As faixas em frente ao centro de distribuição do bairro Gasparinho deixam claro que os funcionários da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos estão em greve. Parados em frente ao local, eles endossam a greve de nível nacional e que pede por melhorias no trabalho da categoria. ?Estamos aqui não apenas pelos entregadores, mas também por atendentes, gerentes... Pedimos aumento para todos?, explicou Uiliam Correa da Costa, 30 anos, funcionário da estatal há 11.
Os pedidos são de melhores equipamentos, mais efetivo, aumento salarial e a reprovação da medida provisória que visa a privatização dos correios e transformação da empresa estatal em Sociedade Anônima. ?As empresas privadas pensam apenas no lucro, não no atendimento ao povo. A privatização irá prejudicar a população, pois há cidades em que os Correios atuam com prejuízo e outras que compensam, gerando muito lucro. A qualidade vai cair, pois quem garante que a empresa privada vai entregar onde traz prejuízo??, questiona Rudi Smialoski, 50, funcionário da estatal há 9 anos. Ele afirmou que em Gaspar se cumpre o papel social do trabalho dos entregadores, dando como exemplo o fato de só terem aderido à greve um dia depois de ter iniciado para poder entregar todas as faturas que atrasaram devido à enchente.
?As cidades crescem todos os anos e o concurso não acontece anualmente. Precisamos de mais efetivo?, argumentou Luis Fernando Lunardeli, 26 anos, há 3 no Correio.
Os funcionários pedem a reposição da inflação, mais R$400 de aumento linear e benefícios sociais. Hoje, o piso salarial do entregador é de R$807. De acordo com o site do Sindicato de Trabalhadores dos Correios e Telégrafos, a empresa ofereceu a reposição de 6,87%, reajuste linear de R$50 e somente a partir de janeiro de 2012. ?Temos uma perda salarial de 20 anos de defasagem. Nós trabalhamos com valores, mercadorias, medicamentos e em nosso trabalho há riscos: assaltos, acidentes de trânsito, mordidas de cachorro?, defendeu Uiliam.
O que dizem os Correios
A última proposta feita pelos Correios na negociação com os funcionários representava um aumento salarial final de 13% para 64.427 empregados. Com o início da paralisação, a proposta foi retirada.Santa Catarina foi pouco prejudicado, pois houve a adesão de 50 atendentes de um quadro de 800 e o de 30% do setor de carteiros. Agora a empresa se concentrará em distribuir principalmente a carga urgente por meio de hora extra dos carteiros que ainda trabalham, deslocamento do efetivo administrativo e mão de obra terceirizada. Todas as unidades da empresa no estado permanecem abertas e prestando serviços.
Edição 1326
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