Muito mais do que um laço sanguíneo! A amizade entre as irmãs Reinert, filhas do seu Gardinho e da dona Eunicia, vai além do protocolo familiar da boa convivência. Os encontros são verdadeiros e carregam o genuíno significado da união. Quando estão juntas, a diversão é garantida. É contagiante. Risadas daqui, zoações de lá... elas não passam despercebidas. Estão sempre na mesa mais animada, dão o abraço mais sincero e proferem a palavra mais acolhedora. Descrevê-las é uma espécie de terapia.
Elas são Sandra (52), Cynara (51), Andreia (49), Luciana (48), Tatiana (43) e Fabiana (38). Mulheres fortes e com personalidades distintas. A fidelidade? Vem de berço! Na infância e adolescência, a parceria ia do puxão de cabelo à troca de roupas. Uma juventude raiz, como elas mesmas descrevem: muitos vizinhos, brincadeiras, brigas e muito, muito amor.
Conforme conta Sandra, ela e as irmãs passaram os primeiros anos de vida no bairro Margem Esquerda, com exceção das duas mais novas. “Morávamos ao lado da família da mãe. Depois, mudamos para o Bela Vista e passamos um tempo em Blumenau. Mas retornamos para Gaspar, no Coloninha, onde nossa mãe vive até hoje. Em todo lugar que moramos, sempre tivemos boas amizades e muita história para contar”, relembra a primogênita.
Cynara, a segunda das seis irmãs, lembra dos momentos marcantes da infância e adolescência. “Cada uma tinha seu ano de ir para Aparecida do Norte com os nossos pais. Chegar a nossa vez era algo muito importante. Esperávamos ansiosas. Tínhamos também nossos próprios grupos de amigos, que costumavam frequentar nossa casa. Os encontros aconteciam também na casa da Vó Nice, nossa fortaleza. Nossos pais acabaram tendo inúmeras ‘filhas extras’”, descreve, entre risadas.
Com a chegada da vida adulta, elas seguiram seus próprios caminhos e entenderam que, independentemente das escolhas que tomassem de forma individual, as irmãs sempre estariam inclusas. Hoje, cada uma tem seu núcleo familiar, sua profissão e, algumas, outras cidades como lar. Porém, o companheirismo está no sangue, no coração e na mente. Não é sobre estar perto a todo instante. É sobre amar, respeitar e torcer pelos passos das demais.
Inclusive, esta é uma característica muito forte na família. É uma alegria imensa para todas celebrar conquistas dos sobrinhos e também agregados, por exemplo. Por esse motivo, as irmãs Reinert são atrações confirmadas em casamentos, formaturas e eventos do gênero. Elas também adoram mandar boas energias aos parentes e amigos que começam em um novo trabalho, encaram a viagem dos sonhos ou se mudam para uma casa nova.
É ótimo compartilhar sorrisos. Mas, e nos momentos difíceis... quem está ao seu lado? No caso das irmãs Reinert, a amizade também se fortalece na tristeza. Em outubro de 2018, faleceu José Edegar Reinert, popular Gardinho, pai das seis mulheres. “Ele ficou 28 dias internado no hospital. Nos revezávamos para cuidar dele. Sempre ouvimos histórias de perrengues enfrentados nessas horas, pela dificuldade de encaixar horários. Mas, para nós, foi ao contrário. Fizemos uma escala e todas cumpriram à risca”, destaca Luciana.
A irmã também comenta que não houve brigas ou discussões. “Estávamos dispostas a dar o melhor. No enterro, nós seis carregamos o caixão, cantando ‘Chalana’, música que nosso pai adorava e tocava na gaita. Temos certeza que ele ficou muito feliz do legado que deixou. Amor: a forma de relevar algumas situações e seguir em frente”.
Três meses depois, mais uma tragédia: Andreia perdeu seu marido. “Minhas irmãs foram fundamentais para mim e para meus filhos. Eu ainda estava abalada com a morte de meu pai e, logo em seguida, enfrentei um novo luto. Ele faleceu enquanto pedalava e minhas irmãs estenderam as mãos e me fortaleceram diante desse pesadelo”, conta Andreia, emocionada.
Uma mandala formada por seis números ‘6’. É esse desenho que estampa as costas das irmãs Reinert como um símbolo de união e ligação entre elas. “Fizemos a mesma tatuagem. Fomos todas juntas e deixamos o tatuador louco. As coisas acontecem na hora certa. Sempre tivemos vontade de fazer alguma coisa que demonstrasse nosso amor uma pela outra. E nada melhor que uma tatuagem. Mais um laço que nos une”, diz Tatiana.
Os aglomeros, abraços e beijos, tão presentes nas reuniões da família Reinert, precisaram dar um tempo. Em virtude da pandemia, as irmãs estão se reunindo de maneira virtual, em videochamadas e conversas no WhatsApp. Quem fala sobre a adaptação é Fabiana, a mais nova da família. “Sentimos muita falta de estarmos juntas, daquele churrasco no fim de semana na casa da Vó Nice. Agora, a gente aproveita a tecnologia para compartilhar nossas conquistas e até tristezas. Vibramos uma pela outra, damos conselhos e até puxões de orelha”.
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