A moradora da rua Da Conceição, no bairro Pocinho, Leidy Nara de Souza, ficou surpresa ao acordar na manhã da última sexta-feira, 12, e encontrar seu cão morto na beira da estrada. O animal de estimação da família foi a décima vítima de envenenamento na localidade.
O fato está assustando os moradores, que se dizem indignados com a situação. "Estamos assustados. Nossa rua era conhecida como a rua dos cachorros, pois todos têm animais de estimação. Mas há cerca de duas semanas esta realidade mudou e não sabemos mais o que fazer", desabafa a moradora.
Henrique Zisinhewiski mora na mesma rua que Leidy e diz já ter visto um funcionário de um restaurante próximo à rua da Conceição enterrando um cão. Três cachorros dele também foram mortos por envenenamento: um ele encontrou agonizando na estrada e os outros dois, ficou sabendo que já estavam enterrados quando voltou de um fim de semana na praia.
O que deixou o morador indignado foi que ninguém sequer tentou conversar com os moradores da rua para dizer que seus animais de estimação estavam atrapalhando. "Não tínhamos ideia do que estava acontecendo até começar a saber das mortes. Matar um animal que não tem como se defender é crime, além disso, a situação é perigosa para as crianças da vizinhança, que podem ter um contato acidental com o veneno", comenta.
Leidy e Henrique pedem para que alguma autoridade tome providências para evitar que novos animais sejam envenenados. "Quem faz isto além de não ter cachorro, não tem coração. Se tivesse não mataria nossos cães", comenta a moradora.
Para o vereador Rodrigo Althoff (PV) a atitude de quem envenena um animal é desumana. O vereador é integrante da ONG Amigos do Verde que além de lutar pela preservação da natureza, também luta em defesa aos animais. "É preciso primeiramente fiscalizar e punir as pessoas que fazem este tipo de monstruosidade, e então conscientizar a população, principalmente as crianças nas escolas, de que os animais são seres vivos que merecem respeito e carinho", opina o legislador.
Amigos do Verde
A ONG Amigos do Verde trabalha na recuperação de alguns cães que são maltratados pelos donos e os põe para doação. Eles contam com ajuda de veterinários, mas ainda precisam de um maior apoio, uma vez que são os próprios participantes quem mantêm a organização. Mais informações sobre a ONG podem ser obtidas através do telefone 8412-2002.
Grupo de amigos vai doar animais retirados das ruas
Durante o Sábado na Praça especial de Aniversário de Gaspar, que acontece no próximo sábado, 20, a gasparense Franciele de Lima e amigos estarão promovendo a adoção de quatro cães. O grupo trabalha na recuperação de cães abandonados pela sociedade. Os amigos não fazem parte de nenhuma ONG, apenas acreditam que há a necessidade de dar um dono para os animais abandonados. Todos os cães que serão doados foram retirados das ruas, castrados e vacinados por conta do grupo, que tira este dinheiro do próprio bolso.
Este trabalho é feito há cerca de dois anos de forma esporádica, não há metas a serem atingidas e nem um número mensal de cachorros recolhidos. Franciele os define como protetores voluntários, que acolhem os animais conforme a situação financeira e do espaço que cada um tem em casa, pois é lá que eles ficam até que seja arranjado um dono. Quando são poucos cachorros, eles são mandados a Associação de Proteção aos Animais de Blumenau, Aprablu.
Adoção
Para a adoção, o grupo costuma pedir documento de identidade e comprovante de residência de quem quer adotar para que seja feito um termo de responsabilidade do dono sobre o cão. Mas os cuidados tomados vão além disso: para ter certeza de que podem confiar no novo dono, telefonam ou visitam a casa dele por seis meses para verificar a situação do bicho de estimação. O principal motivo da participação no Sábado na Praça é divulgar o trabalho e sensibilizar a população sobre os animais abandonados, um problema que está longe do fim, mas que pode aos poucos ser resolvido através da conscientização.
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