Máquinas chegam ao Sertão Verde seis meses após a tragédia - Jornal Cruzeiro do Vale

Passados mais de seis meses após a maior tragédia que atingiu a região do Vale do Itajaí, as máquinas da Prefeitura voltaram ao bairro Sertão Verde para realizar os tão esperados trabalhos de limpeza e manutenção da localidade, que foi uma das mais atingidas pelos eventos de novembro último.
O recém eleito presidente da Associação de Moradores do bairro, Carlos Barbacovi, revela que a equipe da Secretaria de Obras está presente na comunidade desde o início do mês e deve continuar efetuando os serviços por mais algum tempo. "Tinha muita coisa para ser feita. Eles ainda estão trabalhando, mas já podemos ver que o cenário do bairro mudou, as ruas estão mais limpas e mais bonitas", conta.
Três meses após a tragédia, a equipe de reportagens do Jornal Cruzeiro do Vale esteve na localidade para conferir o cenário com o qual os moradores que residem na região ainda tinham de conviver. A principal reclamação era com o mau cheiro e a presença de animais peçonhentos, que se refugiavam nos destroços.
Hoje, o problema não faz mais parte da rotina dos moradores do Sertão Verde. Carlos explica que até mesmo a auto-estima da comunidade mudou para melhor. "Antes, cada vez que um de nós abria a janela se deparava com os destroços e lembrava de todo o sofrimento que a enchente e os deslizamentos causaram. Agora, quem sabe, a gente consiga esquecer e seguir em frente", declara.
Joel Reinert, responsável pela Secretaria de Obras, esclarece que o serviço que está sendo realizado no local, de limpeza e contenção de barreiras, é pesado. "Estamos finalizando a liberação do acesso à escola Angélica Costa, além da limpeza de valas e retirada de escombros", acrescenta.
O bairro Sertão Verde foi um dos mais afetados pelos desastres naturais que atingiram a região. Cerca de oito moradores da localidade morreram e quase 20 famílias tiveram de ser encaminhadas ao abrigo da cidade ou ir para casa de familiares.

Luta
O presidente da Associação de Moradores do bairro conta que agora a principal luta da comunidade é para que a escola Angélica Costa seja reconstruída em algum terreno do bairro.
"Ouvimos dizer que queriam levar a escola para outro bairro, mas queremos que ela permaneça aqui no Sertão Verde. Temos muitas crianças que precisam ser atendidas aqui no bairro", relata Carlos, que promete se esforçar em favor dos interesses do Sertão Verde.