Medo e insegurança. Esses são os sentimentos de quem precisa utilizar uma pinguela localizada na rua Ponte Serrada, no bairro Gasparinho, em Gaspar. Com tábuas podres, cabos de aço enferrujados e buracos na cerca de proteção, a ponte está em estado precário e a comunidade reclama da falta de manutenção.
A cozinheira Alaíde Soares Ribeiro, de 59 anos, mora na região há 14 anos e passa pela pinguela todos os dias para ir ao trabalho. Ela afirma que a situação é a mesma há muito tempo. “Com chuva, fica pior ainda. Está tudo podre e, quando pisamos, parece que vai quebrar tudo. Dá muito medo”, detalha.
A moradora conta que as tábuas da ponte já chegaram a quebrar no momento em que pedestres passavam. “Já aconteceu de uma mulher passar e a tábua quebrar. Ela não chegou a cair no rio, mas machucou a perna. Em outra situação, caiu um pedaço de tábua do lado de quem vem do bairro Coloninha. Aí, quando chegávamos perto, tínhamos que agarrar nos cabos de aço para passar. A prefeitura veio, remendou e nunca mais voltou”. Ainda segundo Alaíde, os moradores já pediram a reforma da ponte para a prefeitura. Mas, que até agora, nada foi feito.
Wesley da Cruz Pinheiro, 18 anos, também mora na localidade e se preocupa com as pessoas que precisam passar pela pinguela. “Muita gente passa por aqui. Até mesmo crianças, quando vão para a escola. Se ela fosse de cimento seria muito melhor”, opina o morador.
Atendendo às reclamações dos moradores, o vereador Ciro André Quintino apresentou uma indicação no dia 12 de junho solicitando que a prefeitura faça a reforma completa da ponte pênsil. Além disso, a proposta sugere nomear a ponte com o nome de Valdemar Solano Schramm, que foi o construtor da obra, funcionário público e morador do bairro Gasparinho. “A reforma se faz necessária para possibilitarmos maior segurança aos pedestres e também para impedir que alguma fatalidade aconteça”.
Segundo o gestor de engenharia Ricardo Paulo Bernardino Duarte, a secretaria de Obras de Gaspar iniciou há cerca de duas semanas um projeto de recuperação da pinguela. Porém, devido a quantidade de projetos em andamento, os trabalhos foram deixados de lado temporariamente. “Temos uma demanda muito grande de trabalhos e não posso dar prazos exatos. Mas, acredito que em 90 dias o projeto deva estar pronto e, aí, vamos analisar o caso. Faremos estudos e cálculos para decidir se será uma reforma ou construção de uma nova ponte”, garante.
Enquanto não há uma resposta concreta, a comunidade segue atravessando pela pinguela em situação precária. Segundo Rafael Araujo de Freitas, superintendente da Defesa Civil de Gaspar, no início de janeiro de 2017 foi realizada uma vistoria na ponte. Após, foi feito o encaminhamento para a secretaria de Obras, que também esteve no local. Passado quase um ano, no dia 18 de dezembro, a Defesa Civil voltou à ponte e interditou a pinguela devido às más condições. Foi então que, no dia seguinte, uma equipe da secretaria de Obras esteve no local, arrumou o que estava estragado e liberou a passagem novamente.
Ainda de acordo com Rafael, desde o final do ano passado a Defesa Civil não recebe mais reclamações dos moradores sobre a situação da pinguela. “Como não tivemos mais reclamações, não fomos mais até o local. Até sexta-feira [15 de junho] uma equipe da Defesa Civil vai até lá novamente para verificar a real situação. Se for preciso, interditaremos novamente até que algo seja feito”.
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