“...Ela mora em outra casa. Traz presentes. Faz coisas não programadas. Leva a passear, não ralha nunca. Deixa lambuzar de pirulitos. Não tem a menor pretensão pedagógica. É a confidente das horas de ressentimento, a secreta aliada nas crises de rebeldia...”
A descrição da famosa romancista Raquel de Queirós traduz bem o papel da avó na vida dos netos. Na casa da avó pode tudo. Pode dormir sem lavar as mãos, mexer no armário da louça, fazer trem com as cadeiras da sala, destruir revistas, riscar a parede com o lápis, e pode fazer muitas outras faceirices da infância.
O amor de avó é um amor sem medida, sem a preocupação de ter que educar e ensinar para a vida. Para Marisa Santos Pereira, avó de primeira viagem, a chegada da neta Júlia, hoje com dois anos de idade, veio para transformar a casa, a rotina e a vida da família. “Ser avó é muito bom, é saber que história tem continuidade. O amor é diferente do amor pelos filhos, é um amor sem preocupação de acertar, simplesmente amamos incondicionalmente. É uma delícia satisfazer a vontade de um neto, poder mimar sem culpa, pelo simples fato de vê-lo feliz”, conta.
Mas, tanto mimo e satisfação de vontades precisam ter limites. Segundo as psicólogas Roberta Seles da Costa e Raiana Bonatti de Souza Botão, associadas da Sociedade Brasileira de Psicologia, a avó tem um papel complementar, porém importante na vida dos netos. Contudo, os principais responsáveis pela educação são os pais. “Certamente o papel de avó dispõe de privilégios, mas isso não significa que “vale tudo”. O desenvolvimento saudável de uma criança inclui que ela discrimine como se comportar em diferentes contextos. Quando os avós interferem nos limites impostos pelos pais e permitem que a criança faça o que deseja sem ressalvas, é provável que ela não aprenda o que é adequado e inadequado em uma situação, o que pode contribuir para diversas dificuldades na vida do neto, incluindo problemas vinculados aos relacionamentos interpessoais, afinal, o neto certamente encontrará pessoas diferentes de si e é preciso respeitar os limites e o espaço do outro”, explicam as profissionais.
Então, para as vovós de plantão, a dica é aproveitar muito os momentos ao lado dos netos, mas nunca esquecer de ser um ponto de apoio para os pais na desafiadora tarefa de educar.
Se você, assim como muitas mulheres, está pensando em investir em um negócio próprio para trabalhar em casa, mais perto dos filhos e com mais flexibilidade para estar com a família, atenção. É preciso muita disciplina e alguns cuidados para não deixar a rotina do lar influenciar no trabalho e vice-versa.
Trabalhar em casa exige organização e colaboração. Os ganhos com flexibilidade de horário, menor stress com deslocamentos, maior economia e a proximidade familiar, muitas vezes esbarram em questões como as interrupções domésticas, a falta de delimitação do tempo de trabalho, o espaço físico nem sempre adequado e específico para sua atividade, e o isolamento profissional.
Todo e qualquer negócio exige regras que são necessárias para uma boa produtividade e tais regras, quando negligenciadas, colocam em risco o seu produto ou a sua capacidade de transformar sua ideia em um negócio lucrativo.
Em um artigo publicado no portal Empreendedorismo Rosa, a psicóloga e psicanalista Vânia Vidal de Oliva, fala sobre a importância da mãe empreendedora saber limitar, delegar, mandar, barrar, e correr riscos para fazer do seu negócio um empreendimento de sucesso.
“Para tal, ela precisa estar em equilíbrio consigo mesma e ciente do seu desejo como empreendedora. Sua postura e sua atitude precisam corresponder ao seu desejo de avançar neste campo, mesmo sabendo que terá que sacrificar parte do seu tempo e atenção a sua família”, afirma.
A psicóloga também avalia que avança como empreendedora aquela mulher que consegue lidar com sua culpa, minimizar suas angústias, delegar responsabilidades e equilibrar seu tempo. Outras se tornam apenas mães prendadas”, acrescenta.
- Procure um negócio que seja a combinação entre fazer o que gosta, encontrar uma oportunidade de negócio e ter chance de crescimento;
- Defina qual será o diferencial do seu negócio perante seus concorrentes;
- Tente vender seu produto/serviço de uma forma bem simples, sem grandes investimentos, para avaliar se ele tem aceitação com os clientes;
- Esteja pronta para lidar com os desafios financeiros. Um negócio leva em média três a cinco anos para se estabelecer;
- Não economize na contratação da equipe, pois eles serão a garantia do seu sucesso.
A maternidade está relacionada a mudanças em aspectos bastante amplos na vida da mulher, incluindo desde alterações biológicas e estéticas até a rotina diária. Por isso é importante que ela aproveite esse novo papel, sem anular os demais papéis que já faziam parte de sua vida, como de esposa, amiga, profissional, entre outros. É muito comum novas mamães quererem assumir todas as funções no cuidado da criança e acabarem se sobrecarregando em meio às muitas mudanças trazidas com a maternidade.
Para vencer a fadiga da nova rotina, a dica das psicólogas Roberta Seles da Costa e Raiana Bonatti de Sousa Botão é buscar pontos de apoio. “Esta ajuda pode vir de várias partes: do médico especialista que acompanha a gravidez e aquele que acompanhará a criança desde o momento de seu nascimento; de familiares e amigos da mãe, que podem ajudar no processo pós-parto, ou com a parceria para que as descobertas sejam desvendadas em conjunto; e do outro responsável pela criança, mesmo que este não tenha mais um vínculo amoroso com a mãe. Toda a ajuda é bem-vinda para lidar com a maternidade”, recomendam
Cuidar de si mesma
É claro que um bebê exige muita atenção e cuidado, e para oferecer todo esse carinho é preciso também cuidar de si mesma e reservar um tempo para si. “A princípio isso pode parecer impossível, porém é essencial para manter o equilíbrio e diminuir a sobrecarga. Não existem fórmulas mágicas, é necessário que cada pessoa encontre as melhores estratégias para conciliar as diferentes demandas da rotina. Uma boa dica é incluir outras pessoas nessa aventura. Os papais, por exemplo, devem ter tantas responsabilidades quanto às mães, cada um ao seu modo pode e deve colaborar”, orientam.
A Depressão pós-parto acomete mulheres que acabaram de ser mães e ocorre geralmente entre o segundo e o quinto mês de vida do bebê. Segundo as psicólogas Roberta Seles da Costa e Raiana Bonatti de Sousa Botão, a depressão pode acontecer na vida de qualquer pessoa e muitos podem ser os precedentes para o desenvolvimento deste transtorno. Neste caso específico, algumas hipóteses podem ser levantadas, como a mudança drástica na rotina da mulher e da família; a perda de atividades antes consideradas prazerosas; a inserção de estímulos considerados aversivos, tais como o choro da criança;
a falta de experiência, o que pode acarretar em uma alta exigência da mulher; ou episódios depressivos em outros momentos da vida da mãe.
Além destes, muitos outros podem ser os eventos que antecedem e mantém os comportamentos depressivos, sendo imprescindível o acompanhamento de profissionais da área tanto para o diagnóstico, quanto para o tratamento da doença.
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