Do discurso à prática - Jornal Cruzeiro do Vale

Quase um ano depois de assistir a uma movimentação de paralisação nas obras da Ponte do Vale, à época pela incerteza da liberação de recursos para a empresa responsável pela construção, o clima de incerteza voltou a cercar a obra, motivo de orgulho para os gasparenses antes mesmo de ser concluída. A longa espera pelos R$ 17,7 milhões restantes para a conclusão dos trabalhos esgotou a complacência da empresa, que decidiu desmobilizar as equipes e paralisar a obra até que haja novidades nos pagamentos devidos, que já somavam R$ 7,6 milhões até o final de fevereiro.

Embora esteja confiante, o prefeito Pedro Celso Zuchi sentiu a pressão e já acelera ainda mais os contatos para tentar a liberação ao menos dos R$ 3 milhões que já haviam sido empenhados. E com esse novo capítulo, o prazo para a inauguração deve ser novamente estendido.

É bem verdade que o ritmo dos trabalhos nesses quase dois anos de obra é elogiado por praticamente todos os gasparenses. A Ponte do Vale tomou forma antes mesmo que os moradores se acostumassem com a ideia de como seria o segundo acesso sobre o rio Itajaí-Açu. No entanto, a população já esperou demais por essa e outras obras na cidade.

O fato de estarmos em ano eleitoral é mais um motivo que exige rapidez e celeridade do município e dos órgãos federais para a liberação dos valores restantes, já anunciados com pompa e circunstâncias em eventos oficiais, mas ainda inacessíveis para a empresa e o município. A torcida que fica é para que a decisão da empresa de paralisar a obra por um tempo conscientize nossas lideranças e facilite as negociações para que esse dinheiro já tão prometido chegue finalmente ao seu destino final.