A presidente do Partido dos Trabalhadores, Julita Schramm, explica abaixo os motivos que levaram o diretório municipal do PT a espalhar diversos outdoors pela cidade com a frase: Deixa o homem trabalhar. As perguntas foram enviadas pela equipe de reportagem do Jornal Cruzeiro do Vale na semana passada e respondidas nesta segunda-feira, 22.
Cruzeiro do Vale - Qual o motivo que levou o Partido dos Trabalhadores a espalhar este outdoor pela cidade?
Julita Schramm - Lançamos a campanha em comemoração aos 30 anos da fundação do Partido dos Trabalhadores agora no mês de fevereiro. Também teremos o encontro festivo que acontece com todos os filiados no dia 27 de fevereiro e a elaboração de um boletim informativo que será distribuído para a comunidade.
CV - Na visão do Partido dos Trabalhadores QUEM, efetivamente, impede o "homem" de trabalhar?
Julita - O slogan "Deixa o Homem Trabalhar" é uma produção intelectual do Partido dos Trabalhadores, criada no primeiro mandato do nosso maior líder nacional: Luiz Inácio "Lula" da Silva. Estamos estendendo também esta produção a outros grandes líderes do Partido dos Trabalhadores. Assim estamos nos referindo àqueles que são contrários às políticas públicas que se promova a inclusão social, que melhore a distribuição de renda e aumente a qualidade de vida das pessoas. Entendemos que esse deve ser o compromisso de todo governante, conduzir os trabalhos na lógica, mesmo com as pressões contrárias que muitas pessoas ou grupos da sociedade querem impor visando interesses pessoais ou corporativos.
CV - A frase utilizada no outdoor não é nova, fez parte de uma campanha do Governo Lula em seu primeiro ano de mandato, quando, diante da oposição da Câmara dos Deputados e do Senado, o presidente via seus projetos sendo rejeitados e assim se via impedido de trabalhar. Mais tarde, a mesma frase foi utilizada na campanha presidencial para a re-eleição. Por que o PT de Gaspar decidiu copiar a frase, uma vez que o cenário político municipal é bem diferente do enfrentado pelo presidente em seu primeiro ano de Governo?
Julita - Em primeiro lugar, este slogan não é uma cópia porque pertence ao Partido dos Trabalhadores. Quanto ao cenário político, seja nacional ou municipal, as dificuldades existem em maior ou menor extensão. Porém o que está em jogo muitas vezes são os interesses daqueles que a grande maioria da população necessita, como, por exemplo, as políticas públicas de maior envergadura social, como já foi citado. Portanto, este slogan não é polêmico ou de discórdia. Esta é uma mensagem para que todas as pessoas possam refletir e deixar o homem trabalhar.
CV - Na opinião do partido, qual a principal oposição da Administração: a Câmara, lideranças políticas, lideranças empresarias ou a imprensa?
Julita - Para o Partido dos Trabalhadores de Gaspar, a oposição seja quem for deve existir e ser respeitada, caso contrário não haveria democracia, mesmo porque as pessoas são diferentes umas das outras, assim como suas ideias. O que o PT não pode concordar é com subterfúgios que muitas pessoas de má fé ou com interesses privados tentam impedir o avanço das ações que abrangem interesse coletivo.
CV - O que o Partido dos Trabalhadores espera com essa campanha?
Julita - É mostrar aos gasparenses que o partido e o Governo estão na luta incansável para desenvolver os trabalhos necessários a toda população, apesar dos limites estruturais e administrativos que a prefeitura encontra, diante das demandas que o município apresenta. É importante lembrar que sem a participação da população não é possível avançar no que desejamos e que os interesses coletivos sempre estejam acima dos interesses corporativos.
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Um outdoor com fundo amarelo e letras vermelhas chamou a atenção da população gasparense nesta semana. A frase assinada pelo Partido dos Trabalhadores e escrita em letras garrafais diz: deixa o homem trabalhar.
A publicidade do PT pode ser vista em vários pontos da cidade, como na rua Industrial José Beduschi, próximo ao entroncamento com a rua São José, e na rodovia Jorge Lacerda, próximo à Lince.
Julita Schramm, presidente do partido, foi procurada pela equipe de reportagem do Jornal Cruzeiro na manhã desta quinta-feira, 18, para explicar os motivos que levaram o partido a produzir o material publicitário. Questionada pela equipe de reportagem, a nova presidenta, empossada no último sábado, 13, se comprometeu a responder as perguntas para esclarecer à população os motivos que levaram o diretório municipal do partido a criar o que pode-se considerar uma campanha publicitária em defesa do trabalho do atual prefeito, Pedro Celso Zuchi.
