Há quase 16 anos, Maria Terezinha Angioletti espera para receber a indenização trabalhista referente aos 20 anos que dedicou trabalhando para a empresa de Malhas Emerson. A empresa gasparense decretou falência em 1996 e desde então seus mais de 300 funcionários esperam para receber os direitos legais.
Cansados de enfrentar a demora nas negociações, os trabalhadores ameaçam fazer uma manifestação em frente ao Fórum da Comarca de Gaspar nos próximos dias. ?Ainda não definimos nem a data e nem a hora, mas se não conseguirmos garantir nossos direitos, vamos fazer uma manifestação pacífica. Queremos levar pelo menos umas 300 pessoas para o Fórum e mostrar que estamos na luta pelos nossos direitos. Não vamos desistir?, afirma Maria Terezinha.
A ex-funcionária integra a comissão formada para negociar com advogados do Sindicato dos Trabalhadores do Setor Têxtil e representantes da empresa falida as formas de garantir que os trabalhadores sejam indenizados. ?Eu recebi apenas parte do meu FGTS e mais nada quando fui demitida. Se fosse calcular hoje teria que receber pelo menos uns R$50 mil?, comenta Maria Terezinha.
Antônio Florêncio também integra a comissão. Ele trabalhou quase sete anos na empresa e saiu com as mãos vazias no dia da rescisão. ?O que queremos é apenas garantir que todas as negociações feitas até o momento não sejam esquecidas. Fizemos um acordo em 2010 e queremos garantir que ele será cumprido?, comenta.
Acordo
O acordo a que se refere Antônio foi definido em uma reunião entre representantes da massa falida das Malhas Emerson, representantes do banco que havia emprestado dinheiro à empresa e representantes do sindicato dos trabalhadores, realizado em outubro de 2010. O acordo previa que o patrimônio da massa falida fosse vendido e o valor repartido entre o banco e os ex-funcionários. Com a venda do patrimônio foram arrecadados R$1,7 milhão, porém, este valor ainda não chegou até os trabalhadores.
O advogado do sindicato dos trabalhadores, Osmar Packer, explica que ainda não houve a divisão dos valores, pois o acordo não foi homologado pelo Ministério Público e nem pela juíza responsável pelo caso. ?O entendimento da Justiça é de que o acordo só será homologado caso tenhamos a autorização da viúva do ex-proprietário da empresa, o falecido senhor William Emerson Braun, e ainda não conseguimos esta autorização. Além disso, o juízo questiona o pagamento de honorários ao sindicato, porém, trabalhamos por esta causa e achamos justo este pagamento?, explica.
Segundo o advogado, somente quando estas questões forem resolvidas é que o acordo será homologado e o dinheiro dividido entre as partes.
Edição 1357
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