Nos cartazes de agências de viagens, Santa Catarina costuma ser estampado como cenário paradisíaco, onde a tranquilidade e o lazer comandam as sensações de moradores e turistas. Esta semana, porém, as principais cidades do estado estiveram nos noticiários de forma negativa, em função de ondas de ataques durante a madrugada, com ônibus incendiados e sensação de insegurança nas ruas.
Numa ação de rotina, a Polícia Militar de Gaspar encontrou dois coquetéis molotov na região do Loteamento Jardim Primavera, região com histórico de criminalidade. As palavras cautelosas do comandante do batalhão gasparense colocam apenas como possibilidade o uso desses artefatos em ataques nas cidades vizinhas. De fato, não é possível assegurar que haja relação entre as duas situações, mas o clima de organização por trás dos ataques deixa uma suspeita até para os mais despreocupados.
A verdade é que as ações dos criminosos em terras catarinenses são apenas a ponta de um iceberg muito mais profundo, que envolve as teias das facções criminosas há anos instaladas em grandes centros como Rio de Janeiro e São Paulo. A globalização chegou até para os bandidos e parece não haver mais fronteiras para as ações da criminalidade.
Aos olhos mais otimistas, a onda de ataques pode até ter seus lados positivos. A organização dos criminosos exige que as polícias e os departamentos do governo responsáveis pela segurança pública unam esforços e fiquem mais atentos aos movimentos desses grupos de infratores. Prova disso é o reforço nas rondas e fiscalizações feito até mesmo em Gaspar, onde os sinais do crime organizado ainda não parecem evidentes. Em tempos de criminosos conectados e interligados, é preciso que a segurança pública tenha o dom de antecipar e evitar as ações dos criminosos.
Edição 1441
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