As perguntas foram enviadas por e-mail e a resposta veio às 17h57 desta quinta-feira: "Com meus cordiais cumprimentos, sirvo-me do presente para agradecer a disponibilização do espaço neste importante jornal ao Partido dos Trabalhadorores de Gaspar. Ainda, gostaria de informá-los que o novo diretório do PT Gaspar tomou posse no dia 13 de fevereiro do corrente, sendo que a primeira reunião da executiva municipal será realizada no dia 19 de fevereiro (sexta-feira) do corrente. Neste sentido, acredito ser importante esclarecer que qualquer manifestação de minha parte como Presidente do PT Gaspar só poderá ocorrer após consenso da executiva municipal, afinal o papel do presidente é representar a executiva, bem como os demais membros do diretório municipal. Desta forma, gostaria de parabenizá-los na elaboração das perguntas e que responderei após a referida reunião. Ao agradecer a atenção dispensada, coloco-me a disposição para quaisquer informações adicionais. Atenciosamente, Julita Schramm. Presidente do PT Gaspar".
A frase utilizada pelo diretório municipal do Partido dos Trabalhadores não é nova. Ela surgiu no final do primeiro mandato do presidente Luis Inácio Lula da Silva e foi amplamente utilizada pelo presidente durante sua campanha à re-eleição, em 2006.
O cenário nacional era outro, bem diferente do atual cenário político de Gaspar, onde a Câmara de Vereadores apoia quase todos os projetos enviados pelo Executivo. O cenário nacional, na época, era de trocas e denúncias. A história do mensalão do PT estava no auge e Lula não tinha forças dentro da Câmara dos Deputados e do Senado e por isso pedia: deixa o homem trabalhar.
Mais tarde, no período eleitoral, a frase surgiu como um pedido para que o povo deixasse ele continuar no poder, trabalhando. O Jingle que tomou a boca do povo de Norte a Sul do país dizia:
A voz de Deus é a voz do povo/ Olha Lula ai de novo/ Lula é um grande presidente/E vai continuar com a gente/ Não troque o certo pelo duvidoso/ Eu quero Lula de novo/Gosto do Brasil no rumo certo/Deixa o homem trabalhar/ O futuro não é mais incerto/ Deixa o homem trabalhar/ O nosso povo é agora quem decide/ Lula vai continuar/ Eu quero Lula, lá/ Eu quero Lula, lá/ Deixa o homem trabalhar/ Tá tudo andando direitinho/ Deixa o homem trabalhar/ Ele trata o povo com carinho/ Eu quero Lula, lá/ E a gente não tem porque mudar/ Deixa o homem trabalhar...
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"Concordo com a mensagem, a população precisa deixar o "homem" trabalhar pela cidade". Valcir Andrade, 54 anos - Gasparinho |
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"Acho esta frase linda e ideal para o momento, o homem precisa trabalhar". Vanderlei Alves dos Santos, 42 anos - Santa Terezinha |
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"Para mim é uma propaganda legal, chamou minha atenção. Esperamos mesmo é que o prefeito trabalhe pelo bem do povo e de toda a cidade". Daillis Cristina de Lima, 23 anos - Margem Esquerda. |
O que dizem os representantes dos partidos que possuem representação na Câmara de Vereadores:
PMDB - Osvaldo Schneider
PP - Clarindo Fantoni
DEM - Antônio Pedro Schmitt
PV - Rodrigo Althoff
PSDB Claudionor da Cruz e Souza
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Deixa o homem trabalhar. Quem está impedindo?
Da Redação
Por Herculano Domício
Não se trata, espera-se, de mais uma fantasia do reinado de Momo. Gaspar amanheceu na Terça-Feira de Carnaval com outdoors (chamados em comunicação de teasers, ou seja, uma peça provocadora para novas e outras peça publicitárias) e decalques nos carros dos companheiros de verdade e nos de comissionados da prefeitura (a campanha também deverá alcançar as rádios locais, principal meta): "Deixa o homem trabalhar". O material é assinado pelo PT local e provocou as mais diversas reações que vão desde o aplauso, à desconfiança, à surpresa, à procura de causas, até os fortes questionamentos dentro do próprio partido à atitude tomada.
