O impasse que cerca o convênio do Hospital Nossa Senhora do Perpétuo Socorro com a Prefeitura de Gaspar ganhou um novo - e triste - capítulo: o possível fechamento do Pronto Atendimento. A administração do hospital, após comunicar a decisão ainda na semana passada, voltou atrás na noite desta segunda e decidiu manter o atendimento ao menos por mais um dia. Busca um milagre para manter as portas abertas à comunidade.
O município resolveu se antecipar e ampliar a partir desta terça o horário de atendimento do Centro de Acolhimento de Risco, o CAR, para 24h por dia. A forma com que a cidade pode lidar com um eventual fechamento do Pronto Atendimento ainda possui algumas incertezas. Segundo a Secretaria de Saúde, mesmo fechando o PA, o hospital precisa continuar dando apoio a casos de urgência e emergência, com risco envolvido, algo que ainda não está claro se irá ocorrer. Da mesma forma, a estrutura do CAR suscita dúvidas sobre a capacidade para comportar uma mudança deste porte na demanda de pacientes.
Acima destas questões, o que precisa ser destacado e lamentado é a irresponsabilidade dos agentes envolvidos neste caso, sobretudo os ligados a alguma esfera do poder público. Porque renunciar o atendimento a pacientes por causa de documentações e prestações de contas é, no mínimo, irresponsabilidade. Em um convênio complexo como o de uma unidade de saúde, caberia ao município, ao Estado e a órgãos como o Tribunal de Contas buscar uma forma de resolver o problema sem comprometer o atendimento no hospital. Os desdobramentos do caso, no entanto, mostram que o comprometimento e o bom senso nos órgãos públicos estão mesmo em estado crítico.
Edição 1559
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