Já imaginou ter que passar pela difícil decisão de escolher se seu animal de estimação continua ou não vivo? Essa semana, Jander Queiroz passou por essa situação. Slepou, o cão de 19 anos da raça Dachshund, foi sacrificado devido a uma série de doenças que faziam com que ele não tivesse uma boa qualidade de vida.
Conforme conta Jander, o cãozinho estava na família há 17 anos e já havia sido submetido a diversos tratamentos de saúde. Ele teve dois tumores, estava 90% cego e surdo, possuía calombos crescendo pelo corpo, tinha convulsões sempre que tomava banho, não aguentava se locomover e possuía vários sintomas de fraqueza. O agravamento da situação fez com que, em conversa com um veterinário de confiança, o tutor optasse pela eutanásia.
O procedimento que fez com que Slepou parasse de sofrer durou menos de meia hora. Primeiro, o cão foi anestesiado. Passados cerca de 10 minutos, quando ele já estava sedado e dormindo, a eutanásia foi realizada. “Acompanhei do início ao fim e fiz um enterro. Me senti perdendo alguém da família, mas tomei essa decisão para que ele não sofresse mais. É muito sofrido, mas retardar o falecimento do animal que passa por uma situação assim é o mesmo que deixar ele sofrendo”, diz Jander.
Médica Veterinária da Clínica Unicão, Jaqueline Baehr explica que o momento certo para optar pela eutanásia é aquele em que o animal possui uma doença incurável ou quando ele está sofrendo. “Sempre avaliamos a situação junto com o tutor e o procedimento só é realizado em comum acordo entre o dono do animal e o médico veterinário. Após essa decisão, o tutor assina um termo de autorização e pode acompanhar todo o procedimento, que é feito de forma indolor”.
Eutanásia é o ato intencional de tirar a vida de um animal de forma indolor. Ela é realizada quando o animal é acometido por uma doença incurável ou quando está sofrendo. O procedimento é tecnicamente aceitável e cientificamente comprovado. Ele só pode ser realizado por um médico veterinário e o Conselho Federal de Medicina Veterinária possui um guia de boas práticas para esses casos.
Primeiro, o animal recebe uma anestesia geral. Quando ela faz efeito e o animal encontra-se dormindo, ele recebe uma injeção letal, que é aplicada pelo médico veterinário. Após alguns minutos, é feita a identificação de parâmetros para que seja anunciado o óbito do animal. “Em todos os casos de eutanásia, antes do procedimento, é combinado com o proprietário a destinação do corpo do animal. O tutor pode avaliar três opções: a cremação com crematórios próprios para animais; o descarte como material biológico, feito com empresas credenciadas que descartam o animal como material hospitalar; ou o enterro realizado pelo próprio tutor, em local escolhido por ele”.
De acordo com o presidente da Associação Gasparense de Amparo e Proteção dos Animais, Rafael Araujo de Freitas, a principal orientação aos tutores é que procurem um médico veterinário de sua confiança para trocar informações a respeito do caso. “Cada situação é diferente e cada animal possui um diagnóstico distinto. Por isso, em momentos delicados como esse, é valido também a busca por uma segunda opinião de outro médico veterinário. Isso para que o tutor possa tomar sua decisão de maneira tranquila e certeira”.
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