Ex-funcionários ameaçam organizar manifestação - Jornal Cruzeiro do Vale

Ex-funcionários ameaçam organizar manifestação

31/01/2012

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Há quase 16 anos, Maria Terezinha Angioletti espera para receber a indenização trabalhista referente aos 20 anos que dedicou trabalhando para a empresa de Malhas Emerson. A empresa gasparense decretou falência em 1996 e desde então seus mais de 300 funcionários esperam para receber os direitos legais.

Cansados de enfrentar a demora nas negociações, os trabalhadores ameaçam fazer uma manifestação em frente ao Fórum da Comarca de Gaspar nos próximos dias. ?Ainda não definimos nem a data e nem a hora, mas se não conseguirmos garantir nossos direitos, vamos fazer uma manifestação pacífica. Queremos levar pelo menos umas 300 pessoas para o Fórum e mostrar que estamos na luta pelos nossos direitos. Não vamos desistir?, afirma Maria Terezinha.
A ex-funcionária integra a comissão formada para negociar com advogados do Sindicato dos Trabalhadores do Setor Têxtil e representantes da empresa falida as formas de garantir que os trabalhadores sejam indenizados. ?Eu recebi apenas parte do meu FGTS e mais nada quando fui demitida. Se fosse calcular hoje teria que receber pelo menos uns R$50 mil?, comenta Maria Terezinha.

Antônio Florêncio também integra a comissão. Ele trabalhou quase sete anos na empresa e saiu com as mãos vazias no dia da rescisão. ?O que queremos é apenas garantir que todas as negociações feitas até o momento não sejam esquecidas. Fizemos um acordo em 2010 e queremos garantir que ele será cumprido?, comenta.

Acordo

O acordo a que se refere Antônio foi definido em uma reunião entre representantes da massa falida das Malhas Emerson, representantes do banco que havia emprestado dinheiro à empresa e representantes do sindicato dos trabalhadores, realizado em outubro de 2010. O acordo previa que o patrimônio da massa falida fosse vendido e o valor repartido entre o banco e os ex-funcionários. Com a venda do patrimônio foram arrecadados R$1,7 milhão, porém, este valor ainda não chegou até os trabalhadores.

O advogado do sindicato dos trabalhadores, Osmar Packer, explica que ainda não houve a divisão dos valores, pois o acordo não foi homologado pelo Ministério Público e nem pela juíza responsável pelo caso.  ?O entendimento da Justiça é de que o acordo só será homologado caso tenhamos a autorização da viúva do ex-proprietário da empresa, o falecido senhor William Emerson Braun, e ainda não conseguimos esta autorização. Além disso, o juízo questiona o pagamento de honorários ao sindicato, porém, trabalhamos por esta causa e achamos justo este pagamento?, explica.

Segundo o advogado, somente quando estas questões forem resolvidas é que o acordo será homologado e o dinheiro dividido entre as partes.

Edição 1357

Comentários

Teresinha Matilde da Silva
31/01/2012 19:46
Apoio à manifestação:

Temos que cooperar entre nós ex-trabalhadores e que estamos esperando há 16 anos por solução! Vamos nos unir e fazer manifestação sim, pelos nossos direitos!!!!! Vamos lutar através de manifestação no fórum ou se preciso em Brasília!
RODRIGO
31/01/2012 13:54
pelo menos uma noticia boa, o devedor não vai mais fazer ninguém de escravo, e que a justiça dos homens faça alguma coisa por estes TRABALHADORES BRASILEIROS.
Lindair Maria Lanz Schneider
31/01/2012 13:18
APOIO À MANIFESTAÇÃO:

Gostaria de usar esse meio de comunicação para dizer à dona Maria Terezinha Angioletti que pode contar comigo na manifestação referente aos direitos negados depois de tantos anos de serviços prestados à Malhas Emerson.
Maior que a minha revolta, é o desejo de mudanças e fazer com que a voz do oprimido ecoe em alto som para chamar a atenção das autoridades competentes; pois saiba dona Maria Terezinha, que temos muito poder em nossas mãos, basta demonstrarmos através de atitudes como essa, que aos meus olhos demorou, pois vivemos num sistema que nos coíbe, nos trata como marionetes sem ação crítica, que não deseja indivíduos que lutam por seus direitos, que só lembram que temos deveres......
E vocês devem estar dizendo: quem essa mulher pensa que é pra falar essas coisas, pois digo à vocês que fui costureira durante boa parte da minha vida, sei o que é enfrentar chão de fábrica, trabalhar incansavelmente para atingir a produção exigida, deixar os filhos doentes em casa para não perder nenhum dia de trabalho, pois faria muita falta no 5º dia útil, trabalhar e sonhar com dias melhores, sonhar com reconhecimento, sonhar com o final de ano para receber o 13º salário, para quem sabe dar uma melhoradinha na casa, e se sentir feliz, pois muitos nem casa tem.
Nunca, jamais, devemos nos sentir envergonhados de exigir nossos direitos, de lutar por aquilo que é justo, que é seu.
Vergonha deveriam sentir aqueles que exibem carrões de luxo, mansões extravagantes, viagens ao exterior, tirados do suor e da exploração de operários que só tem sua mão de obra para vender,que é a mais valia citada por Marx, e que, ao surgir uma crise econômica, decretam falência, demitem seus empregados com uma mão na frente e outra atrás, e esses esperam até 16 anos como a dona Maria Terezinha, e ainda não recebeu aquilo que é seu por direito.
Acredito que todos deveriam se unir nesse movimento trabalhista, para que isso não volte à acontecer, um povo consciente atinge grandes proporções através do seu grito, da sua coragem, pois as limitações são fronteiras criadas apenas pela nossa mente.
Um homem só tem o direito de olhar um outro de cima para baixo para ajudá-lo a levantar-se.
Lindair Maria Lanz Schneider
Cientista Social

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