Quando a Fundição Santa Terezinha iniciou seus trabalhos, em 7 de setembro de 1986, todo o processo de fabricação de peças em ferro fundido era feito de forma manual.
O molde era produzido na mão, assim como a desmoldagem das peças, que era feita com o auxílio de uma picareta e a areia utilizada para fazer estes moldes também era peneirada na mão. A sucata utilizada para fazer o ferro líquido, era carregada dentro de pequenos baldes e conduzida até o forno através de cordas, puxadas de forma braçal. Para retirar os excessos de areia das peças a equipe utilizava uma escova de aço.
Além de maior esforço físico, o trabalho também era mais demorado. A empresa tinha capacidade de fazer apenas uma fusão por semana, e produzia cerca de três toneladas de peças por mês.
“Éramos em quatro sócios: eu, meus irmãos José (in memorian) e Paulo Cesar, e nosso amigo Mário Depiné. Fazíamos tudo, desde a compra de matéria prima até a fabricação e venda do produto final. Nós entendíamos de produção, pois trabalhamos durante muitos anos em uma metalúrgica da cidade, mas o trabalho administrativo tivemos que aprender sozinhos”, conta Agostinho da Cruz, diretor da FST.
Aos poucos, conforme a produção foi crescendo, a empresa precisou contratar funcionários, mas no início, seu Agostinho conta que os sócios pediam a ajuda de alguns amigos para dar conta da produção. “Eles nos ajudavam nos finais de semana e, em troca, assávamos uma carne para agradecer pelo apoio”, recorda.
No ano de 2005, Paulo Cesar e Mário Depiné decidiram deixar a sociedade, e seu José e seu Agostinho tornaram-se os únicos sócios proprietários da FST.
Os irmãos assumiram o desafio de modernizar a empresa e fazê-la crescer. Eles batalharam para transformar a FST em uma grande empresa e sempre decidiram juntos os caminhos que seriam trilhados para alcançar o sucesso.
Todas as decisões sempre foram tomadas em conjunto, até setembro de 2015, quando José da Cruz faleceu, e deixou o irmão Agostinho à frente da empresa, hoje administrada ao lado dos filhos de Agostinho e José.
Incentivadores
Um grande incentivador da empresa foi seu Manoel Antônio da Cruz (in memorian), que desde o início ajudou os filhos para ver a Fundição Santa Terezinha crescer. Aurea Maria Coelho da Cruz (in memorian), esposa de José, e Cleia Terezinha da Cruz, esposa de Agostinho, também sempre deram apoio e incentivo para ver o sucesso da Fundição Santa Terezinha.
“Tanto eu quanto a Aurea tivemos medo no início, não sabíamos se a empresa daria certo, e eles estavam deixando um emprego fixo para abrir o próprio negócio. Depositamos toda a nossa confiança neles, e apoiamos da forma como podíamos, pois sabíamos que era o sonho deles. Hoje fico muito feliz ao ver o sucesso que a Fundição Santa Terezinha alcançou”, relata Cleia.
O trabalho nos dias de hoje
30 anos depois, o processo de fabricação de peças em ferro fundido se modernizou, e a FST caminhou ao lado da modernidade, evoluiu, investiu em equipamentos de alta qualidade, e tronou-se uma das maiores empresas do ramo de fundição no estado de Santa Catarina. Hoje a empresa possui cerca de 100 funcionários, tem capacidade para produzir 350 toneladas de peças por mês, e faz entrega de suas peças para clientes em diversos estados brasileiros.
“Era meu sonho, e do meu irmão José, fazer da FST uma empresa de sucesso e só alcançamos isso devido ao apoio de nossa família. Nossas esposas acreditaram no nosso potencial e nossos filhos vestiram a camisa, e hoje administram a empresa com seriedade. Depois de 30 anos ainda me sinto como um deles, e por isso me preocupo em sempre fazer o melhor para eles. É uma honra saber que várias famílias hoje tiram seu sustento da nossa empresa. Somos todos como uma grande família”, afirma Agostinho.
