Lúcido e com memória e disposição de deixar qualquer um no chinelo. Aos 95 anos, Laurentino Schmitt, morador do distrito Belchior, não só viu Gaspar ser emancipada como também participou da história política da cidade.
Laurentino nasceu em 20 de junho de 1924, na rua José Patrocínio dos Santos (Cananeia), no Belchior Central. Em 1950, se casou com Josefina Schmitz e com ela teve seis filhos. Trabalhou na lavoura com seu pai plantando cana, aipim e milho. Mas, sua grande paixão sempre foi a política e o serviço voluntário.
Considerado uma forte liderança comunitária e sempre envolvido com as demandas do bairro, foi convocado, em 1955, a participar da diretoria da Igreja Sagrado Coração de Jesus. Este foi o pontapé inicial para uma longa atuação como presidente.
Laurentino também esteve à frente da construção da nova paróquia e do salão comunitário do Belchior (hoje Sociedade Harmonia). Seu trabalho gerou muito reconhecimento entre os moradores.
Em 1992, ficou viúvo de Josefina e, no ano seguinte, casou-se com Darci Maria dos Santos, com quem vive até hoje.
Faltando poucos dias para o aniversário de Gaspar, Leurentino lembra com carinho do período em que foi vereador. Em 1976, 878 pessoas depositaram nele o seu voto de confiança e garantiram que ele tivesse uma vaga na Câmara municipal. Ele lembra que, na época, uma das prioridades da população era a instalação de energia elétrica em diversos bairros da cidade. “Primeiro, consegui colocar luz no Saltinho, na rua André Schmitt, depois na Carolina, Cananeia e Arraial. Por fim, no Vale da Fumaça e também na rua José Schmitt Sobrinho” lembra.
As linhas telefônicas também eram um assunto muito comentado há mais de 40 anos. “O pessoal do comércio pedia muito telefone fixo nos bairros. Conseguir isso foi um pouco mais difícil, pois tinha uma quantidade específica de linhas que precisavam ser pegas. Algumas pessoas da oposição não queriam, mas deu certo”, conta, rindo.
Naquela época, os vereadores não tinham salário fixo. Eles ganhavam apenas uma ajuda de custo para se deslocar e participar das sessões. “Eu não tinha salário, mas ganhava ajuda no combustível. Todo trabalho voluntário que desempenhei me ajudou a chegar na câmara e representar os moradores”.
O terreno onde está localizada a Escola Municipal Belchior, na rua Bonifácio Haendchen, era de propriedade de Laurentino. Ele doou para que fosse construída uma escola no bairro. “O governo só faria a escola se alguém doasse o terreno. Por isso, decidi doar. Depois, recebi uma carta de agradecimento do ex-governador Heriberto Hülse. Tenho guardada até hoje. Não me arrependo de sempre ter me envolvido com a comunidade. Até hoje eu fico ansioso para as eleições. Gosto muito de política”.
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