito e sua vice nesse caso, poderá ser o sucesso de todos. O insucesso do PT, Zuchi e Mariluci poderá ser também o insucesso de Jorge Luiz, Alfonso e Raul.

Como se vê, os bastidores político de Gaspar, repentinamente, esquentaram e bem antes da campanha para a eleição de Outubro deste ano. Todas estas espectativas podem até modificar as projeções que eram feitas até aqui nos diversos cenários de resultados, alianças, apoios e candidaturas.

Todos os envolvidos, preferiam que este assunto não fosse comentado na imprensa. Eu tenho uma opinião diferente. Esta é vida da cidade. E esta é a vida pública dos seus entes no relacionamento com os destinos da comunidade. E este é o jogo político e como numa partida de xadrez, ele está aberto e precisa ser narrado a cada mudanças das peças. E essas mudanças mudam o resultado para todos. Acorda, Gaspar.

Leia mais sobre o colunista em www.olhandoamare.wordpress.com

Comentários

carlinhos
25/01/2010 16:46
É verdade o PT, não precisa se precupar, deveriam ter se precupado antes. Não deveriam ter deixado o rabo preso, como deixaram.
Agora é espera para ver o burraco que será feita do castelo de areia de Celso e Mariluci.

Julio acho não é preciso pedir ao jornalista Gilberto para postar seus pensamentos, pois não é de seu feitio negar. Se fosse no jornal do PT até acredido que alem do pedido feito, ainda precisarias acender algumas duzias de vela para que publicassem.
Júlio Costa
22/01/2010 13:24
Como certamente será provado, Celso Zuchi e Mariluci jamais compraram votos! É difícil de aceitar que o PT faça 15.300 votos? Que os votos do PT em Gaspar não são alcançados nem se os votos de todos os demais partidos políticos forem somados. É preciso dizer que houve compra de voto para justificar isso? VERGONHOSO o que estão dizendo. Todos sabem, através de pesquisas (divulgadas inclusive por este jornal) e da mobilização popular, que a população em massa de Gaspar votou no Partido dos Trabalhadores e em Celso Zuchi e Mariluci. O PT não está dando bola para isso porque simplesmente não precisa dar. Como o povo já sabe, não passa de invenção de mentes perturbadas e de pessoas que não se conforma com o resultado das últimas eleições!

Cruzeiro do Vale, vocês que se dizem aliados da democracia, por favor, não excluam esse comentário ;D
carlinhos
20/01/2010 14:27
Primeiro tenho que não há necessidade alguma de haver tropa de choque da adminstração passada, pois a atual administração não precisa ser combatida por qualquer tropa, e muito menos a de choque. Pois Ceslo e Mariluci já arrumaram um culpado, o caro Dr Herculano, porque este fala e comprova o que fala.

O que podemos notar é que a atual administração é algo instavel e prontra para implodir, digo isto por que ira ser de fora para dentro.

No mais tambem não concordo com algums dos episodios do bocudo anterior, só posso chama-lo disto por que pese o homem era honesto e trabalhador e muito centralizador.

Fico contente em saber que o senhor não pactua com as sandisses de Afonso.



Paulo Henrique Hostert
20/01/2010 08:17
Caro Sr. Carlinhos, você deve ser outro daqueles que tem medo de assinar o nome completo nos seus comentários não é?

Pois bem, mesmo assim vamos esclarecer os fatos, haja vista, que você deve estar desinformado ou equivocado:

1º - Você deve estar me confundindo com o Sidney Hostert que mora em Chapecó e não é meu parente.

2º - Já disse que não pretendo me candidatar a nada e mesmo que isso um dia venha a acontecer, não me cercaria de certas pessoas conhecidas da política local.

3º - Tenho endereço fixo em Gaspar e domicílio eleitoral também e pago meus impostos na minha Cidade, o que me dá todo o direito à crítica, conforme já disse no comentário anterior ao Sr. João Pedro.

4º - Vivemos num mundo globalizado e praticamente sem fronteiras ou distâncias, então mesmo quem, porventura, está a 500 km ou mais de Gaspar pode sim opinar sobre os assuntos do seu município, ou você não acompanha os fatos que acontecem em Florianópolis ou Brasília?

5º - Não tenho nenhuma afinidade política com o Sr. Alfonso Hostert, e não Afonso, e com certeza ele não faria parte de minha equipe caso eu exercesse algum cargo público.