07 de setembro de 1986
A Fundição Santa Terezinha começa a operar ainda de forma manual, em uma antiga cerâmica do bairro Coloninha, alugada pelos quatro sócios. A empresa foi chamada de Fundição Independência, por causa da data de início das atividades. O nome foi utilizado até dezembro de 1997. Produzia poucas peças para alguns pequenos clientes da região.
22 de outubro de 1986
Empresa adquire seu primeiro equipamento – um jatinho de areia que passa a ser utilizado para limpar as peças. O trabalho de limpeza até então era executado de forma manual, com uma escova de aço.
FST conquista seu primeiro grande cliente, a empresa Siemsen, para quem produz peças até os dias de hoje. A primeira peça produzida para a Siemsen foi uma coluna de serra fita para açougue - veja ao lado.
São contratados os primeiros funcionários:
• João Maria Cezar
• Antônio Carlos da Silva
• Osmar Bernardi
• Sidney da Silva
• José Inácio Wippel
• Adelmo Alves de Almeida
É adquirido um terreno no bairro Santa Terezinha para a construção da sede própria da empresa. Iniciam os trabalhos de construção de um galpão de 10X40 metros quadrados para alocar a produção, que ainda funcionava no galpão alugado e era executada de forma totalmente manual.
Sede própria é inaugurada, produção aumenta para cerca de 15 toneladas por mês, novos funcionários são contratados. Empresa investe em um forno cubilô maior para dar conta da produção.
É contratada a primeira funcionária para o setor administrativo: Iracema Maria da Cruz.
Empresa adquire sua primeira máquina de moldagem mecanizada. Moldes são transportados a mão, e os trabalhadores atuam em todas as etapas de produção da empresa.
Moldes passam a ser transportados através de carrinho e uma nova máquina de moldagem mecanizada é adquirida.
A produtividade aumenta, mais funcionários são contratados – já são cerca de 50 colaboradores no total, e a empresa começa a se estruturar. Neste ano começam a ser criados oficialmente os primeiros setores, e cada equipe passa a fazer apenas um tipo de serviço - moldagem, macharia, forno, entre outros.
É adquirida a primeira máquina carregadeira para fazer o transporte da areia, retirando de vez o uso do carrinho de mão.
No início de 1998 a empresa passa a se chamar Fundição Santa Terezinha, nome escolhido em homenagem ao bairro onde esta situada a sede da FST.
Com o aumento do número de colaboradores e a modernização da empresa, surge a necessidade de pensar na segurança da equipe, que passa a utilizar os equipamentos necessários para executar os serviços de fundição. Neste ano, a empresa realiza sua primeira Semana Interna de Prevenção de Acidentes – SIPAT, com o tema: Organização e Limpeza, tudo a ver com segurança.
Empresa instala o sistema de transporte por trilhos, facilitando assim o trabalho de carregamento de moldes, peças e matéria prima.
Os sócios Paulo Cesar e Mário Depiné decidem deixar a sociedade para investir em outros negócios e os irmãos José e Agostinho compram a parte deles da empresa e assumem a direção sozinhos.
Iniciam as obras de ampliação da sede da empresa para um galpão com 3.600 metros quadrados.
Empresa recebe sua primeira Certificação de Qualidade ISO 9001.
Neste ano a FST também modernizou e reestruturou todo o laboratório, onde passaram a ser executadas as análises químicas do processo de produção.
É instalado um forno elétrico, que passa a substituir o forno cubilô. O novo forno possibilita a produção de diversos tipos de ligas, como o ferro nodular, que a partir de 2008 começa a ser produzido pela FST.
Nova sede é inaugurada.
Para aperfeiçoar ainda mais a segurança oferecida a todos os seus colaboradores, a empresa contrata sua primeira técnica de Segurança do Trabalho, Kristine Correa da Silva.
