Muito mais do que tecer... Mas costurar histórias! Elas são fortes, guerreiras e batalhadoras. Não medem esforços para trabalhar e buscam sempre o melhor resultado. Imprescindíveis. Necessárias e inspiradoras. Mulheres que merecem ser homenageadas por uma profissão tão bonita. Na quarta-feira, 25 de maio, Gaspar comemorou o Dia da Costureira. A data remete à valorização dessas personalidades tão importantes na sociedade.
Na Capital Nacional da Moda Infantil, as costureiras são muito amadas! É bem provável que você, leitor (a), tenha alguma costureira de mão cheia na família. Ou uma amiga que costura há muitos anos e realiza trabalhos fantásticos em frente à máquina. Aliás, em um município com cerca de nove mil trabalhadores do ramo têxtil, sendo boa parte constituído por costureiras, com certeza conheces uma profissional admirada no bairro, por exemplo.
Nesta edição do Jornal Cruzeiro do Vale, a reportagem conta um pouco da história de quatro costureiras que representam a classe muito bem. Elas têm idades diferentes, moram em bairros distintos e histórias que se diferem. Porém, o amor pela profissão é tão grande que homenageá-las nesta data especial é como abraçar todas as costureiras de Gaspar. Exemplos de honestidade e luta. Orgulho para toda região.
Na sua profissão, quem te inspira? As costureiras de Gaspar têm uma grande mulher para se espelhar: Florina Muller. Ela é a profissional mais antiga ainda em exercício na cidade. Batalhadora, sempre com um sorrisão no rosto e uma humildade que a aproxima ainda mais das colegas de trabalho. Com mais de três décadas de trabalho na área, ela gosta tanto de ser costureira que já tomou uma importante decisão: “Vou me aposentar esse ano, mas quero continuar trabalhando”, afirma contente.
De acordo com dona Flor, como é conhecida, ser costureira é ser artista! E não é que ela tem mesmo razão? “Comecei a costurar numa facção e também já trabalhei em empresas. Atualmente, faço parte de uma equipe que amo muito. Meu patrão é muito bom e valoriza nosso trabalho”, conta. Muito querida por todos, a profissional se orgulha demais do cargo que exerce. “Costureira com orgulho”, conclui.
Talentosa e sem tempo ruim, Jaqueline Cezário é um excelente costureira. Moradora do bairro Margem Esquerda, ela trabalha há duas décadas no setor. “Sempre fui curiosa, então comecei trabalhando em casa, como auxiliar de costura da minha mãe. Assim, aprendi tudo”, revela a profissional de 38 anos.
Ao olhar para sua carreira, ela se emociona: “A costura, como qualquer outro trabalho, precisa de amor para ser feito. Saber que produzimos peças de roupas que percorrem um longo caminho e vestimos pessoas ao redor do mundo é gratificante”, conclui emocionada.
Vânia dos Santos tem 34 anos de idade e ao menos 25 de profissão. Ainda na infância, aprendeu a costurar para ajudar nas despesas de casa. “Quando eu aprendi a costurar, não tinha nem dez anos ainda. Meus pais passavam por uma situação financeira difícil, eram muito humildes. Meus irmãos também trabalhavam fora”, relembra emocionada.
A moradora do bairro Santa Terezinha conta que rapidamente encontrou um serviço. “Vindo da escola, parei em uma facção e perguntei se poderiam me ensinar a arte da costura. Foi assim que consegui meu primeiro emprego e juntei um dinheirinho pra colaborar em casa”. Segundo Vânia, que hoje é uma costureira de mão cheia, a vida lhe proporcionou grandes aprendizados: “Comecei a costurar no manual. Aproveitava quando as costureiras mais experientes iam ao banheiro para usar a máquina e aprender. Sempre me dediquei muito”.
Moradora do bairro Margem Esquerda, Catilce Maciel trabalha como costureira há 26 anos. Ela tem uma longa trajetória na área e se consolidou como referência no ramo têxtil. “Meu primeiro emprego foi no manual. Sempre achei interessante montar as peças. Inclusive, no começo da minha carreira, eu aproveitava o horário do café para aprender melhor a usar a máquina no trabalho”, comenta a trabalhadora.
Aos 40 anos, a costureira já passou por diversas áreas da profissão. “Já fui piloteira, inspetora de qualidade, trabalhei na distribuição de serviço, como instrutora de costura e ensinava a montar os modelos”, destaca orgulhosa. Ela também guarda no peito o amor por essa profissão tão linda. “Sempre achei o máximo. Desde pequena, eu olhava as peças e a linha de produção... me encantava”.
Para Catilce, ser costureira é ser feliz. “Vim de família humilde, minha mãe que costurava minhas roupas. Hoje, quando eu fabrico peças e olho o resultado final, me sinto realizada. É realmente muito gratificante”.
Quem deixa um recado especial às costureiras é Douglas Junkes, empresário do ramo têxtil e atual presidente da Associação dos Empreendedores de Micro e Pequenas Empresas (Ampe) de Gaspar e Ilhota:
“Em 2019, provocamos nosso Executivo e a Câmara de Vereadores no sentido de efetivarmos o dia 25 de maio como data comemorativa dedicada às nossas costureiras. Assim, em 2022, chegamos ao terceiro ano de festejos dessa profissional que em todo o mundo é a figura símbolo da indústria têxtil.
A partir da eclosão da Revolução Industrial, na segunda metade do século 19, a indústria do vestuário toma um impulso extraordinário em todo o mundo e a mulher se torna figura de destaque. E, com isso, inicia sua entrada no mercado de trabalho. Como curiosidade, fica o destaque que os processos da cadeia produtiva do vestuário são quase todos completamente automatizados, menos a costura. Só isso, dá conta da importância dessa profissional.
Parabéns a essas valorosas profissionais que com suas mãos talentosas vestem nossa gente com tanta dedicação e amor.”
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