Dia das Costureiras: as guerreiras da indústria têxtil em Gaspar - Jornal Cruzeiro do Vale

Dia das Costureiras: as guerreiras da indústria têxtil em Gaspar

25/05/2021

 

Você sabia que na próxima terça-feira, 25 de maio, é celebrado o Dia da Costureira? O objetivo da data é valorizar ainda mais o trabalho das competentes profissionais que tanto se empenham entre linhas, agulhas e máquinas. A verdade é que todo mundo tem uma parente, vizinha ou conhecida que é costureira. Muitas seguiram a tradição da família e aprenderam na prática. Outras descobriram o dom mais tarde e puderam estudar com a ajuda da tecnologia. A forma com que aprenderam não importa: essas mulheres estão por toda parte e realizam um trabalho extremamente importante na sociedade.

Dados

Gaspar é um grande polo têxtil. Douglas Junkes, coordenador no Núcleo Têxtil da Associação Empresarial de Gaspar, afirma que as costureiras são o símbolo da indústria têxtil mundial. “Ao longo dos anos, o setor se modernizou e até hoje a costureira segue insubstituível. Os demais processos já contam com a tecnologia e são automatizados”.

Ele reforça que, hoje em dia, muitos homens também já trabalham com costura. “Gaspar tem cerca de 23 mil trabalhadores. Destes, pelo menos nove mil estão empregados na indústria têxtil. Apesar de não existir um levantamento oficial, estima-se que existam cerca de três mil pessoas que prestem o serviço de costura na cidade, sejam elas formais ou informais”.

Campanha celebra mês da costureira

O Conselho Municipal de Desenvolvimento Socioeconômico (DEL) de Gaspar está promovendo uma campanha para o mês das costureiras. O objetivo é prestigiar três profissionais que passaram por algum momento difícil durante a pandemia, mas superaram os problemas e conseguiram continuar vivendo da costura. A iniciativa vem de encontro com a solidariedade, em um momento em que muitas pessoas estão sendo afetadas pelo coronavírus, seja pela saúde ou economia, por exemplo.

Uma comissão formada pelos membros do DEL vai avaliar e selecionar as histórias recebidas para premiar as de maior destaque com um dia de deusa. Isso mesmo! As três costureiras vencedoras ganham uma verdadeira transformação: corte de cabelo, hidratação, pedicure, manicure e make, além de dicas de beleza e cuidados pessoais. Trata-se de uma homenagem simbólica a quem tanto merece ser valorizada.

Para participar, as costureiras devem produzir um vídeo de no máximo um minuto contando sua história de superação. O arquivo deve ser enviado via WhatsApp (47) 3331-6384. Os materiais podem ser encaminhados até o dia 31 de maio. Na mensagem, é necessário mencionar o nome completo, idade e empresa que a profissional trabalha.

Fomento da indústria têxtil em Gaspar

Há muitos anos, a indústria têxtil é um dos principais pilares da economia brasileira. Em Gaspar, já conhecida como a Capital Catarinense da Moda Infantil, não é diferente. Em busca do título de Capital Nacional da Moda Infantil, o município vem valorizando cada vez mais o empresário, a mão de obra industrial e inclusive o turismo.

Exemplo disso é o site Costurando Gaspar, lançado pelo Núcleo Têxtil da Associação Empresarial de Gaspar (Acig) e Associação de Micro e Pequenas Empresas (Ampe). O portal online conecta e oferece gratuitamente costureiras (os) a novos trabalhos, empresas com vagas disponíveis e venda de insumos, além de destaque para as oportunidades do Sine.

Livro de memórias

Em paralelo à campanha, o Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) de Gaspar se reuniu com as entidades para organizar um outro projeto: um livro que deve contar as histórias que envolvem o movimento têxtil no município. Para isso, a colaboração da comunidade é essencial. Se você, leitor, possui fotos que registram as primeiras indústrias têxteis de Gaspar, entre em contato pelo telefone (47) 3318-3701. Valem imagens dos locais entre os anos 1900 e 1970; ou de peças de vestuário até o ano de 1960.

 

Histórias entrelaçadas

Com um sorrisão no rosto, Tânia Reinert não esconde a felicidade que tem em trabalhar como costureira. Aos 50 anos de idade, carrega a experiência de mais de três décadas nesse ofício que lhe enche de orgulho. Seu serviço é prestado com muita atenção e comprometimento. Afinal, seu objetivo sempre foi entregar os melhores produtos. Portanto, cada detalhe importa e merece seu empenho. E o resultado não poderia ser outro: roupas de primeira mão.

Quem a conhece sabe que sua trajetória sempre foi marcada pelo trabalho. Tânia conta que seu primeiro emprego na área foi em 1985, na Hering. “No início, eu fazia a costura manual. Peguei gosto e aprendi rápido. Um ano depois me deixaram ir para a máquina. Foi paixão à primeira vista. Desde então, sigo firme na profissão”. O tempo passou e ela se aperfeiçoou cada vez mais como a grande costureira que é.

Tânia conta que sua vida tem como um dos pilares o trabalho. “Fui ensinada desde cedo sobre a importância de ser honesta. Passei por grandes empresas da região e sempre procurei captar o melhor cada uma. Dessa forma, aprendi muito ao longo dos anos”. A trabalhadora é, de fato, um exemplo de dedicação. Seu esforço tem o respeito de todos à sua volta. “É da costura que conquisto minhas coisas. Minha família admira esse ofício”.

Filha

Inspirada pela mãe Tânia, Morgana Reinert, de 25 anos, também se apaixonou pela costura. “Eu também comecei cedo, via o amor que a minha mãe tinha por essa profissão e me encantei”. Apesar de jovem, tem dez anos de experiência na área e hoje é o braço direito da sua maior inspiração. “Abrimos nosso próprio negócio e somos muito felizes trabalhando juntas. A gente se diverte, mas também rala bastante para dar conta de toda demanda”.

Conforme conta Morgana, ela e a mãe trabalham apenas com moda infantil. “Nós temos máquinas de cobertura, overloque e reta. Sabemos manusear todas e dividimos bem os serviços. É um ambiente muito saudável. Nós temos bastante liberdade para resolver nossas coisas fora da facção. Mas, depois voltamos a focar na costura. Já passamos noites trabalhando para entregar em tempo. Mas é extremamente gratificante”, enfatiza a jovem.

Amizade no trabalho

Há um ano, Tânia e Morgana contam a ajuda de Darci Isabel Luiz na facção. A trabalhadora tem 58 anos, é aposentada e viu nesse novo serviço uma oportunidade de continuar na ativa. “A gente se dá muito bem. Nosso dia a dia é de muito foco, mas sempre tem tempo para uma boa gargalhada. Estou muito contente com nossa união e parceria”, garante a costureira que também é apaixonada pela profissão.

 

 

 

 

 

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Edição 2003

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