Marketing de arrabaldes. Coisa de Dias Gomes, da ficção "sucupiriana". Trata-se, na verdade, de mais um factoide. E que dependendo de como será mostrado, poderá até parar na Justiça por promoção pessoal como define a legilação específica, apesar de ser assinada pelo partido.
Dessa forma, o PT e a administração municipal querem se ver livres das cobranças. Querem dizer o que fizeram até agora e não foram reconhecidos. Por que? Porque as dúvidas e as queixas aumentam cada vez mais nas andanças que eles fazem pelo município.
Ou o prefeito e o PT estão anunciando que finalmente terminaram as férias e os feriados e vão trabalhar?
Primeiro, este ato, aparentemente, parece ser o do desepero. Ele é o auto-reconhecimento público de que o PT e sua trupe, em Gaspar, pouco fizeram até agora em mais de um ano de mandato. E se fizeram, comunicaram muito mal (eu já havia alertado isso várias vezes). Então pensam em corrigir e ganhar o possível tempo perdido. As pesquisas de serviço mostram isso, claramente. E eles as têm e se debruçam sobre elas diuturnamente para encontrar respostas.
Contudo, para especialistas, esse quadro só vai ser revertido com muito trabalho e comunicação séria (profissional) que não possa ser confrontada e desmentida. Então está na hora de trabalhar e se coçar. Esta também é a percepção popular. Pouco foi feito. E se pouco realizaram, agora arrumaram um culpado, uma cortina de fumaça. Todavia, como bem fazem sempre, não tiveram a coragem de dizer quem é que não está deixando o prefeito Pedro Celso Zuchi, sua vice candidata e sua "equipe", trabalharem. E pela frase, parece que é um só, um David diante de um Golias.
Segundo, o PT deveria arrumar a sua própria casa em Gaspar antes de encontrar culpados fora dela. É só relembrar a reunião de Sábado de pré-carnaval que o partido fez no seu diretório na Rua Itajaí. Ela foi tensa. E não é de hoje que isso vem acontecendo. A personagem "Z", partidário da gema e integrante do atual governo, que trocou e.mail, carta e palavras comigo, já se queixou e previu e aqui, desastres e angústias, as quais eu relatei neste blog esses seus temores.
Ora, se o presidente do Samae, Lovídio Carlos Bertoldi, não poderia mais continuar presidente do partido porque o "novo" Código de Ética (feito depois dos casos dos mensaleiros do PT e outras corrupções que grassaram pelo Brasil afora com os companheiros) veda que comissionados acumulem funções diretivas nos diretórios do partido, por que o professor brusquense e Chefe de Gabinete, Doraci Vans, tem que ser uma excessão? Está lá: ele é o vice-presidente de Julita Schramm no diretório gasparense, e com o apoio do vereador José Amarildo Rampelotti, PT, o paladino da ética (?) petista. Certo está o ex-vereador e líder comunitário Francisco (Chico) Anhaia, que contestou esta situação e fez constar (pelo menos pediu) na ata daquela reunião que, 47 por cento do partido em Gaspar não concorda com a "jogada" feita aqui, fora da cartilha nacional da ética, só para atender o pessoal do poder do partido daqui.
Voltando. O homem quer trabalhar. Ainda bem. Antes tarde do que nunca. Todos estão ansiosos. Aplausos. Ai alguém me observou. "Você está sendo ingênuo. Ele quer trabalhar pela Mariluci Deschamps Rosa, a sua vice que quer ser candidata a deputada estadual e pela gasparense honorária, madrinha da cidade, que prometeu irrigação surpreendente de obras e recursos (que até agora surpreenderam pela escassez) ilimitados e quer ser governadora de Santa Catarina".
Pode ser. Entretanto, os petistas locais poderiam ser mais criativos. É que esta história de "deixa o homem trabalhar", é do próprio PT, sim, mas remonta ao segundo turno das eleições presidenciais de 2006, no banho de votos que Luiz Inácio Lula da Silva deu em Geraldo Alckmin, do PSDB, na sua consagradora reeleição. Um jingle no horário político, abafou e tomou a boca do povo de Norte a Sul. Era assim.
A voz de Deus é a voz do povo/ Olha Lula ai de novo/ Lula é um grande presidente/E vai continuar com a gente/ Não troque o certo pelo duvidoso/ Eu quero Lula de novo/Gosto do Brasil no rumo certo/Deixa o homem trabalhar/ O futuro não é mais incerto/ Deixa o homem trabalhar/ O nosso povo é agora quem decide/ Lula vai continuar/ Eu quero Lula, lá/ Eu quero Lula, lá/ Deixa o homem trabalhar/ Tá tudo andando direitinho/ Deixa o homem trabalhar/ Ele trata o povo com carinho/ Eu quero Lula, lá/ E a gente não tem porque mudar/ Deixa o homem trabalhar...
