Por Sandro Galarça - Jornal Cruzeiro do Vale

Por Sandro Galarça

14/10/2008 00:00

As eleições municipais de 2008 trouxeram algumas lições significativas em relação ao voto dos eleitores brasileiros. Muitos prefeitos não se reelegeram, muitos deles permaneceram com uma impactante votação (alguns com quase 80%, como Beto Richa, do PSDB curitibano). Esta aceitação massiva ou a rejeição de um primeiro governo pode ser entendido como um voto mais maduro, mas também muito se deve às mudanças na legislação eleitoral, impostas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) há algum tempo e que tiveram maior impacto neste pleito de outubro.

A declaração do valor gasto em campanha pela Internet, a declaração dos bens de cada candidato, um maior equilíbrio econômico e a considerável redução de propagandas políticas por meio de placas, outdoors, faixas e santinhos também pode ter contribuído para uma decisão mais soberana por parte do eleitor. O abuso de poder econômico também foi fiscalizado, na medida em que foram vetados comícios seguidos de shows ou eventos como churrascos, feijoadas e demais festas populares, com o intuito de interferir no voto do eleitor.

Ainda podemos destacar o fato de que os meios de comunicação, principalmente os jornais impressos, sofreram marcação implacável da Justiça no que diz respeito à divulgação de matéria com conteúdo favorável ou contra qualquer candidato, tanto ao Legislativo quanto ao Executivo. Em nome do livre direito do voto do cidadão, muitas matérias foram julgadas inapropriadas, porque se configuraram em propaganda política ou, em outra direção, foram consideradas contra-propaganda.

Buracos na rua, ruas asfaltadas, comícios, inaugurações de obras, colunas e artigos opinativos tudo foi muito bem vigiado pelo Tribunal Regional Eleitoral. A democracia só tem a ganhar com essas providências, ainda que muitas delas interfiram no cotidiano de uma redação de jornal que não tem interesses políticos ou partidários. Ainda assim, a Justiça alega que os meios de comunicação são ferramentas que podem decidir uma eleição, assim como já fez tantas vezes no Brasil. Outras modificações já estão sendo estudadas para as próximas eleições (governador, senador, deputados e presidente), sempre na intenção de privilegiar a democracia.

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