A coleira pendurada na parede deixa marcada a ausência de Paquita, a cadelinha que durante cerca de seis anos foi uma das alegrias da família de Janete Rode, de 36 anos. Ela não foi a única da rua Jacob Junkes que teve seu animal de estimação morto. Entre a noite de domingo, 24, e a segunda-feira, 25, cinco cachorros morreram na mesma rua, localizada no bairro Santa Terezinha. Todos eles foram envenenados. Alguns definharam em frente a seus próprios donos.
Este foi o caso de Fofinho, cachorro de uma das filhas de Lurdes Pereira de Oliveira, 42. Ele começou a passar mal na manhã de segunda e em menos de 15 minutos veio a morrer. Fofinho ficava sempre dentro do pátio da casa. Foi lá que viveu durante um ano e três meses. ?Acredito que seja alguém da vizinhança que tenha feito isto, pois todos os cachorros que morreram eram daqui. Minha filha chorou e ficou tão triste que uma de nossas vizinhas deu um novo animal de estimação dela?, conta a dona de casa.
De acordo com as vizinhas, todos os cinco cachorros mortos tinham água, comida e ficavam dentro dos limites dos muros das casas. Nunca houve alguém que as tenha procurado com reclamações sobre o comportamento de algum deles e os animais não ficavam andando pela rua em busca de alimento.
A preocupação das mulheres vai além da morte dos cachorros. ?Nós temos crianças. Vai que alguma delas coloca a mão na comida envenenada dos animais e depois a põe na boca?, preocupa-se Janete. Para ela, a pessoa que fez isto com os cinco cachorros não tem coração. Ela ainda se lembra da noite passada, quando Paquita estava toda faceira em seu local de sempre: amarrada à casinha, dentro dos muros de casa.
Os momentos que passou ao lado de seus filhos e do animal de estimação não irão se repetir. Alguns dos animais que faziam a alegria destas famílias estão agora dentro de buracos. São corpos esperando para ser enterrados em um terreno baldio próximo às residências.
Edição 1312
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