Depois de uma longa polêmica no segundo semestre do ano passado, o projeto que pede o fim do recesso de julho nas sessões da Câmara de Vereadores de Gaspar volta à evidência com a reapresentação do projeto, feita essa semana pelos cinco vereadores autores da proposta. Na justificativa, os parlamentares apelam para a moralidade e citam a voz das ruas como um dos fatores que devem ser levados em conta para acabar com a pausa nas sessões que ocorre no meio do ano.
Mesmo tendo sido reprovado no ano passado, o projeto defende uma ideia que de fato atende ao clamor da população, tão inconformada nos protestos que pararam o país no ano passado. Um intervalo acumulado de 45 dias nos trabalhos legislativos parece ser um privilégio retrógrado, dissonante da cobrança dos dias atuais e da necessidade de rapidez nas ações que envolvem o poder público. Algo que deve ficar para trás, como já ficaram outras benesses parlamentares.
O que chama a atenção, no entanto, é o fato de que o regimento interno da Câmara de Vereadores foi refeito há menos de dois anos. Ali foram feitas adequações como dia e horário das sessões, mas os prazos dos recessos passaram absolutamente em branco. Isso só evidencia a importância de fazer debates maduros sobre os temas que passam pelo Legislativo. Caso contrário, os vereadores despendem tempo para buscar ajustes a assuntos que já deveriam ter sido superados.
Polêmicas à parte, a expectativa é de que desta vez o projeto seja discutido à exaustão e compreendido antes de chegar a um resultado final no plenário. E que este resultado, seja ele qual for, seja o melhor para a comunidade e não deixe margem para qualquer tipo de alegação ou interpretação controversa.
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