Disputa pelas 13 cadeiras da Câmara de Gaspar deve ser ainda mais acirrada em 2020 - Jornal Cruzeiro do Vale

Disputa pelas 13 cadeiras da Câmara de Gaspar deve ser ainda mais acirrada em 2020

04/09/2020
Disputa pelas 13 cadeiras da Câmara de Gaspar deve ser ainda mais acirrada em 2020

Com as primeiras definições das listas de candidatos, anunciadas essa semana pelos partidos que formam a coligação Kleber Wan-Dall/Marcelo Brick, começa outra vez o sonho de dezenas de iniciantes na política gasparense: conquistar uma cadeira na Câmara Municipal de Vereadores. Ao lado de nomes já conhecidos – alguns já ao final de sua sexta legislatura – os novatos projetam números que lhes garantiriam um futuro melhor. Ou, ao menos, quatro anos sob os holofotes da vida parlamentar no município.

Quando o assunto é o legislativo municipal, a primeira imagem que vem à mente dos eleitores é uma grande e pomposa estrutura, lotada de funcionários, com os vereadores cercados de regalias e benefícios. De acordo com o presidente da Câmara de Gaspar, Ciro Quintino (MDB), a realidade é bem diferente. Ele lembra que a estrutura do Legislativo local é uma das mais enxutas do estado e que os recursos de que a Câmara dispõe estão previstos em lei e são suficientes para os custos básicos, como salários, diárias e material de expediente.

“A Lei define a verba da Câmara em 7% do orçamento do município. Não somos nós que votamos ou decidimos. Em Gaspar, os vereadores não usam celular pago pelo contribuinte, não há verbas de gabinete e somos muito responsáveis na utilização dos recursos”, garante Ciro. Conforme o presidente, o salário dos vereadores está há mais de 20 anos sem aumento real. Neste período, afirma ele, houve apenas o repasse da inflação previsto em lei.

Apesar dessa condição de economia de recursos, as despesas da Câmara são de gente grande. O salário de cada um dos 13 vereadores, somado aos seus 13 assessores, ultrapassa R$ 11 mil ao mês em média. Em um ano, são mais de R$ 143 mil. Em quatro anos, são R$ 576 mil. A esse montante precisa ser acrescido o salário dos 15 servidores da Casa Legislativa, que gira em torno de R$ 131.236 mensais. Em um ano, são mais de R$ 1,57 milhão destinados a folha de pagamento dos funcionários, efetivos ou comissionados.

Em 2020, a despesa corrente anual projetada foi de R$ 1,7 milhão. Fazem parte dessas despesas material de consumo, como papel, combustíveis e outros insumos, pagamentos a terceiros, internet, auxílio alimentação e diárias dos vereadores. Além disso, anualmente é fixado um valor de investimentos – em 2020, são R$ 1,92 milhão. Desse total, o que não é utilizado volta aos cofres públicos ao final do ano.

O presidente Ciro Quintino, que está em seu segundo mandato, avalia que o trabalho dos vereadores está à altura do que uma cidade como Gaspar precisa e exige. Para ele, o poder legislativo sempre esteve ao lado dos grandes projetos da cidade, e nas horas mais importantes aprovou aqueles que beneficiavam a sociedade.

Em 2020, mesmo sob um ano de dificuldades em meio a pandemia do Covid-19, Ciro avalia que os vereadores desempenharam seu papel e atenderam as demandas das comunidades de Gaspar.

O que atrai os candidatos ao legislativo?

Vereador de primeira legislatura, Evandro Carlos Andrietti (MDB) precisou ser insistente para ocupar seu lugar. Nas duas primeiras tentativas ficou como suplente. Na sua avaliação, uma legislatura nem sempre é tempo suficiente para realizar todos os projetos e atender a todas as demandas da comunidade. Morador do bairro Barracão, teve 1.095 votos em 2016 e acredita que sua caminhada à reeleição não será nada fácil. “Essa é uma eleição totalmente diferente, muitas coisas não podem ser feitas. Eu gosto de abraçar, de beijar, de estar com as pessoas e vou ter que me contentar com a abordagem a distância”, disse.

Sobre o salário, afirmou que um vereador não pode se candidatar pensando no valor que vai receber, porque ainda há a imagem do assistencialismo e da ajuda financeira entre os eleitores. Segundo ele, não há como negar ajuda, seja na compra de alguns bilhetes de rifa, ações entre amigos ou participar de campanhas de doação das mais diversas. “O salário é uma ilusão, tem meses que a gente paga para trabalhar, é muito difícil dar conta de todos os pedidos”, contou.
Wando, como é conhecido na comunidade, explicou que o funcionamento da Câmara de Vereadores é bem diferente do que as pessoas imaginam. “Quando as pessoas pensam nos vereadores, acham que temos muitos funcionários à disposição, verbas, salários, diárias, e que podemos fazer tudo que queremos. Mas é bem difícil. Aprendi muita coisa na política. É uma excelente experiência, e quero continuar trabalhando na minha comunidade”, projetou.

 

 

 

Edição 1967

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