Livro infantil é traduzido para o braille - Jornal Cruzeiro do Vale

Escrever um livro infantil que também fosse traduzido para o braile, idioma dos deficientes visuais, sempre foi o sonho da gasparense Marise Tribess Lages. Ela viu seu projeto se concretizar na noite da última quarta-feira, 13, com o lançamento do livro "O Gigante de Sorvete" nas duas versões.
O evento foi realizado em Blumenau com o apoio da Fundação Cultural de Blumenau e marcou a estréia de Marise no mundo literário, que revela já ter escrito o segundo livro da série. "A idéia foi desenvolver uma história com um fundo moral. Nesse primeiro livro, a aventura dos personagens reforça a importância dos laços familiares e em cada história vamos trabalhar um tema diferente", explica.
O livro conta a história de Nenna e Gennyus, dois irmãos que lutam contra o Gigante de Sorvete. Conforme Marise, a idéia foi também tratar do tema comida. "Muitas crianças, quando enfrentam problemas em casa, acabam descontando suas aflições na comida, abandonando hábitos saudáveis e ingerindo apenas doces. Por isso, na história, os irmãos lutam contra o Gigante de Sorvete".
Marise revela que o livro foi escrito em parceria com Helena Tribess Lages, sua filha, e Amanda Battanoli dos Santos, sua sobrinha. "Inclusive, os nomes delas estão na capa como co-autoras. Elas realmente ajudaram a desenvolver as idéias, o perfil dos personagens e as ilustrações que recheiam as folhas", conta.
Os próximos livros da série já começaram a ser desenvolvidos e deverão trabalhar temas como a valorização das raças e a beleza interior.

Braile
Foram impressos 3 mil livros comuns e 3 mil na versão em braile. A autora destaca que a idéia de traduzir o trabalho para uma versão para deficientes visuais surgiu após seu contato com uma deficiente auditiva. "Fui professora por muitos anos e tive uma aluna com dificuldades. Por isso pensei em desenvolver um material que facilitasse o acesso das crianças ao mundo literário".
Além das páginas em relevo o material voltado para os portadores de deficiência visual também conta com textos escritos em fontes maiores. "Nem sempre o grau de deficiência visual é completo. Muitas vezes há apenas dificuldade em ler, por isso optamos pelas duas formas", acrescenta.