A colheita do arroz em Gaspar está a todo vapor. Apesar do mal tempo registrado em janeiro, os agricultores da cidade vêm trabalhando para colocar em dia o serviço acumulado e garantir a qualidade do produto. Conforme informações da prefeitura, o apanhamento dos grãos ocorre até 10 de março. A soca é cortada de maio até junho.
Em 2021, a expectativa é de 500 mil sacas de arroz sejam colhidas em Gaspar, levando em consideração que a soca rende em torno de 30% da safra normal. De acordo com a Secretaria de Agricultura, existe uma previsão de redução de 10% na produção devido às condições climáticas. “Estamos passando por períodos difíceis, mas todos estão trabalhando”, garante André Waltrick, responsável pela pasta.
Exemplo de agricultor que redobrou os trabalhos é Rafael Prebianca, de 33 anos, que tem terras arrendadas nos bairros Lagoa e Macuco. “Trabalho com meu pai. Cresci em meio à agricultura familiar. Esse ano, por conta das chuvas em janeiro, acumulamos serviço. O arroz que estamos colhendo agora era para ter sido colhido há 15 dias”, comenta.
De acordo com Prebianca, o arroz que estava em fase vegetativa, na floração, também foi afetado. “Esse arroz falha, só dá casca. O grão não chega encher. Ou seja, mais um ponto que vai nos prejudicar muito no período da colheita”, destaca. Apesar disso, ele afirma que a safra está sendo boa, mesmo comparada ao ano passado.
A colheita doarroz segue sendo positiva. O motivo é o valor. Prebianca diz que o arroz do Norte de Santa Catarina tem uma grande variação de preço se comparado com o do Sul do estado. “No dia de hoje [quinta-feira, 11 de fevereiro] estão pagando R$85 por saca. Mas, da cidade de Tubarão para baixo, por exemplo, estão pagando R$90”, exemplifica.
Ele diz que isso influencia de maneira significativa os agricultores de outras regiões a levarem o arroz daqui para ganhar um pouco mais de preço. “Tem bastante arroz indo para lá [Sul de Santa Catarina]. Aqui, só tem três engenhos que compram nosso arroz: Urbano, Cravil e Iguaçu”, conclui o agricultor que trabalha em Gaspar.
A Secretaria de Agricultura reforça que a saca passou de R$46 para R$85, mas que os custos de produção (adubo, defensivos agrícolas, óleo diesel) também aumentaram. André Waltrick enfatiza que, de qualquer forma, a progressão no valor da saca ainda representa mais renda para o agricultor e, consequentemente, mais qualidade de vida.
Em Gaspar, há 2700 hectares de plantação de arroz. Em 70% desta área a colheita é feita com a soca. Ao todo, 236 famílias moradoras da cidade Coração do Vale trabalham diretamente no cultivo do grão. Aqui, a colheita é realizada entre 20 de janeiro e 10 de março.
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