Poeira invade as casas da rua José Patrocínio dos Santos
Enquanto os moradores de diversos bairros temem as chuvas de fim de tarde por causa dos alagamentos, os moradores da rua José Patrocínio dos Santos, no Belchior, esperam ansiosos pelas águas que caem do céu na expectativa de vê-las diminuir, ao menos um pouco, a poeira que a cada dia invade casas e comércios.
O problema é antigo e já poderia ter sido solucionado caso a Administração Pública tivesse cumprido com o compromisso de asfaltar a via, assumido com os moradores em julho de 2008. Como a promessa não saiu do papel, os moradores continuam convivendo com o pó e muitos outros problemas, que se agravam com o grande movimento de caminhões que diariamente passam pela rua e com o fluxo dos ônibus de turismo, atraídos pelo parque aquático que fica na localidade.
?Já não sabemos mais a quem recorrer. Pedimos que a Prefeitura passe o caminhão pipa ao menos duas vezes por dia, no início da manhã e no início da tarde, para amenizar a situação, mas eles aparecem por aqui raramente?, revela a moradora Zenaide Maria Milbratz, que possui um comércio na entrada da rua.
Zenaide reclama que precisa limpar todas as mercadorias diariamente e antes de entregar para seus clientes, pois o pó invade toda a sua loja.
A moradora Andressa Regiani Gesser, filha de Cidonia Gesser, faz coro com Zenaide e garante: o pó é o principal problema para todos os moradores da José Patrocínio dos Santos. ?Sempre estamos com a casa fechada e ainda assim o pó entra. Minha mãe sempre reclama, principalmente por causa das roupas que ficam amareladas ao serem colocadas no varal?.
Além do pó nas roupas, a moradora Hidegart Vinotti também reclama da sujeira que entra em sua residência. ?Todos os dias temos que limpar tudo para não ficar cheio de pó. O pior é que os caminhões da Prefeitura passam por aqui, pegam água da nossa rua e não são capaz de molhar?, denuncia a senhora.
O filho de Hildegart, Valmir Vinotti, mora com a família ao lado da casa da mãe e também sofre com a poeira. Segundo ele, o problema seria amenizado se o caminhão pipa passasse diariamente pelo local e se os caminhões respeitassem o limite de velocidade da via. ?A placa indica 40 quilômetros por hora e estas caçambas que tiram o barro e provocam toda a poeira passam aqui a pelo menos 80. Ninguém aparece para fiscalizar?, revela.
Outros problemas
Além do pó, que afeta a todos os moradores, sem exceção, alguns trechos da José Patrocínio dos Santos estão sem iluminação pública, o que gera medo e apreensão dos moradores que precisam trafegar pelo local no período da noite.
Outro problema apontado pela comunidade é o mato, que cresce nas marginais da rua e que impedem a visibilidade dos motoristas nos trechos onde há curvas sinuosas.
O QUE DIZ A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
A equipe da Secretaria de Obras afirma que tem um cronograma de passagem para molhar as ruas e que o cronograma é cumprido e alterado conforme a necessidade da comunidade. No Belchior, normalmente o cronograma é para as segundas-feiras.
O chefe de Gabinete, Doraci Vanz, explica que a inauguração da Superintência do Bechior está prevista para o mês de março e que será assumida por Rui Carlos Deschamps, servidor efetivo, porém, a passagem do caminhão pipa não é inerente à criação da Superintendência.
SUPERINTENDÊNCIA
O problema dos moradores da José Patrocínio dos Santos seria amenizado se a Superintendência do Belchior, anunciada em junho de 2010, tivesse sido implantada. A Superintendência seria um espaço da Prefeitura no bairro, onde profissionais estariam a disposição para atender a comunidade e máquinas, como o caminhão pipa que dona Zenaide tanto pede, estariam no Belchior, trabalhando apenas nas ruas do bairro.
Em reportagem publicada pelo Jornal Cruzeiro em setembro do ano passado, a equipe da Administração Pública alegou que a necessidade de estudar e ajustar a implementação estariam impedindo a criação da Superintendência do Belchior.
Edição: 1263
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