E no dia 30 de Outubro de 2006, eleito, o próprio Lula, cobrado, como se fosse mais uma bravata de campanha, uma mera propaganda enganosa, desconstruiu a frase símbolo daquele jingle num rápido contato que teve com a imprensa naquele dia: Deixa o homem descansar (um pouco). E descansou e viajou, bastante.
Então quem não deixa o prefeito Pedro Celso Zuchi trabalhar? A Oposição? Brincadeira. Qual a Oposição organizada que tem o PT e a atual administração Municipal? Por enquanto e por muito tempo, penso, nenhuma. Ou vão agora, desesperadamente, supervalorizar o ex-prefeito Adilson Luiz Schmitt e seu nanico PSB? Se for isso, é admitir muita incompetência para quem se orgulha de ter uma máquina política quase invencível nas mãos. O PSB nem representatividade na Câmara tem. Ou será o PV? O PPS? Porque PMDB, DEM, PSDB e PP não são, mesmo. Quando não facilitaram a tal governabilidade, foram justos (e em três ocasiões apenas).
A única Oposição que se organiza por aqui, está no inconsciente das pessoas e é para a decepção dentre as promessas e às realizações que não chegaram até agora. Nada mais. E isso, pode se traduzir em votos contra ou a favor. Corrigir esta expectativa, todavia, depende muito mais de resultados e das ações do próprio PT e do prefeito, sua vice e da equipe que montou para reverter o quadro do que combater adversários (por enquanto) inexistentes, ou fracos ou desestruturados. E como se faz isto? Basta planos, intervenção e dinheiro. Ah, sim: trabalho, muito trabalho. Nada mais. Então está mesmo na hora de começar a trabalhar.
Então quem não deixa o prefeito Pedro Celso Zuchi trabalhar? A Câmara de Vereadores? No primeiro ano de governo ela foi na verdade um braço auxiliar, e quase incondicional, do Executivo. Não fiscalizou nada. Remanejou verbas do orçamento do Executivo, como ele queria, para todos os lados. Aprovou todos os convênios. Dos mais de cem Projetos de Leis enviados para lá, só três, e no fim do ano, foram rejeitados, um deles, o Trem da Alegria que voltou mais bem "recheado" como sendo o primeiro Projeto de Lei deste 2010, para privilegiar companheiros.
Então é a imprensa que não deixa o prefeito trabalhar. Piada. Ela não influencia em nada (como bem atestam a toda hora os próprios petistas do Paço nas "análises" diárias (que dizem fazer) e nem poderia ser diferente. Por que? Porque não tem legitimidade, não está estruturada ou organizada para isso. Também não é a sua finalidade impedir o trabalho do prefeito. E seria uma vergonha se assim procedesse. Ela apenas relata (e nem fiscaliza como diz e não quer o presidente Lula, apesar de ser um dos papéis dela, no meu entender), Mais, se comparada a municípios como atua a imprensa de Blumenau, Itajaí, Balneário Camboriú, para não falar Florianópolis e Joinville, a administração de Gaspar vive num paraíso. Tanto que assessoria alardeia viagens do prefeito por ai e não informa resultados delas, ou seja, o trabalho que o prefeito fez para o município e os munícipes. E tudo fica por isso mesmo.
Então seria o Judiciário? O Tribunal de Contas? Bem deixa para lá. Essa gente não entende que o Judiciário é provocado e tem que se manifestar quando isso acontece. E o Tribunal é técnico e tem um papel fiscalizador pretegido pela Constituição (se bem que o presidente Lula, se queixa e desprepeita frontalmente este tipo de órgão independente, ou seja, dá o péssimo exemplo como foi o caso das obras suspensas com indícios de superfaturamento e que ganharam mais recursos no Orçamento Federal para continuar a farra).
