Vozes não ouvidas - Jornal Cruzeiro do Vale

Vozes não ouvidas

02/08/2013 03:40

No momento em que a saúde pública do país enfrenta debates profundos sobre o serviço oferecido à população, Gaspar volta a viver um momento conturbado com as dificuldades do Hospital de Gaspar para manter o atendimento à comunidade. As conversas que já vinham acontecendo foram adiantadas e uma reunião no Ministério Público, na tarde desta sexta, pode dar novos rumos à gestão da unidade hospitalar, que vão desde o fechamento permanente até o investimento em equipamentos e profissionais para aprimorar o serviço.

O dilema que atinge a cidade expõe nitidamente a diferença existente hoje entre os discursos e as decisões dos administradores públicos. Ao mesmo tempo em que se anuncia a contratação de milhares de médicos, reformulação na grade curricular das universidades de Medicina, o poder público, por intermédio das diferentes esferas, como município, Estado e União, consegue deixar a gestão de um hospital simples como o de Gaspar sofrer diante da necessidade de recursos.

É bem verdade que a aplicação da verba destinada à instituição precisa ser acompanhada de perto. E qualquer suspeita de mau gerenciamento dos recursos deve ser combatida e divulgada sem pudor. No caso do Hospital de Gaspar, apenas com as discussões sobre a saúde da instituição é que vieram à tona os números que integram as planilhas do hospital. O episódio mostra que a transparência, bem como o contato com a comunidade, poderia ser aprimorado. No entanto, superadas essas dificuldades, é preciso vencer a burocracia e as discussões partidárias para, verdadeiramente, ouvir o clamor das ruas e investir numa das maiores reivindicações expressadas pela população brasileira: saúde pública de qualidade.

 

 

Edição 1511

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