A comunidade lotou o plenário da Câmara de Vereadores para acompanhar a audiência pública que discutiu a revisão do Plano Diretor de Gaspar. Em pauta, as mudanças no zoneamento e na ocupação do território gasparense para os próximos anos. Após a apresentação das principais mudanças definidas até agora pelo Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano e pelos demais integrantes que participam da revisão, a comunidade soltou o verbo e não se furtou a dar contribuições e sugestões para aprimorar o novo documento municipal.
A prevenção de desastres é um aspecto importante e que, mesmo repetido à exaustão pelas lideranças que coordenam a revisão do Plano Diretor, precisa ser mais enfatizado na conscientização popular. Se voltarmos no tempo, veremos que pouco menos de cinco anos atrás todos buscavam culpados para a calamidade que atingiu o Vale do Itajaí, condenando a população por ocupar áreas de risco e o município, por ser leviano na fiscalização e na permissão de que famílias ocupem essas áreas.
Alguns anos depois, nem os moradores nem o poder público podem cair na armadilha de esquecer as mazelas causadas pelos desastres naturais. A preocupação com a utilidade de sua propriedade é válida, mas é preciso sempre considerar o fator prevenção na hora de definir áreas propícias para novas construções. O debate sobre a revisão do Plano Diretor precisa ser levado com afinco, pois da mesma forma em que deixar ociosas amplas terras em áreas já consolidadas pode trazer prejuízos coletivos para a cidade, permitir que as construções continuem sem qualquer regulação que alerte para os riscos de cheias e deslizamentos também pode nos colocar de volta em um drama que toda a região espera jamais reviver.
Edição 1525
Copyright Jornal Cruzeiro do Vale. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do Jornal Cruzeiro do Vale (contato@cruzeirodovale.com.br).