Frei Geraldo Freiberg é sepultado no Cemitério Municipal de Gaspar - Jornal Cruzeiro do Vale

Frei Geraldo Freiberg é sepultado no Cemitério Municipal de Gaspar

23/01/2012

Frei Geraldo Freiberg, 77 anos, foi sepultado no Cemitério de Gaspar na manhã desta segunda-feira, 23. Diversos padres, bispo Dom José Negri, familiares e a comunidade de Gaspar marcaram presença no sepultamento. O padre franciscano, Frei Geraldo Freiberg,  foi encontrado no dia 22 morto no apartamento dos franciscanos na praia de Gravatá, em Navegantes, em adiantado estado de deformação. Ele exercia os trabalhos pastorais em Lages, SC, e passava alguns dias de férias no litoral catarinense. Frei Geraldo trabalhou por muitos anos na Paróquia São Pedro Apóstolo de Gaspar. Frei Geraldo era natural de Jaraguá do Sul.

Edição 1356

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Por: Frei Walter de Carvalho Júnior

No início da noite de ontem (22/01/2012), fomos surpreendidos pela notícia do falecimento de Frei Geraldo, encontrado morto, já em estado de decomposição, no apartamento de praia da Paróquia de Gaspar, em Navegantes, onde ele gostava de passar alguns dias em descanso, segundo palavras de Frei Germano Guesser, guardião. Desde terça-feira à noite, não houve mais comunicação com Frei Geraldo. Ele foi encontrado sentado no sofá da sala, inclinado para esquerda, voltado para o mar, que gostava de observar, porém, muito desfigurado.

Frei Geraldo será sepultado amanhã, às 10h30, no Cemitério de Gaspar.

Dados pessoais, formação e atividades

? Nascimento: 10.12.1934 (77 anos de idade), em Jaraguá do Sul, SC;
? Admissão ao Noviciado: 19.12.1957, em Rodeio, SC;
? Primeira Profissão: 20.12.1958 (53 anos de Vida Franciscana);
? Profissão Solene: 02.02.1962;
? Ordenação Presbiteral: 14.12.1963 (48 anos de Sacerdócio);
? 1959 ? 1960 ? Estudos de Filosofia, em Curitiba, PR;
? 1961 ? 1964 ? Estudos de Teologia, em Petrópolis, RJ;
? 1965 ? Rio de Janeiro: ano de Pastoral;
? 14.12.1965 ? Londrina: pastoral;
? 28.01.1968 ? Rio Negro: paróquia;
? 15.01.1971 ? Gaspar: guardião e pároco;
? 05.12.1979 ? Rodeio: guardião e pároco;
? 12.01.1986 ? Santo Amaro da Imperatriz: guardião e pároco;
? 18.01.1992 ? Petrópolis: guardião e pároco;
? 10.01.1995 ? Kelkheim ? Alemanha: vigário da casa e vigário paroquial;
? 05.12.1996 ? Ituporanga: vigário da casa e vigário paroquial;
? 15.08.1997 ? Vila Velha ? Penha: guardião e reitor do santuário
? 20.12.2006 ? Gaspar: vigário da casa e pároco;
? 17.12.2009 ? Lages: guardião e vigário paroquial;

Frei Geraldo foi o guardião que acolheu a minha turma de noviciado, em 1982, como a várias outras, em Rodeio. Seu modo discreto, simples e fiel de viver o quotidiano da vida fraterna marcou nossos primeiros passos no caminho de iniciação franciscana. E essa lembrança foi sendo reforçada nos encontros esporádicos que a vida nos reservou.

Em sua ficha autobiográfica, afirma que o seu trabalho preferido foi sempre a pastoral, procurando atender a todos. Seguia sempre o princípio de não ?apagar a chama que fumega?. Não atendia aos que queriam privilégios particulares . E isso lhe rendeu alguns dissabores.

Quanto à Vida Franciscana, desejava ser um frade que pudesse dar boa ajuda à Província. Sabendo de suas limitações, não alimentava desejos especiais, a não ser aquilo que deveria ser do comum dos cristãos, mas sempre animado pelo ideal franciscano. Sabia que a vida de frade não é fácil. ?Meu desejo era corresponder à vocação. Não queria ?lançar mão do arado? e depois olhar para trás. (?) Procurei nunca não aceitar uma transferência. As transferências fazem parte da vida do frade. Notei que aceitar uma transferência é libertar-se de muitos empecilhos na vida. Não é fácil começar de novo depois de uma transferência, mas isto rejuvenesce?.

Quanto à evangelização, Frei Geraldo afirma que ?a ação pastoral, sendo autêntica, continua sempre atual e pode trazer muitos frutos para a Igreja, pois os frades são bem aceitos, especialmente no Brasil. Não importa que o frade seja pároco. O que importa é a disponibilidade e o atendimento educado e caridoso. Tratar a todos de modo igual e com humildade faz o frade ser aceito. Não importa muito o lugar geográfico ou o tipo de casa, onde o frade mora e trabalha. O que importa é se ele leva o convento em sua pessoa?.

Que Frei Geraldo, simples, fiel e humilde, encontre, na morte, a face do Deus pobre que se fez um de nós. Ele que faleceu contemplando o horizonte do mar e o mistério da vida.

Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil.

Comentários

Odir Barni
23/01/2012 22:08
Para quebrar um pouco a tristeza pela morte de Frei Geraldo, quero aqui acrescentar algo que ele minha tia Evelina Lussoli Barni sempre me contou. Frei Geral passou sua infância na cidade de Presidente Getúlio, morava próximo ao Hospital Cruzeiro, quando passava da escola gostava de assustar minha tia; jogava pedras dentro do tanque de lavar roupas, era brincalhão, amigo de meus familiares. Tio Dorval dono da venda na esquina do hospital sempre perguntava pelo Frei Geraldo, tio Dorval faleceu no ano passado e tia Evilina ainda está viva, mora em Botuverá, a única que pode confirmar esta passagem. Com todo o respeito, em nome daqueles que o conheceram digo: Descance em Paz Frei Geraldo!

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