Não existe um dia sequer que familiares e amigos de Suelen Hedler da Silveira e Amanda Grabner Zimmermann deixam de lembrar das jovens que tiveram seus sonhos interrompidos após serem envolvidas em um grave acidente na BR-470, em Gaspar. Porém, é no mês de fevereiro que o coração aperta ainda mais.
Nesta terça-feira, dia 23 de fevereiro, o acidente que tirou a vida de Suelen e Amanda completa dois anos. E, se a família pudesse descrever esta realidade em uma única palavra, ‘justiça’ seria a expressão que mais se encaixa com o momento. “O dia 23 de fevereiro de 2019 foi o mais cruel, dolorido, desumano e triste das nossas vidas, assim como todos os dias até hoje. A cada minuto que passa, a dor e a revolta aumentam, pois até hoje o réu está solto e nós sobrevivemos presos às lembranças de duas jovens com um grande futuro pela frente. Não vivemos mais, apenas sobrevivemos. A saudade corrói, mas Deus nos ampara para podermos continuar lutando por justiça”, diz Elizabete Grabner, tia e madrinha de Amanda.
Os últimos dois anos tem sido de muita luta para que a justiça seja feita. Evânio Prestini, motorista que causou o acidente, teve a prisão em flagrante convertida para a preventiva e, meses depois, foi solto para aguardar o julgamento em liberdade. Entre depoimentos e manifestações por parte das famílias das meninas, há uma grande contagem regressiva para o esperado dia do júri. “O que mais queremos e lutamos é por justiça. Imploramos por agilidade. Nossas forças estão se esgotando. Que venha a data do júri popular logo. E que Deus proteja todos os inocentes de qualquer tipo de assassino”, desabafa Bete.
Ainda não há data para que Evânio Prestiti vá a júri popular. De acordo com o juiz Rafael de Araujo Rios Schmitt, responsável pela Vara Criminal do Fórum de Gaspar, o julgamento será agendado assim que forem julgados todos os recursos interpostos pela defesa do réu. “Atualmente, há um recurso pendente, que deve ser julgado no Superior Tribunal de Justiça no início de março. Após esse julgamento e caso não sejam interpostos novos é que o processo retorna para a primeira instância [vara criminal de Gaspar]. Aí, então, começamos a intimar as partes para arrolarem testemunhas e podemos marcar o júri”.
No dia 23 de fevereiro de 2019, as vidas de Suelen Hedler da Silveira, Amanda Grabner, Maria Eduarda Kraemer, Thayná Cirico e Thainara Schwartz mudaram completamente. Por volta das 6h, elas seguiam pela BR-470, em Gaspar, em um Fiat Pálio que foi atingido por um Jaguar. Suelen, de 21 anos, estava no banco da frente e morreu na hora. Amanda, de 18, chegou a ser socorrida com vida, mas o estado grave fez com que ela não aguentasse e tivesse a morte confirmada no hospital.
Evânio Prestini dirigia o carro e foi flagrado em visível estado de embriaguez. Câmeras de segurança chegaram a registrar a alta velocidade do Jaguar que ele conduzia. No teste do bafômetro, foi comprovado o que era visível: o consumo de álcool que resultou na direção perigosa. Ele foi preso em flagrante.
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