As obras de reparo do Gasoduto Bolívia-Brasil na região de Gaspar foram retomadas na última terça-feira, 2. A decisão de continuar os trabalhos foi tomada após uma reunião entre representantes da empresa TBG e o diretor da Defesa Civil de Santa Catarina, Major Márcio Luiz Alves, realizada em Florianópolis.
A previsão é de que os trabalhos sejam concluídos no dia 15 de dezembro, desde que as condições climáticas se mantenham favoráveis. Os operários da empresa haviam deixado o local no último domingo, 30 de novembro, devido a uma determinação de restrição de permanência da Defesa Civil do Estado.
Durante esta semana, funcionários da TGB e da Companhia de Gás de Santa Catarina, SCGÁS, trabalham nas localidades atingidas pelo rompimento da rede a fim de religar o abastecimento de gás na região.
A retomada das obras tem gerado desconfiança em alguns moradores das regiões próximas aos locais onde houve vazamentos. Pedro Oeschler, 43 anos, reside no Arraial e revela que a reativação da rede deixará a comunidade em alerta. "Ficamos com muito medo na primeira explosão. Tivemos que sair correndo de casa", conta.
Pedro conta que estava se preparando para dormir quando ouviu o estrondo. "Foi um barulho muito alto, parecido com um trovão. Depois vimos um clarão, parecia que era dia. Como já tinha visto na televisão sobre uma explosão na sexta-feira, imaginei que se tratava da mesma coisa".
Apesar da declaração dos moradores, a TGB emitiu uma nota de esclarecimento informando que não haveria evidências de explosões em nenhuma parte da tubulação no trecho acidentado do Gasoduto Bolívia-Brasil na cidade. Segundo análise preliminar dos técnicos da empresa, a hipótese até o momento é que uma pedra de aproximadamente 15 toneladas rolou, juntamente com sedimentos e vegetação, por cima do duto, causando o rompimento da tubulação naquele ponto.
De acordo com técnicos da empresa, uma explosão provocaria fissuras ao longo da faixa de terra onde o gasoduto está enterrado e após uma inspeção no local do acidente, as equipes teriam encontrado a faixa de terra intacta.
Comunicado da empresa
A TBG conta com diversos mecanismos de controle e segurança, como válvulas de segurança a cada 30km, monitoramento remoto 24 horas e programas de inspeção terrestre e aérea. A empresa também adota a Norma ASME (American Society of Mechanical Engineers) B 31.8 S, que determina os procedimentos de manutenção da integridade do duto. Para a instalação do gasoduto foram realizados inspeções e estudos geológicos e geotécnicos antes e após a obra.
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