O medo de que a polícia bata à porta para retirar sua família do pequeno casebre construído no terreno invadido no Jardim Primavera já pode ser deixado de lado por Jucileia Tomaz, 41 anos, e os demais moradores que invadiram o local, pelo menos por enquanto. Apesar de o prazo para que as famílias deixem o local ter chegado ao fim na última segunda-feira, 13, uma brecha na interpretação sobre a ordem judicial poderá conceder aos moradores mais alguns dias, ou até mesmo meses, residindo na área.
O terreno pertence ao Banco Econômico S/A e o advogado da empresa, Celso Garcia, explica que após os representantes das famílias terem entrado com um agravo de instrumento solicitando a permanência na área, um novo prazo foi dado. "A ordem prorrogou o prazo, mas não deixou claro a partir de quando. Enquanto não houver uma decisão definitiva para este agravo não poderemos dar nenhum outro passo", conta.
O comandante do batalhão de Polícia Militar de Gaspar, Alexandre Pimentel, reforça a informação e destaca que até o momento não foi feito nenhum comunicado oficial solicitando auxílio para retirada das famílias que ocupam o terreno.
Com a ausência das ações de despejo, Jucileia poderá permanecer por mais tempo na área com sua família. "Aqui é muito tranquilo. Todo mundo se entende muito bem e ninguém quer abandonar tudo que construiu por aqui", revela a moradora.
Para facilitar a rotina, as famílias utilizam energia elétrica cedida por uma empresa de outdoors, que possui um ponto próximo do local. Já a água é repassada pelos proprietários de uma residência próxima ao terreno.
Leilão
Na última quarta-feira, 15, chegou ao fim o prazo para que as pessoas interessadas em adquirir o terreno invadido pelas 43 famílias após a catástrofe de novembro dessem seus lances. O terreno, com mais de 18 mil metros quadrados, estava sendo leiloado com lance mínimo de R$ 748 mil.
"Agora que o prazo para aceitação de propostas foi encerrado, os lances serão analisados pelos organziadores do leilão", esclarece o advogado, ressaltando que ainda não há um comprador definido da área.
Copyright Jornal Cruzeiro do Vale. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Jornal Cruzeiro do Vale (contato@cruzeirodovale.com.br).