O futuro da Associação gasparense de Amparo e Proteção dos Animais (Agapa) está incerto. Mais uma vez, a ONG ameaça paralisar suas atividades pela falta de verbas.
Hoje, a Agapa é composta por um grupo atuante e possui as contas em dia. Porém, a pandemia comprometeu a arrecadação mensal da entidade e, sem ajuda do poder público, os trabalhos podem ser suspensos em breve.
A Agapa sobrevive exclusivamente de doações (depósitos e carnê amigo da Agapa), realizações de ações (macarronada, feijoada e pedágio), troco solidário e parcerias (projeto de arrecadação de tampinhas do Rotary). Desde o início da pandemia, as arrecadações caem mês a mês. De acordo com a vice-presidente da entidade, Eliseth Groner, os valores em caixa garantem os atendimentos até o final do ano, mesma data em que chega ao fim o mandado de dois anos da atual gestão. “Estamos vulneráveis. Sem eventos, sem grandes doações e sem previsão de arrecadação, corremos o risco de paralisar. Infelizmente, isso pode acontecer antes mesmo de dezembro”.
Rafael Araujo de Freitas, presidente da entidade, garante que falta contrapartida do município para uma causa tão importante e que, por Lei, é dever do poder público. “Desde sua fundação, em 2012, o poder público pouco ajudou. Esse ano, chegamos a firmar um convênio de castração com a prefeitura, mas ele durou cerca de dois meses e foi suspenso com a justificativa de diminuição na arrecadação da prefeitura em meio à pandemia. Essa situação me deixa muito preocupado”.
Nos próximos dias, um ofício comunicando a possível paralisação será protocolado na prefeitura, Câmara de Vereadores e Fórum. “Essa é a nossa realidade. Não temos condições de tocar a ONG sem recursos e não vamos fazer dívidas. Em Brusque, por exemplo, a entidade que atuava da mesma forma que a Agapa paralisou no final de 2019 com R$120 mil em dívidas. Em Gaspar, temos o exemplo do grupo Gaia, que também não aguentou. É triste ver que o poder público não enxerga a Agapa como uma instituição amiga e parceria. Se nos vissem dessa forma, o trabalho seria muito mais fácil e daria mais resultados”, afirma Rafael.
Hoje, a Agapa gasta, em média, R$6 mil por mês com ração e tratamento de animais que estão em lar temporário e também com pagamentos em clínicas veterinárias. “Esse valor corresponde à triagem que estamos fazendo. Se fosse para atender todas as demandas que chegam à Agapa, esse número passaria de R$10 mil”, argumenta o presidente.
Somente este ano, a Agapa já realizou cerca de 600 castrações. Por semana, é realizada uma média de 150 atendimentos, que envolvem pedidos de ajuda, orientações, denúncias, castrações e adoções de animais. “Temos um grupo muito atuante de voluntários. O que torna o trabalho difícil é a falta de estrutura e de dinheiro. Se não fossem esses dois itens tão importantes, teríamos condições de continuar com esse bonito trabalho voluntário. Enquanto não for adotada uma política pública de proteção aos animais, a realidade será sempre essa: ONGs paralisando seus serviços por falta de condições financeiras para realizar o básico”, diz o presidente.
De acordo com o Chefe de Gabinete da Prefeitura de Gaspar, Jorge Pereira, o convênio de castração entre a Agapa e prefeitura será retomado na próxima semana (entre os dias 14 e 18 de setembro).
Se você ficou sensibilizado com a situação da Agapa e quer ajudar, pode realizar um depósito de qualquer valor nas contas da entidade:
Banco do Brasil
CC: 28842-X
AG: 0921-0
Favorecido: Associação Gasparense de Amparo e Proteção dos Animais
CNPJ: 16.621.374/0001-64
Viacredi
CC: 1042.475-0
AG: 0101-5
Favorecido: Associação Gasparense de Amparo e Proteção dos Animais
CNPJ: 16.621.374/0001-64
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