Empresa adquire novo terreno para ampliar ainda mais os espaços e instalar o setor de macharia.
Número de colaboradores aumenta a cada dia e a empresa começa a investir em benefícios para todos. Em fevereiro é implantado o Plano de Saúde Servmed. No mesmo ano, em novembro, é criado o Jornal Interno da FST.
É criada a comemoração dos Aniversariantes do Mês, com um café especial servido para todos os colaboradores que fazem aniversário. Ação é realizada até os dias de hoje.
São instalados os silos de armazenagem de areia com correia transportadora, evitando o armazenamento de areia no chão. Toda a areia passa a ser transportada por correia
Pela primeira vez, FST participa da Feira Metalurgia como expositora, até então sempre participou como visitante. Feira é o segundo maior evento da indústria de fundição do Brasil.
Empresa contribui com a obra de asfaltamento da rua São Bento, que dá acesso ao parque fabril da Fundição.
É adquirida a máquina de moldagem gazzola, que ampliou a capacidade de produção de moldes com dimensões maiores.
Setor de Acabamento recebe uma máquina para quebra de massalote, que substituiu a quebra de canal manual com marreta por um sistema ergonomicamente adaptado ao fluxo de produção, reduzindo o esforço físico e aumentando a produtividade e a satisfação pessoal dos operadores. Também é adquirida uma máquina sopradora automática para o setor de Macharia e um misturador automatizado.
Empresa bate o recorde de produção, com 333 toneladas de peças entregues.
Colaboradores realizam a Primeira Campanha do Brinquedo da FST durante a Sipat e arrecadam 1.359 brinquedos. Arrecadação é entregue para crianças de alguns CDIs da cidade.
Empresa desenvolve um laudo ergonômico de todos os setores, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida de todos os seus colaboradores.
Preocupada em contribuir com a formação de jovens para o mercado de trabalho, FST adere ao Aprendiz Legal, um programa de aprendizagem voltado para a preparação e inserção de jovens no trabalho.
Empresa contrata sua primeira médica do trabalho. Doutora Andrea Fernanda Roque Lorena.
FST investe em um refeitório próprio e na construção de um vestiário. Espaços são inaugurados durante um churrasco de confraternização, realizado no dia 1° de maio, Dia do Trabalhador.
A preservação do Meio Ambiente ganha destaque nas ações da empresa, que implanta um Eco Ponto para coleta de resíduos eletrônicos e resíduos gerados na empresa e trazidos pelos funcionários.
Através da Sipat, colaboradores arrecadam mais de1.500 brinquedos, que são distribuídos na Festa de Natal do CRASS Zilda Arns.
Em setembro deste ano, a empresa sofre a maior perda de sua história. Após graves complicações de saúde, José Antônio da Cruz encerra sua trajetória nesta vida, e parte deixando muitos ensinamentos e muitas saudades para toda a família FST.
É criada na empresa uma escola de educação de jovens e adultos para a elevação da escolaridade, a Escola Santa Terezinha Fazendo o Futuro. O projeto é uma parceria com o Sesi, e dá a oportunidade para que os colaboradores voltem a estudar.
Na área da saúde, a empresa passa a realizar diversas ações como as campanhas do Novembro Azul, Outubro Rosa e o Programa FST100% Livre do Tabaco, que ajudou os fumantes a abandonarem o vício e proibiu o fumo na empresa.
Empresa cria um Comitê de RH, Saúde e Segurança, que todos os meses se reúne para avaliar os índices de absenteísmo da empresa. Equipe é composta por integrantes da direção e líderes de todos os setores da FST.
Para conscientizar os colaboradores sobre a importância de cada um fazer a sua parte por um trânsito mais seguro, FST realiza sua primeira campanha do Maio Amarelo, com palestras de orientação e revisão das motos dos colaboradores.
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