Morre Daniel da Silva, morador do Alto Baú e irmão do pároco de Gaspar, frei Pedro - Jornal Cruzeiro do Vale

Morre Daniel da Silva, morador do Alto Baú e irmão do pároco de Gaspar, frei Pedro

18/01/2023
Morre Daniel da Silva, morador do Alto Baú e irmão do pároco de Gaspar, frei Pedro

Faleceu na tarde de terça-feira, dia 17 de janeiro, aos 72 anos, Daniel Manoel da Silva, morador do Alto Baú, em Ilhota. Ele lutava há cinco anos contra uma Leucemia e faleceu no Hospital Santo Antônio, em Blumenau, após receber a sagrada unção dos enfermos ministrada pelo frei Pedro da Silva, seu irmão e pároco da Igreja Matriz São Pedro Apóstolo, de Gaspar.

Daniel deixa a esposa Iolanda de Miranda da Silva, com quem celebrou 51 anos de matrimônio; seis filhos: Kátia, Jucimaia, Sheila, Alexandre, André e Isabel; 11 netos (quatro falecidos na tragédia de 2008 em Ilhota); e uma bisneta. Seu corpo está sendo velado na Comunidade Nossa Senhora Aparecida, no Alto Baú. Às 13h45 de quarta, dia 18, acontece a celebração de corpo presente. Em seguida, ele será sepultado no Cemitério Jardim da Saudade, em Blumenau.

Na foto, Daniel (camiseta amarela) com a esposa e frei Pedro.

Tragédia de 2008

A tragédia que atingiu Gaspar e Ilhota em 2008 deixou marcas profundas em Daniel da Silva e toda a sua família. Ele perdeu cinco membros da família (quatro netos e um irmão) e todos os seus bens. Conforme conta frei Pedro da Silva, as lembranças e o sofrimento acompanharam Daniel nos últimos anos.

Relembre:

Em diversas entrevistas ao Cruzeiro do Vale, Daniel contou que toda a família foi para a sua casa por acreditarem que aquele era o local mais seguro naquele momento. Tratava-se de uma casa de dois andares, que abrigou cerca de 18 pessoas. Foi então que o local foi atingido por um deslizamento de terra. “Eu fiquei preso nos destroços, sem me mexer. Aos poucos, enquanto ouvia meus parentes gritando, rastejei até que consegui levantar e buscar socorro”, contou em uma das oportunidades.

Após perder a casa e tantos familiares, Daniel, a esposa e demais sobreviventes foram morar no Casarão da Família Schmitt, no bairro Poço Grande, em Gaspar. Como eles haviam perdido tudo, passaram a receber donativos para recomeçar a vida. Foi aí que a história de Daniel ganhou ainda mais repercussão. Enquanto sua neta, de apenas cinco anos na época, brincava com um casaco de pele que havia vindo nas caixas de doação, ela encontrou amarrado na manga dois pacotes de dinheiro. Eram cédulas de R$100 e R$50 que somavam R$20 mil.

Daniel e a família haviam perdido a casa, documentos pertences pessoais e tudo o que tinham conquistado durante a vida inteira. Porém, a honestidade sempre falou mais alto. Com o apoio do Cruzeiro do Vale, através do seu diretor, Gilberto Schmitt, ele encontrou o verdadeiro dono do dinheiro e devolveu tudo.

Após a tragédia, Daniel e a esposa decidiram dar um novo rumo para suas vidas e se mudaram para Rodeio, onde ele abriu uma serralheria. Depois, voltaram para Ilhota, onde reconstruíram a casa e refizeram a vida.

 

 

 

Edição 2088
 

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