6º - Por fim, pelos seus comentários na coluna, creio que deva fazer parte da tropa de choque da antiga adminstração, correto?
carlinhos
19/01/2010 16:27
Sr Paulo Henrique Hostert, o senhor deveria se candidatar na cidade onde mora, ai em Chapeco. Deveria colocar o seu nome a disposição já neste pleito de 2010, para ser um deputado pela região, e pondo inclusive ajudar a cidade de Gaspar a quase 500 quilomentros de seu domicilio eleitoral.
Se eleito o senhor deveria levar o Afonso Hostert, pois o mesmo poderia acessora-ló, pois é um grande conhecedor de piscultura, em especial de criação de trairas.


Paulo Henrique Hostert
19/01/2010 14:55
Caro João Pedro, de que mesmo? O Ideal é sempre ter a coragem de assinar o sobrenome nas mensagens!!

Não tenho vinculação com nenhum partido político e também não tenho nenhum interesse político-eleitoral, por isso também não devo nada a nenhum desses a quem critíco.

O meu direito de cidadão e o meu voto é que me credenciam para sempre que achar necessário criticar sim, a incompetência, os conchavos e a falta de respeito com a população.

E além disso participar de Associações ou Conselhos, com rarríssimas excessões, garantem bons políticos, basta ver alguns por ai eleitos a bem pouco tempo.

João Pedro, por curiosidade, qual sua corrente ou vinculação política mesmo?

Pelo jeito você deve achar que Gaspar não tem problemas e possui os melhores administradores do mundo não é?
João Pedro
19/01/2010 10:20
Tá uma boa Idéia.
Já que o Sr. Paulo Henrique gosta de reclamar seu direitos, criticar positiva e negativamente as administrações publicas, seja qual for o partido, ele poderia fazer um bom projeto político e colocar seu nome a disposição da comunidade.
Se não quiser ter seu nome "ligado a uma legenda política", poderia participar assiduamente da Associação de moradores, CONSEG e tantos outras associações que existem em nosso município.
Paulo Henrique Hostert
19/01/2010 08:45
Esse é o retrato de escolhas erradas feitas pelos gasparenses, se já na primeira chance dada ao atual prefeito ele não agradou, pois não foi reeleito por que lhe foi dado o direito de voltar? Depois entregamos o município a um outro que desagradou mais ainda, agora se um sair, e se sair já vai tarde, pois não deveria nem ter voltado, voltará o outro, como seus métodos e manias que desacradam a todos. Está na hora de uma renovação na política de Gaspar, gente nova, gente com ética, gente com competência e vontade de trabalhar. Quem sabe até 2013 não apareça alguém assim para finalmente nosso povo aprender a votar e dar uma chance ao desenvolvimento do município.
Pedro
18/01/2010 22:27
Pois é como disse o colunista esse assunto não ganhou força nos veículos de comunicação, será porque sempre é este coluniste bem como esse periódico que ataca o prefeito e protege os derrotados???
no mínimo estranho....
E como creio na inteligência do colunista ele dever ter consciência que a 3ª leitura vai ser o fim de tudo...
carlinhos
18/01/2010 15:10
Hoje pela parte dá manhã ouvi Pedro Celso Zuchi se pronunciar na rádio, acho justo o mesmo se pronuciar.

Mais o mesmo foi deselegante novamente, igualzinho a epoca que disse que gaspar não tinha tido prefeito melhor que ele, ele acabou experimentando a derrota.

Hoje novamente foi deselegante pois disse que somente foi uma vez a marinha fazer campanha, chamando muita gente boa de mentirosa, até os taxistas entraram pelo cano.

Para ouvir e tiras suas proprias conclusoes ouça a materia gravada pela sentinela, no endereço eletronico http://www.sentineladovale.com.br/noticia_ver.asp?id=963.

carlinhos
18/01/2010 10:03
Seja lá qual for o resultado, mais isto para Gaspar e região será um limitador de aguas.
Pois com bem disse o jornalista o eleito deve ser aquele que demostre ter projetos para o presente e o futuro, e não sair por ai comprando sua cadeira.
Será que é por isto que Celso e Mariluci fazem o que fazem com o municipío e os Gasparenses, pois se compraram votos, não precisam justificar suas açoes a niguem, e niguem pode exigir nada, pois já foram devidamente recompesados antes das eleiçoes.
E como ficaram os patrocinadores da Campanha de Celso e Mariluci agora?
Marcio José
18/01/2010 09:22
Parabens a colna e ao Jorlan Cruzeiro do Vale por nos passar essas importantes informações sobre o cenário Politico de Gaspar.
Parabens também aos ivestigadores que estão esclarecendo o assunto, e que os mesmo possam fazer justiça, e se houver culpados, que sejam punidos.
E que esse episodio sirva de exemplo para os "nossos politicos", que uma eleição se ganha com projetos e propostas e não no velho "jeitinho brasileiro".

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