Andarilhos dorme sob a ponte Hercílio Deeke a uma semana - Jornal Cruzeiro do Vale

Andarilhos dorme sob a ponte Hercílio Deeke a uma semana

25/07/2009

6MD.jpgCobertores e restos de embalagens mudaram o cenário da ponte Hercílio Deeke esta semana. A obra, que faz a ligação entre as margens direita e esquerda do município, recebeu a visita de três andarilhos que se estabeleceram em seus alicerces e passam dias e noites aguardando uma oportunidade de seguirem viagem a outras cidades.
Um dos homens que está alojado no local conta que o grupo chegou em Gaspar na última sexta-feira, 17, e ainda não tem previsão para sair. "A gente pensou em ir embora essa semana, mas por causa da chuva não dá pra sair andando por aí. Se o tempo melhorar acho que vamos embora nos próximos dias", explica.
Além de cobertores e roupas, alguns utensílios domésticos também estão no local para ajudar na preparação de alimentos, que são esquentados pelas chamas de uma pequena fogueira improvisada. Para os andarilhos, a escassez de comida é o maior problema enfrentado. "Se alguém quiser nos ajudar e dar comida ou alguma roupa vamos poder seguir viagem melhor", destaca um dos homens do local.
Apenas uma mulher está presente no grupo. Ela conta que veio de Lages e que costumava frequentar uma Casa de Passagem da cidade, mas escolheu dormir embaixo da ponte Hercílio Deeke pois não encontrou um local que oferecesse um serviço semelhante em Gaspar.
O secretário de Desenvolvimento Social, Edinei de Souza, explica que a criação de um local para receber e abrigar andarilhos que passam pela cidade sempre fez parte dos projetos da Assistência Social do município. "Nossa intenção era disponibilizar este espaço no primeiro semestre, mas devido a alguns contratempos tivemos de adiar o projeto, que deverá ser executado ainda este ano".
Apesar de ainda não dispor de um local específico para tratar do problema, Edinei garante que a Assistência Social tem atendido os andarilhos com o objetivo de recuperá-los e acrescenta que, nas últimas semanas, a equipe da Secretaria ainda tem enfrentado um agravante que é o aumento no fluxo destas pessoas pela cidade. "Alguns municípios vizinhos têm fechado o cerco para esta situação, fazendo com que estas pessoas migrem", esclarece.

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