Ou seria a Acig - Associação Empresarial de Gaspar? Só se for na inveja à capacidade dela se mobilizar, se relacionar e ajudar a cidade e o próprio prefeito, independente de que partido ele seja. Foi ela quem buscou o Ifet para Gaspar; foi ela quem vem defendendo com outros municípios e entidades (e a própria prefeitura) a Ponte do Vale, o Anel de Contorno, a recuperação da Ponte Hercílio Deecke; foi ela quem liderou, com seus associados (como a Bunge, por exemplo), outras entidades e clubes de serviços locais, a reabertura do novo Hospital de Gaspar e que a prefeitura ainda não cumpriu o acordado com que tange aos R$170 mil mensais. A Acig fez tudo isso, sem receber um tostão do município, sem ocupar um cargo ou indicar apadrinhados para o governo municipal. Ao contrário, até pagou projetos que se deram por desaparecidos na prefeitura. Bem diferente da Ampe - braço do pessoal da atual administração, principalmente da secretaria de Turismo, Indústria e Comércio - que numa verba questionada que recebeu do município, expôs o prefeito para a promoção pessoal no Tribunal de Contas do Estado, em algo que ainda está se explicando e até pode lhe complicar no futuro.
Insisto. Quem não deixa o homem trabalhar? A falta de dinheiro? Pode ser e concordo. Entretanto, o que o prefeito está fazendo para superar esta questão crucial para seu governo, a cidade e os munícipes? Não se sabe. Quem não deixa o homem trabalhar? O processo de cassação cujo inquérito voltou para a Polícia Federal, em Itajaí? Não acredito. Primeiro porque o próprio prefeito declarou que não sabe de nada sobre este assunto; segundo, porque ele próprio informou em entrevista serem falsas as possíveis alegações que as desconhece. Então sendo elas falsas, é coisa para até advogado de pouca competência, um rábula, resolver enquanto ele trabalha, comanda a sua equipe ao trabalho.
Afinal, quem não deixa o homem trabalhar? Eu arrisco: a falta de planejamento, a falta de prioridades, uma boa equipe (mais profissional, mais capacitada, menos politiqueira, menos miúda), a falta de dinheiro, uma maior transparência, menos arrogância, e uma eterna indecisão político administrativa. Quer exemplos? O PV já se divorciou do PT em Dezembro do ano passado, mas Zuchi ainda não substituiu os comissionados indicados pelo PV (chamados também de melancias: verdes por fora e vermelhos por dentro). O PP namora, mas ele não fechou a aliança com o partido; espertamente Zuchi se estabelece no individualismo com o vereador José Hilário Melato. Zuchi acha que tudo virá de cima: terá o PP e o PMDB nas suas mãos. Como? Sem negociação?
Veja, ainda. A senadora Ideli Salvatti prometeu ações e recursos, mas faltam projetos, cobranças e equipes. Por enquanto, só assinaturas repetidas dos mesmos contratos e convênios. Aquele da drenagem do bairro Santa Terezinha, bom e importante e que deveria se espalhar para o Bela Vista, Coloninha, Sete, Belchior e Margem Esquerda, até agora, quando consultei o site oficial do governo Federal, nada foi liberado. Aquelas máquinas e caminhões, no valor aproximado de R$3 milhões, também importantes e que chegariam neste Janeiro pelo Provias, nada. Ninguém fala sobre o assunto. Só factoides. Criaram (pela incompetência ou desleixo) até um bairro novo, o Gabiroba. E na cidade já se percebeu isso. Os eleitores do PT e da atual administração também.
Quer mais exemplos de trabalho? Os vereadores companheiros e principalmente o cunhado Antonio Carlos Dalsóchio, inventaram uma CPI política na Câmara. E até nisso se deram mal. Fecham ruas ao arrepio da lei para beneficiar amigos ao invés de abrí-las para a cidade, as cidadãs e os cidadãos; nomeiam comissionados por indicação política para trabalharem Blumenau quando aqui alegam faltar gente, não aproveitam os que passaram em concursos, autorizam construções irregulares sob disfarces, desrepeitam o Plano Diretor a todo momento, se preocupam apenas em aparelhar tudo, mas não tem quadro, tropa qualificada de ocupação e competência. Falta água e planos para reverter isso; coleta de lixo deficiente, cara e sob dúvidas contratuais; buracos nos calçamentos e nas esradas do interior; falta de patrolamento; nenhuma rua foi calçada neste um ano, o transporte coletivo será retirado do centro de Blumenau; fecham o CAR nos feriados e Domingos quando prometeram nunca fazer isso; enrolam no repasse das verbas para o Hospital, nas licitações houve dúvidas demonstradas e que foram até parar na Justiça ou no Tribunal de Contas e assim vai.
A primeira coisa que se faz antes de trabalhar é acordar, se organizar, planejar, se estruturar e se ter os melhores para executar.
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