Coordenador do Centro de Triagem de Gaspar fala sobre a luta para salvar vidas - Jornal Cruzeiro do Vale

Coordenador do Centro de Triagem de Gaspar fala sobre a luta para salvar vidas

21/03/2021
Coordenador do Centro de Triagem de Gaspar fala sobre a luta para salvar vidas

A pandemia não está sendo fácil para ninguém. Mas, especialmente para os profissionais da saúde, a luta é ainda mais desafiadora. Trabalhar na linha de frente do combate ao coronavírus vai além de um simples atendimento. Significa sair de casa todos os dias com a insegurança de saber se vai voltar saudável e conviver com o medo de pegar uma doença tão traiçoeira e passa-la aos seus familiares. É se dedicar ao tratamento de uma enfermidade que não tem prazo para acabar. Carrega o peso de, definitivamente, se doar ao serviço enquanto muitas pessoas ainda se expõem ao vírus, muitas vezes sem necessidade. Cumprir esse papel na sociedade, ciente de que muitas pessoas ignoram as UTIs superlotadas, paralelo à falta de insumos e uma vacinação lenta, transforma o profissional um super-herói. Eles são força, perseverança e amor!

Coordenador do Centro de Triagem do Covid-19 em Gaspar, o enfermeiro Sandro Sandri, de 42 anos, sente na pele a exaustão. “Estou bem preocupado. Vejo várias pessoas não utilizando máscara e não fazendo isolamento social. Promovendo encontros nos finais de semana com pessoas que moram em casas separadas e contraindo a doença. Isso gera a contaminação em massa”.

Neste ano de batalha, o profissional chegou a ser infectado pelo coronavírus. “Mesmo usando todos os equipamentos de proteção, a exposição ao vírus é muito grande. Além de coordenar o Centro de Referência, eu realizo as coletas dos usuários na falta de trabalhadores por motivo de doença”, conta.

Sandro foi o segundo profissional da saúde de Gaspar a ser vacinado. Exposto ao vírus e, ao mesmo tempo, imune, ele pede a colaboração de todos ao se referir à nova onda da pandemia. “Esta doença é silenciosa e cruel. Já matou várias pessoas e só quem perdeu um ente querido sabe realmente como é ver o coronavírus destruir uma família. Pode ser uma mãe, um pai, um filho, qualquer outro familiar ou amigo...”. Em setembro de 2020, Sandro perdeu o pai, que contraiu o vírus durante uma internação, após cirurgia cardíaca.

Com muita saudade do pai e preocupado com o agravamento da pandemia em todo país, o enfermeiro apela: “Se você ama sua família e seus amigos, fique em casa! Lave as mãos, use álcool gel, use máscara e troque-a a cada duas horas”.

Rotina de trabalho

Após um ano de pandemia em Gaspar, muitas pessoas já passaram pelo Centro de Triagem. Quem chega ao local passa por diversas etapas até ter o resultado do teste em mãos. Para que a população tenha acesso aos testes de maneira segura e também para que eles sejam realizados da forma correta, existem centenas de pessoas envolvidas em um protocolo rígido de cuidados. Conforme o enfermeiro Sandro Sandri, tudo começa com a verificação dos sinais vitais (temperatura, pulso, saturação sanguínea e pressão arterial). Através de senhas, a população é chamada para que seja feito o cadastro. É nessa hora que são repassadas ao profissional da saúde todas as informações sobre os sintomas. Aí, então, o paciente é encaminhado para o exame de antígeno nasal ou para o teste rápido de sangue. “A escolha do exame depende do número de dias que o paciente diz estar com os sintomas”, detalha.

No caso dos usuários com sinais vitais alterados, iniciam-se os cuidados com medicação, oxigênio e terapia, seguindo a prescrição médica. Após estabilizar cada paciente, quando há necessidade, é feito contato com o hospital para transferir e realizar exames de média ou alta complexidade como tomografia. O usuário que testa positivo é avaliado por um médico e, depois de medicado, é orientado ao isolamento domiciliar.

 

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Edição 1994
 

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