Dia dos Professores: Jabez Wellington é exemplo de criatividade em sala de aula - Jornal Cruzeiro do Vale

Dia dos Professores: Jabez Wellington é exemplo de criatividade em sala de aula

15/10/2024
Dia dos Professores: Jabez Wellington é exemplo de criatividade em sala de aula

Educar é um desafio que Jabez Wellington Fortes, de 27 anos, encara com muita criatividade. Professor da disciplina de Arte nas redes públicas municipal e estadual de Gaspar, ele é um exemplo de jovem que conquistou espaço tanto nas salas de aula quanto nas redes sociais. Seu trabalho é desempenhado com leveza, carinho e amor com o objetivo de transformar a vida de centenas de alunos de maneira única e inovadora. Mas por trás dos vídeos divertidos que viralizam na internet há planejamento, dedicação e um trabalhador multiplataforma que inspira.

Licenciado em Música pela Universidade Regional de Blumenau (Furb) e atualmente cursando pós-graduação em Tecnologia e Inovação na Educação, Jabez começou sua trajetória com a música, mas foi na docência que descobriu sua verdadeira vocação. “Eu sempre gostei de música e estive inserido nesse meio, então a música sempre fez parte de mim”, afirma. Mas foi durante a graduação que ele se deparou com a sala de aula pela primeira vez. “O que mais me fascinou foi estar diante de crianças e adolescentes, entendendo suas realidades e mostrando novos caminhos através da arte”, reflete.

Hoje, Jabez leciona em três escolas: Professor Vitório Anacleto Cardoso, Ferandino Dagnoni e Professor Honório Miranda, onde é regente de uma turma do 3° ano. Com cerca de 600 alunos, ele trabalha com estudantes desde o 2° ano do Ensino Fundamental até o Ensino Médio, sempre buscando aproximar a arte do cotidiano de cada um.

Um dos maiores motivos de alegria para Jabez é perceber o carinho e reconhecimento que recebe não só dos alunos, mas também de seus familiares. “Receber um abraço quando chega na escola ou perceber a alegria e o carinho que os pais têm por saber que trato os seus filhos da melhor forma possível é fantástico”, afirma. Além disso, ele ressalta a importância de ver seus alunos inseridos no universo da arte, livres para se expressarem sem medo de julgamentos.

Sua relação com os estudantes se fortaleceu ainda mais quando ele começou a gravar vídeos de suas aulas e compartilhá-los nas redes sociais. O convite para produzir esse tipo de conteúdo veio dos próprios alunos, que sugeriram que ele criasse vídeos divertidos sobre o que aprendiam. “Eu não fazia ideia que existiam professores que produziam esse tipo de conteúdo, mas os alunos me inspiraram”, conta. Com isso, ele percebeu uma nova maneira de se conectar com os estudantes para tornar as aulas mais atraentes e dinâmicas.

Com o tempo, Jabez se conectou a um grupo de professores que também produzem conteúdos educativos nas redes sociais. Esses profissionais serviram de inspiração para ele e hoje fazem parte de sua rede de amigos e colegas que utilizam as plataformas digitais para melhorar a relação com os alunos.

A participação dos estudantes nos vídeos ajudou não apenas na interação, mas também no desenvolvimento pessoal deles. “Eu percebi que depois que comecei a gravar, os alunos passaram a vir para as aulas mais animados e estão mais próximos de mim. Além disso, também tiveram outros benefícios, como o fato de alunos que antes eram extremamente tímidos e hoje gostam de aparecer e participar dos vídeos, pois foram perdendo parte da timidez”, explica. Esse uso das redes sociais criou uma dinâmica de barganha nas aulas: ele grava vídeos apenas se os alunos se comprometerem com as atividades e participarem das explicações.

Entretanto, Jabez admite que equilibrar as demandas da profissão com a produção de conteúdo para as redes sociais não é uma tarefa fácil. “Essa é a parte que ninguém vê, o trabalho por trás das câmeras”, relata. Os finais de semana são dedicados ao planejamento de aulas, correção de atividades e preparo de materiais, enquanto as noites são reservadas para a criação e edição dos conteúdos. Para dar conta de tudo, ele organiza sua agenda de forma rigorosa, separando dias específicos para cada atividade. “Como eu tenho muitas turmas, várias escolas e ainda tem as redes sociais para produzir conteúdos, fica difícil dar conta de tudo sem abrir mão de momentos de descanso ou de lazer. Ao contrário do que muita gente pensa, o professor trabalha além da carga horária normal”, conclui.

Prestes a completar 28 anos de idade, Jabez Wellington Fortes acredita que ser professor é muito mais do que ensinar teoria. “Ser professor é mostrar caminhos, é guiar sem impor, permitindo que cada estudante descubra suas paixões”. Ele enfatiza que o ensino deve se adaptar às realidades e tecnologias atuais, pois o futuro é desconhecido, mas as ferramentas disponíveis hoje podem fazer toda a diferença para os estudantes. Ele também destaca a importância de criar uma conexão real com os alunos, entendendo suas realidades e mostrando que a tecnologia pode ser uma aliada. “Não é sobre liberar o uso descontrolado das tecnologias, mas sim mostrar as utilidades e possibilidades que eles têm na palma da mão”.

Por fim, Jabez compartilha um conselho valioso professores que enfrentam dificuldades em conquistar a atenção dos alunos: “Conectar-se com a realidade dos estudantes é essencial. Ouvir, entender e ser parte da história de cada um é fundamental. O aluno precisa sentir que o professor é um lugar seguro”. Com sua abordagem inovadora e amor pela educação, ele continua a transformar vidas e inspirar novos caminhos através da arte e da música. Mais do que um professor, ele se tornou uma referência para seus alunos e para outros profissionais da educação, sempre buscando maneiras de fazer a diferença em um mundo em constante transformação.

 

 

 

Edição 2174

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